Haviam se passado alguns dias, Leonel ou seja Gerônimo lucena, trabalhava a finco no cais, e de olhos e ouvidos aberto; soube ele que naquela noite um navio partiria pelo canal da mancha em direção a França, nessa embarcação estavam comentando que iriam fazer alguns roubos e intervir navios, com toda a calma possível, se colocou a disposição para ajudante de bordo, assim sendo, foi convocado para fazer parte da tribulação de auxílio de convés.
No seu canto, procurava ficar longe, para não levantar suspeitas, pelos seus modos de educação, postura que se diferenciava dos demais.Fez alguns contatos importantes como o faxineiro e o cozinheiro; sabia a hora exata, e os horários específicos de cada tribulante, principalmente do comandante que distribuía ordens, serviços e era o único que tinha acesso a mapas e rotas.
O navio partiu ao anoitecer, dentre eles estava Gerônimo Lucena, vulgo Leonel; estava levantando algumas sacas de milho, quando ouviu o cara ao lado falar, que iriam intercepetar um navio da majestade o rei Jorge; nesse momento o Leonel começou a puxar assunto:
— E aí camarada tem um cigarro? O rapaz franzino, alto, e com um olho só, pois o outro tinha uma cicatriz enorme no centro da pálpebra que não deixava que se abrisse, olhou de soslaio para Leonel e torceu a boca;
— Acha que chega aqui e pede um cigarro? Aqui paga, entendeu! E no mais não gosto dos seus modos, não parece um de nós;
— Mais que depressa Leonel deu uma gargalhada, e fazendo de desentendido falou:
— Achas que sou quem, o rei da Inglaterra; e os demais que escutaram a conversa começaram a gargalhar. O rapaz resmungou e saiu de perto, alguns passos daí, estava um homem corpulento, careca e com uma cicatriz na bochecha esquerda, veio na direção de Leonel e ofereceu um cigarro.
— Sou Dante Culye, e você como se chama vossa majestade, e deu uma gargalhada;
— Sou Gerônimo lucena
— Então Gerônimo o que trás para esse navio, pois ando desde muito novo por essas bandas e nunca lhe vi por aqui.
— Estou atrás de fortuna, e soube que fazem alguns contrabando e dividem entre a tripulação, então o que perder, e antes andava sendo criado de um lorde inglês, mas não tem futuro, quero dinheiro, preciso de bebida, jogo e mulheres, e para isso preciso de grana.
— isso explica porque é todo empoleirado, trabalhava como criado desses lordes metido a besta. Então batendo nas costas de Leonel puxando para o canto da proa, disse:
— o serviço foi concluído, agora companheiro vamos beber um Wisky desses nobres ingleses que conseguimos abocanhar antes de zarpar, e deu uma gargalhada.
Depois de algumas horas de bebedeiras, os marujos estavam dando com a língua nos dentes, haviam mencionado que antes de atracarem em solo francês, roubariam e afundariam um navio inglês e que seria durante a próxima madrugada, mas Leonel não conseguiu saber quem estava no comando daquele operação, só descobriu que seria na França a troca da mercadoria por ouro;
— Durante a manhã tentava tirar mais informações, mas parecia que todos estavam desconfiados, pois não havia mais camaradagem e nem língua solta. Leonel continuou o serviço; depois do almoço o pessoal estava deitado entre os sacos e as cordas fazendo a sesta, nesse momento foi se esgueirando, pois o comandante conforme sabia da rotina estava na suite e só sairia de lá duas horas depois, como estava tudo quieto, entrou no passadiço; como imaginava estava vazio e começou a vasculhar os mapas em busca de alguma informação relevante, entre os papéis achou algo que lhe chamou atenção, havia um nome circulado em vermelho, aquilo fez Leonel erguer as sobrancelhas e como se uma luz iluminasse, ele começou a juntar as peças com nome da pessoa; mais que depressa organizou os papéis, quando estava saindo da cabine, encontrou encostado Dante, com um puxar de lábios, sem mostrar os dentes, e um cigarro no canto da boca, fez sinal com a cabeça o chamando; Leonel o seguiu.
— Pois muito bem majestade, comece a falar, e antes de mais nada sabe que não sou homem de acreditar em mentiras e também não pergunto duas vezes, e mostrou uma adaga que tinha na cintura;
— Dante descobri que o navio que será saqueado, está cheio de ouro e jóias preciosas, tentou desconversar, e continuou falando enrolando Dante, procurando fazer acreditar nele; até que por fim Dante cedeu e abriu um sorriso, com os dentes podres e faltando.
— Então Gerônimo depois do roubo, mataremos os demais e dividiremos o ouro.
Naquela mesma noite, Leonel se preparou, colocou uma faca na bota e uma pistola atrás das costas dentro da camisa, todos estavam estrategicamente escondidos entre os sacos, lona e barris. O navio magestic estava se aproximando e havia um nevoeiro terrível, Leonel achou bem propício esse tempo, pois ajudaria -lhe e muito.
Os corsarios, conseguiram diante da falta de visibilidade, encostar o navio, no do Rei Jorge, atacando-o ; Leonel começou no meio da neblina a matar e esfaquear um a um da própria embarcação, tentando a todo custo livrar do roubo o magestic, conseguiu grande êxito sozinho, havia eliminado grande parte da população, passou por entre vários corpos ensanguentado e dilacerados, com tamanha destreza, desamarrou a proa do navio e com ajuda dos outros tripulantes do rei, conseguiram ganhar espaço e se afastar, quando o Leonel estava prestes a pular no magestic, uma pistola foi encostada em sua têmpora engatilhada.
— se mexer um dedo atiro.
Leonel sabia que aquela voz era de Dante, mas sabia que tinha que ficar imóvel, naquele momento era o certo a fazer, até porque o magestic o navio do rei Jorge, já estava longe e a salvo.
— Dante traidor, sua cobra, cadê a parte de dividirmos tudo.
— Você achou mesmo que me enganou com aquele papo de tesouro; agora fica quieto e ande até o passadiço; chegando lá estavam o comandante e alguns dos tripulantes que sobraram.
— Se não é o nosso mais novo contratado! Diga rapaz o que quer? Para quem trabalha? E Leonel ficou em silêncio, cabisbaixo;
— Dante faça às honras e vamos descobrir se a belezura aí sabe gritar; E Dante enfiou adaga na cocha de Leonel, o qual urrou de dor. E o comandante mandou que amarrasse ele e que depois decidiria o que fazer. Estava possesso com a perda do navio inglês. Dante então propôs que entregassem ele a França, já que estavam próximo, e além de tudo, os dois países viviam em constante conflitos, era propício inventar uma conspiração e tirar uma boa grana, money, pensando nisso falou:
- Podemos dizer que é um espião do Rei da Inglaterra.
— —Como podem fazer isso, somos ingleses, então me entreguem na Inglaterra, e todos riram.
- Assim não teria graça, não acha Jerônimo? Acha que não teria consequências por nos enganar?
- Sabe Gerônimo não somos ingleses, nem franceses, somos corsario e entregamos espião a quem nos pagar mais, e Dante deu um passo a frente, dando uma coronhada na cabeça de Leonel, e ele antes de apagar pensou ...como é bom se perder em um corpo de mulher.
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Atualizado até capítulo 51
Comments
Luiz Germann
O Leonel, digo, Gerônimo acabou se dando mal, mas mostrou como é habilidoso. Ótimo capítulo.
2023-11-22
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