capítulo sete Sofie

Sofie estava deitada, lendo um livro sobre comércio, pois para ela esse sim era um livro maravilhoso e não, aqueles romances que às damas sucumbiam ao amor e ficavam dando suspiros e rissinhos afetados. Seu fiel companheiro estava deitado a seus pés, ressoava baixinho e a cada movimento dela erguia uma orelha, volta e meia ela dava uma bufada;

— Sabe caramelo, estou tentando ler essa página várias vezes e não estou conseguindo me concentrar, sabe que estava aqui pensando sobre essas visitas estranhas e com muita frequência do Barão. Caramelo mais uma vez ergue as orelhas, mas no instante seguinte abaixa e volta a dormir;

— veja que interessante sem nem mesmo você me escuta que dirá às pessoas; Nesse momento alguém bate a porta;

— Sofie, posso entrar, querida, trouxe seu lanche!

 — Ah Rose sim, mas estou sem fome, pode levar de volta.

— Nada disso criança, precisa se alimentar, porque está tão linda, se começar emagrecer perderá a harmonia de sua beleza;

- Ah Rose,acha mesmo que ligo para isso, o que eu gostaria mesmo é poder ajudar papai com os cavalos, a negociá-los e não simplesmente monta-los.

— Querida quantas vezes vamos ter essa conversa, sabe que nunca poderá fazer isso, e que em breve casará, já é uma mulher, e já pensou se acontecer algo com senhor seu pai, como ficará e o que fará? Conhece muito bem como funcionam as leis; às terras, o haras, casa ou seja toda fortuna e propriedades passará para o primo do vosso pai o senhor Alexandre Rodrigues, sabe disso, não sabe?

— Sei sim mas é muito injusto, não acha? Sou capaz e domino a arte da negociação, tanto ou mais que os homens.

— Querida às coisas são assim e pronto, nada podemos mudar;

- mas não consigo aceitar, vou tentar falar mais uma vez com papai.

— Sofie, não entendo porque és tão teimosa e briguenta e não aceita o que não pode ser mudado.

— Rose isso não é ser teimosa ou briguenta, isso é ser determinada, mas não vou mais me cansar explicando para você, vou tentar mais uma vez falar com papai;

E Rose, coloca a mão na cabeça, e diz: — por nossa senhora onde foi que errei em sua educação.

Sofie fica quieta, olhando para o tento e depois de um tempo abaixa os olhos na direção de Rose e fala:

— Rose não acha estranho, essas vindas cada vez mais frequentes do senhor Geremias aqui na fazenda, depois daquele jantar, ele não parou mais de aparecer por aqui, claro que nunca mais veio aqui em casa, mas está sempre rondando por aqui, ontem mesmo vi ele de longe nas baias, e está sempre com papai;

— Sofie como pode ter certeza que é ele? É tão longe a casa das baias, pode ser qualquer um.

— Porque quem me toma Rose, é claro que é aquele nojento de bigode amarelado, como não reconheceria aquele pavão arrogante, anda mais empinando do que nunca. Vou lhe dizer ele está querendo algo, só preciso descobrir o que é!

— Deixa disso menina e coma seu lanche, que logo volto buscar a bandeja. Rose sai do quarto e fecha a porta; atrás na porta Rose encosta o corpo, e pensa; meu bom Deus proteja minha menina, principalmente desse barão, sei muito bem que ele anda querendo algo com ela, e não permita que o senhor Mathias a entregue; minha criança, minha menina, hoje uma mulher esplendorosa, lindíssima, altiva,elegante, de uma personalidade forte, de um coração generoso, tenho medo do que esse homem possa lhe fazer; e falando para si mesma diz: — o que me cabe mesmo é rezar. Se desencosta da porta e volta para cozinha.

Mais tarde naquele mesmo dia, o senhor Mathias manda chamar Sofie, pois precisa lhe falar no escritório.

Sofie bate à porta: — papai, posso entrar?

 - Entre, e feche a porta.

Seu Mathias ergueu os olhos dos papéis que estava lendo, e analisa Sofie:

— Sente-se.

— Sofie senta numa cadeira de frente com a escrivaninha.

— O senhor quer me falar?

— Então Sofie, olhando você agora, percebo como ficou parecida com sua mãe, com os mesmos cabelos vermelhos, fogo, e os olhos tão grande e expressivos como eram os dela; Sofie fica em silêncio e enche os olhos de lágrimas, pois nunca em seus dezoito anos seu pai havia falado dessa forma, como se de alguma maneira gostasse dela.

- conhece-me bem, sabes que sempre fui direto, objetivo e prático, então não vou me alongar; hoje foste pedida em casamento, e eu aceitei, portanto considere-se noiva.

— Nesse instante Sofie fica em pé, suas pernas começam a tremer e todo o sangue foge de seu rosto, parece que vai desmaiar.

— Papai o senhor só pode estar brincando, fala com um fio de voz.

— Sabe que não sou homem de brincadeira, e estou falando tão sério que já dei meu consentimento.

Sofie continua em pé, sem reação nenhuma, não consegue falar, chorar, andar; só fica olhando perplexa para o pai.

— Era isso que tinha a lhe comunicar, pode se retirar, pois preciso terminar de ler esses contratos; e baixa os olhos para os papéis.

— Sofie então volta em si, e no momento de lucidez pergunta:

— O senhor não acha que preciso saber quem será meu noivo?

Seu Mathias levanta os olhos lentamente e com descaso absoluto fala:

— Mero detalhe menina; mero detalhe

E Sofie fica olhando abismada para pai. Já sem paciência alguma, responde com seu tom rude.

— Pois bem, casará com o sua senhoria o barão Geremias Guedes.

- Nesse instante Sofie sente o coração disparar, e lágrimas rolam de seu olhos e da um grito horripilante e sai em disparada.

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Comments

Thainan Santana

Thainan Santana

que pai desgraçado

2024-01-17

1

Luiz Germann

Luiz Germann

Meu Deus, Sofie mesmo sendo uma mulher tão à frente foi submetida à isso, que injustiça.

2023-11-09

0

Ana Terra caetano

Ana Terra caetano

era o que eu temia!! que injustiça era aplicada as mulheres naquele tempo!
voltando ao romance..eu fico torcendo que aconteça algo que Sofie consiga se livrar desse casamento arranjado.
vamos ver o que a autora nos reserva...

2023-11-09

1

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Capítulos
1 Sofie
2 capítulo dois Leonel
3 Capítulo Três. Sofie
4 Capítulo quatro Leonel
5 Capítulo cinco. Sofie
6 Capítulo Seis Leonel
7 capítulo sete Sofie
8 Capítulo oito Leonel
9 Capítulo nove Sofie
10 Capítulo dez. Leonel
11 Capítulo onze. Sofie
12 Capítulo Doze. Leonel
13 Capítulo treze Sofie
14 Capítulo quatorze. Leonel
15 Capítulo quinze Sofie
16 Capítulo dezesseis. Leonel
17 Capítulo dezessete Sofie
18 Capítulo dezoito Leonel
19 Capítulo dezenove Sofie
20 Capítulo vinte Leonel
21 Capítulo vinte e um Sofie
22 Capítulo vinte e dois Leonel
23 Vinte e três. Sofie
24 Vinte e quatro Leonel
25 Capítulo vinte e cinco. Sofie
26 Capítulo vinte e seis. Leonel
27 Capítulo vinte e sete Sofie
28 Vinte e oito Leonel
29 Vinte e nove Sofie
30 Capítulo trinta Leonel
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32 Trinta e dois Leonel
33 Capítulo trinta e três Sofie
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36 Trinta e seis. Leonel
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38 capítulo trinta e oito Leonel
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40 Capítulo quarenta Leonel
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