Capítulo nove Sofie

Em pouco tempo, a notícia do noivado da única filha do seu Mathias, e o barão Geremias, se espalhou feito fogo em palha; Todos dando palpites; os mais velhos no viralejo diziam que era muito certo da parte do pai da moça, sendo única filha e mulher, deveria ter um homem para cuidar e gerir os negócios da família, além do mais levar em rédeas curtas a menina, pois era muito audaciosa e metida em assuntos puramente masculinos; outros que conheciam melhor Sofie, estavam indignados pelo seu genitor dar em casamento sua jóia preciosa, amorosa, prestativa, uma verdadeira dama, para alguém como sua senhoria o barão, arrogante, soberbo e de uma brutalidade terrível, vivia batendo nos cavalos; e quando bebia no vilarejo assoitava até mesmo os criados que vinham lhe ajudar.

Faziam mais de um mês do comunicado de seu noivado, e Sofie estava cada vez mais triste e desorientada, tentou durante esse tempo, argumentar e mudar a decisão do pai, mas ele estava irredutível e decidido;

Muitas foram às noites em que não dormiu e chorava até amanhecer;

Até que por fim se deu por vencida, ou seja a primeira batalha, lógico, porque a guerra só estava começando, e Sofie faria tudo e um pouco mais para se desvincular desse noivado e jamais permitiria chegar ao casamento, se não conseguisse pensar em algo a tempo, fugiria, isso mesmo, fugiria, não melhor não! porque aquele nojento e cheio de dentes me acharia, então a solução é matar o barão e depois a si mesma, mas nem por tudo que era mais sagrado deixaria aquele homem asqueroso encostar-lhe um dedo se quer.

A noite do noivado chegara, a casa estava em polvorosa atividade, seu Mathias contratou vários criados da vila para ajudar Rose na árdua tarefa do jantar; havia lhe dito que queria tudo do mais sofisticado e esmero capricho, e que não poderia haver falha;

Seu Mathias estava no escritório sentado, com um copo de whisky na mão, exultante; e pensando...sua filha seria uma baronesa, não foi para menos que ele investiu tudo nela, altos gastos com educação, dança, pintura, música, a transformou em uma dama; ,imaginava ela desfilando diante da nobreza, sua filha..sim sua filha, ele sabia que não foi a toa que se tornou tão linda, o que lhe desgostava era o fato dela quer fazer atividade masculina, vivia enfiada a espreita vendo-o negociar, era determinada, teimosa e inteligente demais para seu gosto e isso era um combo mais que explosivo com a personalidade dela.

Encostando a cabeça no sofá, respirou aliviado, tudo estava entrando nos eixos, Sofie não reclamava mais, na verdade a via pouco ultimamente, conforme Rose havia lhe informado, estava conformada, ele sabia que faria uma tempestade, com raios e muito trovões, mas que no momento certo aceitaria, pois sabia que sua palavra era lei, e também estava cansado; chegara hora de outro homem cuida-la, alguém de pulso mais firme, pois sabia que havia enfraquecido com o passar dos anos. E demais às terras e fortuna que fizera do decorrer dos anos, permaneceria com seu sangue, mesmo sendo mulher ficaria com Sofie, desde que fosse casada e o marido assumisse tudo, então para Mathias o arranjo foi ótimo e além do mais o barão, tinha uma fortuna considerável, menos que a dele, mas considerável e tinha que se levar em conta o título, lógico era o que mais lhe interessava naquele momento.

Algum tempo depois, no andar de cima, Sofie andava de um lado a outro no quarto, Rose estava tentando acalmá-la, para poder vesti-la.

— Querida, vamos está quase na hora do jantar, e logo chegarão os convidados do vosso pai e do seu noivo. Sofie parou no mesmo instante e encarou Rose, com os olhos brilhando de fúria:

— Jamais mencione isso, você me entendeu? Jamais. Papai e sua senhoria podem até pensar que eu estou noiva, e fazerem planos, mas quem dará a palavra final serei eu; e lhe digo que não haverá casamento, tenho algumas ideias, então saída terei; mesmo drástica terei.

— Menina, não fale assim, seu pai está tão feliz e bem humorado, até nos sorriu esta manhã, e sua senhoria Geremias mandou entregar-lhe um lindo buquê de rosas vermelhas;

— Então que se cassem! — menina não diga tolices;

— Rose, não posso fazer uso da herança que é minha por direito, não posso negociar e comercializar os cavalos, que vida sem sentido é essa! acha que serei feliz? Porque é isso que estão fazendo; estão arrancando a minha essência, o meu gosto de viver, a minha felicidade. E sabe que flores me dão alergia, nem isso aquele infeliz sabe, está vendo, a quem papai me entregou?

— Sofie presta atenção, ganhe tempo então, mas jamais bata de frente com o senhor seu pai; Quem saiba Deus, já tem outros planos para você, outro caminho, vamos rezar e acreditar;

— E agora nosso tempo esgotou, vamos arruma-la com primor e delicadeza, e mostrar a linda dama que és.

Sofie nada falou, enquanto Rose lhe arrumava, estava perdida em pensamentos; Depois de algum tempo lhe chamou a razão e pediu que olhasse no espelho, quando o fez, não acreditou no que via, Havia lhe arrumado os cabelos em cachos, na parte de cima uma mecha toda trançada envolvida numa corrente de ouro; e o restante caia em ondas até a cintura; um vestido todo em branco, mangas curta, bufante toda bordada no acabamento com fitas num tom pérola, na parte do busto o tecido transpassado com o mesmo acabamento das mangas,saia toda bordada em pérolas, e para finalizar um colar, brinco e pulseira em rubi, o colar descia pelo seu pescoço de cisne e acabava em um lindo pingente em coração, vermelho tão vivo como seus cabelos, jóias essas que fora de seu mãe.

Naquele momento Sofie sentiu uma imensa vontade de chorar, pois jamais imaginou um desfeche assim, a única coisa que ainda fazia continuar em pé era o fato de usar as jóias da sua mãe, e saber que de alguma maneira, ela estava aí;

Ouviu-se uma batida na porta:

— Está na hora Sofie, seu pai falou, e foi entrando no quarto, mas parou abruptamente olhando -a e ficou pálido, e se desconcertou por um momento, mas voltando a frieza de sempre: - meu Deus parece que estou vendo sua mãe, como ficou bela menina!

Sofie caminhou até a janela, dando-lhe as costas, lá fora a noite havia caído e junto dela uma tempestade terrível, ela pensou que toda aquela água e trovões era suas lágrimas e tristeza, e olhando mais a fundo, talvez fosse um aviso dos céus para não desanimar e lutar, era isso, a tempestade vinha varrendo tudo e mostrando a ela que teria que ser forte e determinada para achar uma saída, tinha que fingir, isso fingir.Virou-se e aceitando o braço do pai falou:

— Vamos, quanto antes começar, antes acaba; e olhou mais uma vez para Rose e ela balançou perceptivamente a cabeça, como se dissesse força você consegue; e seu Mathias ergueu as sobrancelhas, mas na disse, oferecendo o braço saíram do quarto.

Quando entraram no salão, ela correu os olhos por todos que ali estavam, eram muitos conhecidos de seu pai, gente da vila, ninguém nobre, mas grandes fazendeiros da região; no lado esquerdo estava os convidados do barão, todos altivos e sem dúvidas, se mereciam mesmo porque pareciam uma poaia, o barão, pensou ela era o rei deles, estava vestindo uma blusa branca com bolas azuis, uma gravata vermelha, calça azul, uma casaca vermelha e as botas, meu Deus tinha novamente aquelas bolas na parte em que amarrava em tons de amarelo, faltava apenas abrir as penas e pupilar.

Quando a viu, abriu um sorriso, e veio ao seu encontro; Sofie achou que naquele momento fosse uma ótima ideia fugir, porque só olhando ele vindo, lhe embrulhava o estômago.

— Como vai minha querida noiva, e puxou o braço , beijando o dorso da mão; Sofie simplesmente fez uma reverência e nada disse; o pai toda em alegria saiu falando com os convidados, deixando ela e o noivo sozinhos; seu Geremias não perdeu tempo e quis puxa- lá para perto, mais que ligeiro ela deu alguns passos para trás, ele lhe sorriu irônico e falou apenas para ela ouvir:

— Menina levada, aceito o que fazes agora, mas saiba que terás o castigo que merece, quando for minha, aprenderá a se submeter a mim e aprenderá quem manda de verdade.

— Sabe sua senhoria, antes que isso aconteça, me mato e levo você comigo;

- Sua atrevida, não posso lhe dar um corretivo, porque ainda não me pertence, mas depois... E posso providenciar uma morte lenta, lógico depois de usufruir muito bem o que estou pagando. E Sofie começa a falar, mas é interrompida por algumas pessoas que começaram a se aproximar para parabenizar o casal, os segundos estavam se transformando em minutos, e para ela virando uma tortura sem igual, estava se tornando insuportável.

Logo Rose anúncio o jantar, Sofie agradeceu os céus por isso, quando todos se dirigem para a sala de jantar, a porta abre-se brutalmente e entram o capaz e mais dois funcionários do senhor Mathias, falando ao desespero, que Havia caído um raio em parte das baias, matando alguns cavalos, outros haviam fugido e a água estava subindo rapidamente nas cocheiras.

Todos os homens se prontificam com o senhor Mathias em auxílio, e saem rapidamente, ficando apenas às mulheres e a turma do barão.

Sofie mais que depressa, chama Rose e pede para acomodar às mulheres e servir chá com bolo;

O barão vai até Sofie dizendo que não aceita prorrogar o jantar de noivado.

— Sua senhoria, não percebe a gravidade da situação; aonde andas com a cabeça, e falou baixinho deve ser no rabo ...claro;

- O que disse mulher?

  - Nada! disse apenas que o senhor não tem mais nada para fazer aqui; e gostaria imensamente que partisse; nesse instante um criado de Geremias entra avisando que as carruagens estão prontas para partir.

- Senhorita não pensa que está livre de mim, apenas ganhou alguns dias a mais, levanta a cabeça e sai com sua empáfia grosseria e sua corja de bajuladores.

Nesse instante Sofie olha para cima e diz: Obrigada mamãe, obrigada.

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Comments

Kristen

Kristen

tô me sentindo assistindo bridgerton

2024-04-01

0

Luiz Germann

Luiz Germann

O capítulo está incrível, essa descrição do barão chega a dar enjoos. Muito bem escrito.

2023-11-22

2

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Capítulos
1 Sofie
2 capítulo dois Leonel
3 Capítulo Três. Sofie
4 Capítulo quatro Leonel
5 Capítulo cinco. Sofie
6 Capítulo Seis Leonel
7 capítulo sete Sofie
8 Capítulo oito Leonel
9 Capítulo nove Sofie
10 Capítulo dez. Leonel
11 Capítulo onze. Sofie
12 Capítulo Doze. Leonel
13 Capítulo treze Sofie
14 Capítulo quatorze. Leonel
15 Capítulo quinze Sofie
16 Capítulo dezesseis. Leonel
17 Capítulo dezessete Sofie
18 Capítulo dezoito Leonel
19 Capítulo dezenove Sofie
20 Capítulo vinte Leonel
21 Capítulo vinte e um Sofie
22 Capítulo vinte e dois Leonel
23 Vinte e três. Sofie
24 Vinte e quatro Leonel
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26 Capítulo vinte e seis. Leonel
27 Capítulo vinte e sete Sofie
28 Vinte e oito Leonel
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30 Capítulo trinta Leonel
31 Capítulo trinta e um Sofie
32 Trinta e dois Leonel
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40 Capítulo quarenta Leonel
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Sofie
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