Leonel estava se exercitando, fazia algumas flexões, recitando um poema, uma linha em cada idioma, pois não queria fazer cair no esquecimento, onde ali mal podia ouvir sua voz; latim, francês, alemão, italiano e ainda arrastava o grego; Estava feliz naquele dia, sentia que algo grandioso estava por vir e mudar por completo sua vida; Já havia receitado dez poemas e feito muito exercício para aquele dia em específico, também tinha conseguido um balde de água e um pedaço de sabão, sempre a custa de muita promessa de ouro, talvez fosse por isso que sentira felicidade, água e sabão e ninguém imaginava como eram bens preciosos, e sorriu em lembrar que outrora eram em abundância que consumiam em suas propriedades, isso sim é uma rasteira do destino.
Já estava anoitecendo, quando escutou a portinhola sendo aberta e o prato sendo colocado para dentro;
— Aproveite Gerônimo, coma e fique forte, para contar seus pecados ao padre, porque hoje mesmo estará aí! E dando uma gargalhada fechou a portinhola. Leonel, mais que depressa, comeu, diziam que aquilo era sopa, mas na verdade não passava de água escura com duvidosa procedência ; imaginou comendo um carneiro ao molho de ervas finas e alecrim que seu cozinheiro francês, diga-se de passagem que ironia do destino, fazia tão bem. Depois, asseou-se da melhor maneira que conseguiu, prendeu o cabelo com uma tira da roupa, que rasgou em um dia de muita agressão pelos guardas, assoitando suas costas e tirando pedaço de tecido, deitou e esperou pelo sacerdote, já ensaiando como faria sua confissão; um tempo depois escuto às chaves na porta e ela abrindo, por ela passou um senhor pequeno, encurvado com um longo manto marrom, uma corda amarrada na cintura e um crucifixo que descia do pescoço até a cintura, tinha na mão uma bíblia, e andava lentamente, que Leonel pensou em carregar aquele pequeno homem, já que sua paciência e calmaria a dias haviam se dissipado.
O sacerdote foi em direção a cadeira e com mais calma ainda sentou-se; falava muito baixo, que Leonel teve que se abaixar um pouco para poder ouvir;
- Meu filho, em nome do senhor, vim lhe trazer paz e calmaria para sua alma e abençoa-lo para partir em paz! - Gostaria que eu lesse algum salmo em especial?
— Padre, como estou feliz e lhe ver! E gostaria de me confessar, pois preciso de um grande favor de sua excelência; e sabendo que a confissão é sagrada e sigilosa contar-lhe-ei quem sou e como poderás me ajudar.
- Meu filho, estou aqui para ouvir e lhes dar absolvição, mas quero que entenda que antes de ser sarcedote sou um cidadão francês e jamais traio meu país, então se pensas em pedir-me qualquer favor que custe, minha honra francesa esqueça.
— Mas como pode me dizer que não me ajudará, sem menos saber quem sou e de que se trata?
— Sabe meu filho já passei por muitas coisas nessa vida e quando digo que não farei, sei bem o que vem por aí, ainda mais que aqui nessa ala estão os espiões, então a resposta é não e nem tente posso ser um sacerdote velho, mas não corrompivel, e não gostaria de entregar algo para eles que possam encurtar seu tempo aqui;
— Sendo assim, não há mais nada que possa fazer aqui.
— Como queira meu filho, e sabe que Deus escreve certo por linhas tortas;
— Deve ser somente seu Deus, porque o meu esqueceu de mim;
- Será?
— Eu não sou corrompivel, e nem traidor da minha pátria, mas posso fazer olho gordo, se alguém o fizer.
Nesse momento, Leonel, que até então estava sentado num canto, levanta e vai em direção ao padre.
— Reverendo não estou entendendo, o que está dizendo ou querendo dizer?
— Serei direto, um amigo meu pediu um favor muito especial, precisa ajudar um certo amigo, que a muitos anos lhe salvou a vida, disse-lhe que enquanto vivesse não excitaria em lhe ajudar, e parece que chegou o momento;
E como não cabe a mim julgar, prometi em servir de intermediário, mas somente isso, minha ajuda termina aqui.
— Reverendo o senhor está a dar voltas e mais voltas e não está a falar coisa com coisa;
- Pois muito bem, há uma jovem ali fora, precisando muito de um nome e sobrenome, pois não sei ao certo os detalhes Parece que é inglesa e se não o fizer perderá tudo, com um casamento arranjado ou passará a herança a um parente, minha dica ainda que diga que não estou em meu juízo perfeito, case-se com ela, permita-se ajudá-la e quem sabe aquilo que tanto precisa não parta dela?
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Atualizado até capítulo 51
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