Capítulo dezoito Leonel

A porta acaba de se fechar, e Leonel começa a se questionar: O que acabou de fazer; ora essa, acabou de casar, isso acabei de me casar, um libertino de carteirinha, casa e nem deita-se com a esposa, que ironia do destino, só pode ser praga de alguma dama do passado; e começa a rir, até se transformar em uma gargalhada; começa a repassar os acontecimentos, e percebe como os desígnios de Deus muitas vezes muda nossos planos e propósitos, encontra-se nesse momento unido a uma dama, que sabe somente o nome. E fala em voz alta;

— Sofie, Sofie. E continua a pensar: linda, doce, perfeita; de onde saiu essa mulher? Em toda a vida jamais havia visto cabelos tão vivo quanto os seus, definindo melhor, exótico, exuberante, estonteante; pequena mais de um jeito que atraí até mesmo um santo; e agora está por conta, sozinha, sem proteção; agora mesmo que preciso urgente sair daqui, ela precisa de mim, será que tem alguém lhe ameaçando? Lhe fazendo mal? E começa a apertar os dentes até sentir a mandíbula doer. Mato com certeza! aí se alguém encostar num fio de cabelo dela, pois tudo que é meu, prismo e cuido, imagina aquela preciosidade duquesa, e dá mais uma gargalhada; ela nem imagina o poder que tem agora, duquesa de Lancaster, dona de uma fortuna incalculável e minha, somente minha e da um sorriso vitorioso e de orgulho; o que dirão meus amigos, sabendo que eu e Antony éramos solteirões invictos e dá mais uma gargalhada, e Andrey será que casou?Vai ver de tanta a mãe dele rezar e pedir uma nora, virou a varinha para meu lado;

E vovó o que dirá, com certeza vai a loucura, sempre com empáfia e soberba, por levar tão a sério o nome e conceitos da aristocracia, imagina seu único neto, casando-se com uma desconhecida, numa cela imunda, num presídio francês, conhecido pelo mundo por enclausurar os mais temidos ladrões, assassinos e espiões; e dá uma risadinha, com certeza terá problemas com ela; e leva os dedos nas têmporas, sentindo uma leve dor, isso será uma complicação. E começa a caminhar, tem que dar certo, a carta pelo qual havia despacho pela Sofie; nela escreveu a avó, que estava a serviço do Rei, estava bem e com saúde e que precisava que fosse entregue a segunda carta que fora junto endereçada a sua majestade com urgência; nela Leonel explica em sucinto como foi sua trajetória e itinerário e que também descobriu as armações e o traidor, mas não podia expor nome por carta, precisava estar presente para tal revelação, e ainda que estava preso no château d'If e precisava urgente que o tirasse daí, mas que estava fisicamente e mentalmente bem, esperado o resgate; Parou de andar e dirigiu-se para um canto aonde sentou-se e encostou a cabeça, fechando os olhos, no mesmo instante veio a imagem de lindos cabelos vermelhos e os olhos com uma verdade e força que em poucos vira. E abrindo os olhos falou: