CAPÍTULO 18

— Armstrong mandou chamá-la — disse James assim que entrou no quarto e me virei para dar-lhe a minha atenção. Pelo tom de voz dele, certamente, Megan não o tratou nada bem.

Chris estava ali com a agente e tinha acabado de fechar o colar de prata no meu pescoço. Era aquele presentinho perfeito que Megan me deu e o mesmo combinava com a cor bronzeada da minha pele.

— E onde ela está?

— No escritório.

— E ela disse o que deseja de mim? — Megan mais cedo havia estado ocupada e eu não quis distrair a esposa concentrada.

— Não.

— Ela está bem? Você parece aéreo. Ela fez algo com você? — perguntei e o mesmo negou com a cabeça, dando a sua atenção e pela primeira vez, um olhar fechado para Chris. Me preocupei.

Houve um silêncio nos olhares de ambos, o que eu apenas observei.

— Estou aqui apenas para dar-lhe o recado de Armstrong — e olhou para mim novamente.

Todo aquele suspense estampado no rosto de James me deixou intrigada. O que Megan estava aprontando e o que ele faria com Chris quando eu saísse do quarto?

— Está bem… vou ver o que a minha mulher quer de mim.

Fui até o escritório, abri a porta e então, me deparei com um lindo buquê de rosas vermelhas em cima da mesa que Megan sempre usava para contar dinheiro e assinar papéis importantes.

Peguei o buquê pelo qual me encantei e com o mesmo em mãos, senti Megan chegando de mansinho por detrás de mim. Ela repousou o queixo no meu ombro e cheirou delicadamente o meu pescoço, me fazendo sentir novamente arrepios salientes que me causava. Megan estava tão carinhosa naqueles últimos dias depois de nossa conversa. Todas as oportunidades que encontrava, ela usava para me agradar. Não discutimos mais, só vivemos do nosso amor em cada minuto que se passou.

Cheirei as rosas que possuíam um perfume encantador e bem baixinho, Megan falou:

— Você gostou, meu amor?

— Muito.

— Com este buquê quero te convencer a fazer uma coisa.

— Somente com a sua respiração e o seu sussurro, você já me convenceu — Vi de canto de olho, um sorriso animado em seu rosto. — Confio em você para tudo, meu amor.

— Então… a única informação que terá de mim é a de que a ideia foi do sei best.

— Chris? Qual ideia, Megan? — Me virei de uma só vez, o que acabou fazendo ela se desequilibrar um pouco, mas também acabei deixando o buquê entre nós duas. — Agora você vai ter que me contar! — exigi e ela juntou as sobrancelhas.

Como assim uma ideia de Chris e eu não sabia de nada? Que injusto!

— Você não confia em mim? — indagou e deu um passo para trás.

— Confio, mas… desembucha! Coisas que saem da boca de Chris devem chegar urgentemente aos meus ouvidos!

Ganhei um sorriso travesso e ela cruzou os braços. Vi que ela não contaria nada e desisti. Sua postura rígida agora, era apenas a confirmação de que eu deveria deixar quieto.

— Então quando faremos o que vocês planejaram?

— Quando o seu amigo convencer o namorado a fazer o que vamos fazer.

Nada de concreto passou pela minha cabeça naquele momento, no entanto, entendi o porquê de James estar tão aéreo quando foi falar comigo.

— E o que faremos — perguntei assim que deixei o buquê na mesa — enquanto ele o convence?

Megan trouxe o seu corpo para se juntar ao meu e as suas mãos foram parar no colar em meu pescoço. Ela o analisou por um breve momento e assim olhou nos meus olhos para dizer:

— É realmente lindo, mas você é um bilhão de vezes mais, meu amor.

— Obrigada… eu adorei, Megan. É simplesmente perfeito.

— Tudo deve ser perfeito para você. Você não tem imperfeições.

Me senti tão honrada com as suas palavras e com o seu tom de voz carinhoso que não consegui falar nada. Meu coração palpitou…

Megan me observou e observou…

— Eu ordenei a um ourives que o fizesse o mais rápido possível… ele literalmente trabalhou sobre uma leve pressão.

— Leve pressão, Megan? — a interroguei, vendo que ela ergueu o seu olhar para o teto. Megan estava claramente mentindo.

— Sim. Não foi nada de mais, Stella.

— E o ourives cobrou pelo serviço ou ficou com medo de você cortar as mãos dele?

— Bem… — ela me encarou pensativa — digamos que se ele tivesse errado no processo de criação do colar, ele pagaria com a própria vida — e eu logo bufei e cruzei os braços — mas… se ele o criasse e ficasse do meu gosto, eu o pagaria, não importava qual moeda eu usasse.

— Você não deve ameaçar as pessoas em todos os lugares que vai, Megan! — a repreendi, mas como sempre, ela não se importou.

— Eu posso ameaçar qualquer um, no entanto, isso não significa que eu vá concretizar.

— Eu sei, amor… agora você é uma mulher que não cede mais aos seus maldosos impulsos.

Megan caminhou no escritório, agora com um olhar distante, não sei se o que eu disse acabou causando algo nela.

Acompanhei o seu caminhar e o meu coração começou a me mandar sinais indecifráveis. Assim tive que interrogá-la. Eu não suportava guardar questões sobre o que talvez ela estivesse sentindo em seu silêncio.

— O que houve, Megan? — e ela parou de costas para mim — Por que de repente você se calou?

— Não houve nada, amor… não se preocupe.

— E por que está assim? Vire-se para mim!

Ela girou no lugar e me deu um olhar sem expressão.

— Diga algo! — exigi e vi ela coçar o pulso esquerdo.

— É apenas uma questão mental — e me recompensou com um sorriso repentino, onde pude ver todos os seus dentes. Isso que Megan fazia às vezes me amedrontava. Ela mudava em um piscar de olhos.

— Posso confiar em você sobre isso?

— Pode confiar em mim sobretudo.

— Umm… — e mordi o lábio inferior quando vi ela se aproximar.

— Não me provoque, Stella! Ainda temos planos para hoje. — e não me mordi mais porque o olhar dela já indicava desejo.

O plano de Megan estava me intrigando, ainda mais pela demora de Chris em convencer James a fazer o que para mim estava sendo encoberto.

— Qual parte do meu corpo que você mais gosta? — perguntou, assim que me agarrou pela cintura e me encostou na mesa.

Engoli em seco e acompanhei os seus lábios que desceram para um dos meus ombros. Recebi beijinhos delicados enquanto tentava pensar na resposta para a sua pergunta.

— Responda, querida!

— Ah… eu gosto de tudo em você.

— Mas deve gostar mais de uma única parte… como eu gosto em você — havia luxúria em suas palavras sussurradas na minha orelha.

— Está bem. O que mais gosto em você é… umm… os seus olhos.

— Dos meus olhos? — surpreendeu-se — Por que eles?

— Porque o azul deles é semelhante ao azul dos céus.

Megan não falou nada, apenas o seu beijo de amor demonstrou o quão encantada ficou. Um ato era capaz de ultrapassar mais limites do que palavras e Megan em meio a tudo aquilo, não conhecia limites.

Quando nossas bocas tiveram um pequeno espaço, ela respirou profundamente e disse baixinho:

— Eu também gosto dos seus olhos… o verde deles são a minha esperança.

— Lembro-me que me disse algo parecido há um bom tempo.

Megan apertou os olhos e as suas bochechas mostraram-se fofas, e eu obviamente as apertei. Megan quis fugir, mas não deixei, então ela me suportou, até que de repente, bateram na porta.

— Graças aos céus — ela disse cansadamente e me fez rir, enquanto fui abrir a porta.

Chris estava lá com um olhar animado e se despejasse uma pintada a mais, ele pularia de alegria.

— Imagino que a resposta do seu ruivo tenha sido sim! — disse Megan por detrás de mim.

— James aceitou depois de eu muito insistir — Chris confessou e eu fiquei boiando no meio da conversa.

— Se ele desmaiar, não se preocupe… cuidaremos dele.

— Acho que não é pra tanto, Armstrong… ele não vai desmaiar por causa de uma…

— Besteirinha! — ela foi rápida em interrompê-lo.

Quando foi que chegaram a esse ponto de brincar de esconde-esconde ou a essa cumplicidade? Agora só faltava Chris chamar Megan pelo primeiro nome.

— Ainda continua com o mistério, Armstrong?

Encarei ambos num jogo de olhares. Inacreditável.

— Digamos que a Stella confia em mim. Ela está nas minhas mãos.

— Opa! Pera aí — me manisfestei ali — Não assim como você insinuou, Megan!

— Não leve a mal, meu amor. Segue a onda. Assim como James está nas mãos de Chris, você está nas minhas.

— Haha. Exijo a presença de James agora! Ele, como o meu guarda costas, deve me deixar apar deste mistério.

— Não a necessidade de chamá-lo — Chris falou — James já está no carro a nossa espera.

— E do nada vamos sair?! — perguntei, vendo Megan segurar a minha mão com uma leveza carinhosa.

— Tudo aqui acontece do nada, amor. Vamos fazer o que temos vontade. Vamos nos aventurar um pouco. Não quero que perca o seu tempo apenas aqui na mansão. Somos jovens e devemos desfrutar da nossa juventude.

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