Capítulo Doze. Leonel

Leonel acordou meio zonzo, sem saber onde estava, o lugar cheirava a urina, suor e cigarro, acreditava estar em algum cais, estava deitado, amordaçado, a garganta seca, tentou se levantar mas às mãos e os pés estavam amarrados, havia um breu enorme no quarto, via pelas frestas algum sinal de claridade, mas bem fraca, fazendo imaginar ser noite; Aguçando seus sentidos podia se ouvir música e risadas ao longe, com certeza ele estava em alguma espelunca. Começou a fazer força e se sacudiu para tentar soltar as cordas, os nos estavam bem atados e com certeza quem teria feito isso era especialista, pois fizera com precisão.

Não tendo muito o que fazer, começou analisar a situação e como conseguiria agir, assim que alguém aparecesse; cansado, com fome e sede adormecia e acordava de tempo em tempo, e nada acontecia, mas numa das vezes, percebeu que ouviam-se outros barulhos, como gente andando, gritos e ruídos de cascos e carroça, já havia mais claridade, então acreditou estar amanhecendo.

Algumas horas depois, não sabia precisar quanto, ouvi-se arrastado de botas vindo naquela direção.

Num rompante abriu a porta, cegando-o, ele fechou e abriu várias vezes os olhos até se acostumar com a claridade, por fim permaneceu em alerta.

— Oras, veja só quem acordou? Achei que teria que jogar aos tubarões, e mostrando os dentes pobres, cheirava a bebida e suor. Leonel começou a se debater e gemer, até que o homem velho, com uma cicatriz que descia da testa passando pelos olho e terminando na bochecha do lado direito e arrastando uma perna foi em sua direção e arrancou-lhe a mordaça.

- Aonde estou? E quem é você?

Homem velho analisou Leonel e deu uma gargalhada, e disse:

 — Eu! mostrou os dentes num sorriso sem som; - — Sou seu pior pesadelo e você está num palácio; nesse instante entraram dois homens enormes com capuz cobrindo -lhes os Rostos e estavam todos maltrapilhos e com um odor fétido, talvez peixe, pelos modos e vestuários, Leonel pensou, são bandidos e ladrões dos becos mais imundos da cidade, deveria estar em Marselha, já que estavam em terra firme, pois logo que ele apagou estavam quase perto do porto francês.

— Escutem, posso dobrar ou triplicar o que os outros lhes deram, nesses instantes o mais alto e mal-encarado o olhou e deu uma gargalhada, e disse:

- Chega de papo, você já foi muito bem pago, agora vamos concluir o serviço, passando a mão num saco de estopa, enfiou na cabeça do Leonel; ele começou a se debater e gritar; parem; posso pagar, sou um duque; e sentiu um dor insuportável na nuca, e antes de apagar, ainda pode ouvir altas gargalhadas.

Quando ele acordou estava em uma cela escura, imunda com uma pequena abertura no alto a qual chamavam janela; Leonel sabia que era um presídio onde estava, pois tinha conhecimento de onde eram levados espiões, ladrões e bandidos de toda a espécie; imaginou ser château d'If prisão essa em Marselha ( referência do presídio do filme o conde de monte Cristo)por ser uma cidade portuária, ele podia sentir o cheiro e o barulho do mar.

Leonel não conseguiu falar com ninguém no tempo que estava aí, precisava a todo custo avisar o rei Jorge, mas nem uma alma viva, queria ouvi-lo ou ajudá-lo. Com o passar dos dias, foi se habituando com o lugar e a situação, de tanto reveidicar, conseguiu livros, mesa e uma cadeira; os carcereiros do lugar conheciam e o chamavam de arrogante, inconveniente e impertinente, quanto mais batiam nele, mais altivo, empolado ficava.

Numa certa manhã, conseguiu convencer um dos ajudantes de cozinha, o qual trazia as suas refeições, a ajudar-lhe mandar uma mensagem ao rei da Inglaterra, propôs uma soma significativa em ouro pelo favor.

— Terá uma oportunidade, o reverendo, ele vem a cada 6 meses, dar extrema unção, fazer confissões, aí você escreve uma carta e digo que entregue por mim a um amigo no cais, que me deve favor, e ele envia no próximo navio para Inglaterra, você ganha e eu também.

Nesse momento Leonel pensou que esse tempo serviria para praticar paciência com esses ignorantes e intolerantes ergastularios.{1}

{1} carcereiros.

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Comments

Luiz Germann

Luiz Germann

Leonel tá passando por poucas e boas, o capítulo está interessante, muito suspense e deixa no ar as dúvidas sobre o futuro de Leonel.

2023-11-22

3

Keoma

Keoma

Agora sim ein, publica logo o próximo capítulo

2023-11-17

0

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Capítulos
1 Sofie
2 capítulo dois Leonel
3 Capítulo Três. Sofie
4 Capítulo quatro Leonel
5 Capítulo cinco. Sofie
6 Capítulo Seis Leonel
7 capítulo sete Sofie
8 Capítulo oito Leonel
9 Capítulo nove Sofie
10 Capítulo dez. Leonel
11 Capítulo onze. Sofie
12 Capítulo Doze. Leonel
13 Capítulo treze Sofie
14 Capítulo quatorze. Leonel
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16 Capítulo dezesseis. Leonel
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19 Capítulo dezenove Sofie
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Atualizado até capítulo 51

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Sofie
2
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