Haviam passado alguns dias, desde que os amigos de Leonel encontraram-se; Leonardo e Antony embarcaram rumo ao oriente e ao desconhecido. Andrey voltou para Londres, assumiu a cadeira parlamentar e estava envolvido com às técnicas de inovação na agricultura.
Leonel estava ansioso para a reunião com o rei, não conseguindo imaginar que assunto pertinente poderia haver. A coisa mais provável... uma reclamação de um marido enciumado, já que havia tido problemas no fugir da cama de uma de suas amantes, onde o marido chegara e quase o pegara, agradecia todos os dias pelas janelas e trepadeiras ; pensou com um sorriso nos lábios.
Ele continuou em Kent, junto ao administrador, colocando as finanças em dia, fazendo reunião com o povo da vila e passava bastante tempo no seu estábulo, onde tinha vários cavalos ingleses puro sangue, os quais eram uma beldade de beleza e valores, nas redondezas o maior comentário eram sempre dos estábulos do duque de Lancaster, que para ele era considerado a menina dos seus olhos .
Um dia antes do encontro com o rei, Leonel cavalgou logo de manhã para Londres, chegando à sua residência em Mayfair, casa essa com estonteante esplendor, na entrada haviam um imenso jardim e lago com cisnes e pavões que circulavam livremente pelo local.
Dentro era ainda mais impressionante, onde luxo e nobreza dividiam espaço, o piso era todo em mármore travertino, na entrada dava-se para uma gigantesca sala onde no fundo existia uma escada que subiam para os quartos; na entrada havia um lustre gigantesco todo em cristal com mais de cem velas; esculturas e quadros dos mais renomados artistas e escultores do mundo decoravam paredes, e todas as salas e parte íntima da mansão; móveis eram todos em estilo provençal, às cortinas eram em veludo creme com brocado Dourado; os tapetes eram persa vindo do oriente; cada detalhe fora minuciosamente planejado e executado conforme às ordens de sua majestade.
Sempre que o duque vinha para sua residência em Mayfair, num bairro nobre de Londres, se sentia em casa, não conheceu seus pais, nem amor paternal, mas fora aí que teve os melhores momentos, foi querido e cuidado pelos seus tutores, juntamente com sua avó e sob a supervisão do Rei.
Leonel acordou cedo, saiu para cavalgar como era de praxe, sendo muito metódico e não gostava de alterar sua rotina, sentia-se inquieto, se revirou na cama a noite toda, e procurou espairecer até o hora da reunião. Dada a hora seu criado de muitos anos, Josef arrumou-lhe com mais extremo capricho e sofisticação;
Leonel adentra ao palácio na hora marcada, com postura e altivez, usando sempre a mesma capa em tons preto, e bordada toda em cetim vinho por dentro, onde tinha as insígnia e brasão do seu Ducado , uma bengala em mãos onde encima havia uma enorme pedra safira rica e sultuosa, que faziam uma elegante combinação com seus olhos; por onde passava todos já sabiam que era o oitavo duque de Lancaster pois, essas peças eram sua marca registrada.
Sua majestade o Rei Jorge III, era considerado um homem de punhos de ferro, agia sempre procurando beneficiar seu povo, mesmo que para isso precisasse guerrear com outras nações, era um homem baixo, corpulento, calvo, semblante duro, direto e autoritário;
Leonel fora anunciado e adentrou na sala de conferência do palácio, onde havia o conselho do rei; um assessor direto, responsável pela segurança, um de finanças e o de divisas territorial;
O Rei, sempre tão fechado e sisudo, suavizou as feições ao ver o seu menino-homem;
Sua majestade havia assumido a criança, juntamente com a avó, assim que soube da situação que se encontrava; a mãe sucumbiu a melancolia até a morte, e o pai fraco da cabeça matara-se na loucura do momento de tristeza, caindo do cavalo e quebrando o pescoço, diante de tal cenário, Jorge III não teve outra alternativa a não ser comandar de longe, mas sempre de olho na educação, finanças e ensinamento do menino, sempre sendo informado das atitudes e passos dele; sabia que era extremamente inteligente e dedicado, exímio atirador, de uma beleza e postura marcante, e sobretudo um libertino, que vivia sempre em fugas por janelas de suas amantes casadas. Apreciava demasiado às amizades que fizera no internato e na faculdade com os outros duques. Para ele, Leonel era bem próximo de um filho, com ele gostava de conversar sobre política e comércio, pois era de muito sabedoria e conhecimento, suas ideias eram inovadoras e de transformação.
— Leonel, como vai? Bom! pelo que posso ver ainda com todas às partes nos lugares; e olhou na frente das calças do duque.
— Pois fiquei sabendo que andaste pulando algumas janelas. E gargalhou.
Leonel fez uma reverência e sorrindo respondeu:
— Vossa majestade, acho que estão lhe informando equivocadamente, pois estava em kent, com o administrador e cuidando do haras e da vila.
O rei voltou a gargalhar dizendo:
- talvez errado é o tempo e a localização, pois seus amigos viajaram e o Andrey está em uma das suas propriedades no Interior, estou certo ou não?
Nesse momento o duque riu, e olhou para o Rei e disse: — Pois muito bem; andei a ter que esticar um pouco as pernas e pendurar-me em trepadeiras! E os dois riram
— Leonel sabes que está proibido os duelos, então não me cause problemas. O duque pós às mãos no coração e disse: — Jamais! E o Rei gargalhou mais uma vez.
Um tempo depois o Rei tornou a ficar com o semblante sério e mencionou:
— Leonel estão roubando as minhas cargas, matando os tripulantes, já afundaram alguns navios meus; acabamos pegando alguns ratos, mas preferem a guilhotina do que falar! Lhe chamei aqui porque é perspicaz e poderia me dar idéias, como chegaremos a eles. O duque andou até um mapa na parede e verificou onde tinha os pontos vermelhos que os navios haviam sido atacados, e ficou perdido em pensamentos por um tempo, quando voltou a encarar o Rei falou:
— Sim, tem um jeito, arriscado, mas acho que é a melhor opção: — serei um infiltrado no cais, um estivador, um trabalhador braçal, lá misturado e como um igual, ouvirei e saberei coisas, das quais aqui, mesmo com os prisioneiros não nos falarão.
O Rei abaixou a cabeça, e quando levantou, olhando nos olhos de Leonel, balançou a cabeça positivamente;
— Perfeitamente meu rapaz, que assim seja, até porque são poucos em quem confio, e além do mais é ágil, destemido, inteligente e preparado para essa missão.
— Vossa majestade, preciso que altere meus documentos, até para não corrermos o risco de alguém associar o nome a pessoa.
— Façamos assim, farei outro documento, constando o seu nome do meio e o sobrenome de sua mãe, pois ninguém o sabe, a não ser eu, sua vó e seus tutores; e quando voltar, seu nome, título e propriedades estarão lhe esperando. E assim apartir daquele momento o oitavo duque de Lancaster Leonel, ficaria conhecido como;
Gerônimo Lucena, um homem comum, trabalhador braçal do cais, um estivador.
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Atualizado até capítulo 51
Comments
Luiz Germann
Agora Leonel vai ver o que é agitação, quanta ação nos aguarda, maravilhoso.
2023-11-09
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Julia Guassu
Que livro cativante,ansiosa para o próximo capítulo autora, está ficando maravilhosa a história 😍 estou amandooooo
2023-11-08
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