CAPÍTULO 8

O passeio no Rio Arno — o mais extenso da Toscana — foi o último desejo de lua de mel, o passeio foi incrivelmente perfeito. Tudo o que fizemos em Florença foi de extrema importância para o nosso relacionamento e o nosso casamento.

Foi um passeio de barco que Megan comprou e no mesmo, fomos apenas nós duas e o condutor. O condutor do barco, um italiano de olhos claros e vestimenta branca, se manteve calado durante todo o passeio e foi melhor assim, já que Megan certamente iria se irritar se em algum momento, ele vinhesse interromper as incansáveis palavras de amor dela. Passamos aquele momento juntas e ela, incansavelmente, insistiu em repetir os juramentos de quando nos casamos. Foram exatamente iguais os juramentos e principalmente naquela parte em que ela enfatizou que jamais seria pobre.

Megan era uma mulher com muito dinheiro e uma administradora impecável de seus bens. Às vezes, nos dias de lua de mel, cheguei a pensar que a deusa era muita areia para o meu caminhãozinho. Fui sortuda por ter sido a escolhida dela. Se não fosse por Megan, eu não teria conhecido países, não teria desfrutado de coisas luxuosas e absurdamente caras e também não teria descoberto que eu era capaz de amar uma mulher como ela.

— Amor… essa é apenas a nossa primeira vez. Haverá muitas outras e em todas, eu quero vê-la sorrir. Você me promete que sempre irá sorrir assim?

— Prometo.

— Quero te fazer feliz em todos os nossos momentos.

— Você já me faz feliz, meu amor.

— Ah, Stella… ninguém jamais será capaz de te tirar da minha vida.

DIAS ATUAIS

E daquele mar de lembranças, eu fui delicadamente tirada.

Megan, a mulher perigosa que agora tinha 27 anos e que me amava 3 milhões de vezes mais, apareceu na minha frente e se ajoelhou, tirando o espaço que uns minutos antes pertenceu a Âmbar.

O que falar de Armstrong e a golden retriever?

Armstrong sempre sentiu um tanto de ciúmes da pet inofensiva. Era como se ela fosse a segunda e Âmbar a primeira, sendo que para mim, era totalmente o contrário. Megan era a mais importante.

Megan virou o meu rosto para que eu parasse de olhar para o livro e então, me levantou. O livro caiu no piso negro do quarto e a única coisa que vi antes dela me consumir em beijos, foi o desejo em seu olhar hipnotizador.

O beijo ardente e nada sincronizado foi me rendendo ao domínio de Megan e notei que estávamos perto da cama, quando ela encostou-me na mesa de cabeceira, o que ocasionou o cair do abajur. As mãos exploradoras dela correram pelo meu tronco, me apertando em seu corpo e eu logo entreguei suspiros e gemidos para a sua boca faminta. Há alguns dias que não tinha aquele peso prazeroso nos meus lábios e nem a força de suas mãos em mim.

Com a boca dela na minha, senti um aperto no meu seio, outro e na terceira vez, nossos olhos caídos de desejo se encontraram.

— Seja bem vinda, meu céu — desejou num sussurro tentador e me agraciou com uma mordida de lábios — e agora… eu quero que seja minha!

— Meu corpo pertence a você, meu amor.

Megan voltou a me beijar e me guiou para a cama, onde cai sentada com o seu corpo sobre o meu. Megan só largou a minha boca, quando se ergueu e se apressou para arrancar o meu short jeans, juntamente com a minha calcinha.

Eu vi a cabeça dela descendo e logo tomou o espaço entre as minhas pernas. Naquele momento eu já estava molhada e absurdamente excitada, pronta para me entregar e ter o meu corpo dominado.

Senti a língua dela me tocando como se fosse um pincel na mão de um pintor preguiçoso e aquela provocação só me atiçou mais ainda. Gritar com ela seria o mais apropriado e ordenar que me fodesse de uma vez. Mas Megan queria brincar um pouco, queria sentir o meu gosto prolongadamente.

Megan parou e eu me apoiei nos meus cotovelos para ver o que tinha acontecido e encontrei temidas íris azuis escuras completamente dilatadas, mas também um sorriso sedutor e mau.

Voltou a subir na cama e acabou me puxando para cima dela, eu que somente ofeguei sendo controlada facilmente por ela, como se eu fosse uma boneca em suas mãos.

Sentada agora sobre o seu abdômen, eu encarei a sua boca, vendo a sua respiração e o seu busto subindo e descendo e a beijei. As línguas se tocaram com volúpia e ela me influenciou a rebolar em cima dela e quando ela me parou, segurando o meu maxilar, eu vi ela se arrastando e se posicionando cada vez mais embaixo de mim, de forma que eu acabei ficando sentada na cara dela.

Vi de cima, um olhar submisso e vi os seus braços entrelaçando-se nas minhas coxas, juntamente com as suas mãos, tais que serviram na sua tentativa de me deixar mais aberta para ela, mas além disso, me influenciaram a rebolar na boca dela, sentindo a língua dela tremendo e me lambendo. Tive que me acostumar a estar naquela posição nova, o meu corpo não parava de sentir sensações e prazeres. O meu coração consequentemente ficou acelerado e o calor foi apenas aumentando.

Fui cavalgando num ritmo frenético e ela estava ali para se lambuzar e eu daria esse prazer a ela, juntamente com os gemidos que ela tanto adorava. Megan, em três anos de casamento, nunca tinha me colocado naquela posição, ela a maioria das vezes ficava por cima controlando o show. E ela sempre o fazia bem.

Eu perdi as forças quando jorrei em sua boca, me contorcendo e com espasmos, com um prazer intenso e multiplicado, já que Megan não parou enquanto não me ouviu dar o último gemido e suspiro. Ela iria até o fim e nunca me decepcionaria. Eu amava ter orgasmos e gozos intensos e adorava ser dela.

O meu corpo foi virado lentamente e eu encontrei o rosto dela, aquele que mostrava claramente o resultado do nosso amor erótico.

A boca dela veio se juntar a minha e o seu corpo caiu sobre o meu, me fazendo respirar profundamente no meio do nosso beijo.

Megan apoiou as mãos no colchão, me olhou pensativamente e perguntou:

— Gostou do que acabamos de fazer?

— Seria muito pedir para repetirmos? — perguntei e agarrei os dois lados de sua regata preta, puxando o seu corpo para o meu, vendo também o olhar de satisfação e maldade estampado no rosto dela.

— Quer mesmo repetir? — e deu uma olhada no quarto.

— Por que não repetir?

— Bem… a Âmbar ainda está aqui e viu a mamãezinha dela gemendo e cavalgando gostoso.

— Ah, meu deus! Megan?! — Fiquei surpresa e envergonhada — Âmbar?

Megan sorriu de mim…

— Leve-a para outro lugar, Megan… Agora! — ordenei e a mulher despreocupada obedeceu, mas com gargalhadas e mais gargalhadas.

Vi ela abrir a porta e Âmbar sair ao comando dela:

— Vai, vai para o seu titio.

Megan fechou a porta, se virou e voltou para a cama, tendo lentidão nos seus pequenos passos. O seu olhar para mim era analisador e perverso. Eu deixei a vergonha evaporar em segundos, somente pelo simples poder sedutor que ela tinha sobre mim.

Ela subiu na cama e engatinhou até que se ajoelhou no meio das minhas pernas, e assim usou um travesseiro para cobrir a minha nudez e ficou me analisando atentamente.

— Vai ficar quanto tempo hipnotizada, meu amor? — perguntei e ela sorriu apertando os olhos.

— Talvez eu leve algum tempo nesse seu corpo, fique quieta… estou conferindo uma coisa.

— Que coisa?

— Conferindo mais uma vez a beleza da minha esposa.

— Ah é? — e tirei o travesseiro, o que acabou atraindo os olhos de Megan para o meio das minhas pernas.

— Esse lugar aí, eu já conferi, sua danadinha!

— E não quer verificar de novo? — perguntei e puxei o seu corpo para o meu, fazendo ela ficar colada em mim.

Suas mãos a deixaram erguida e eu como sempre embaixo dela.

— O farei assim que você saber de uma coisa muito importante.

— E o que eu devo saber? É algo perigoso? — toquei rapidamente o seu queixo e ganhei um semi cerrar de olhos.

— É algo que eu quero te dizer há um bom tempo.

— Então diga.

— É tão perfeito te ter aqui na mansão, ainda bem que você em breve se formará e não sairá mais de perto de mim.

— Não sairei, meu amor.

— E quando você estiver com este sonho realizado, eu quero que me dê a chance de realizar um desejo do diário, um que escrevi sem que você soubesse.

A olhei pensativa…

— Sei que devemos tomar decisões juntas, mas essa eu não consegui esperar até você estar aqui para podermos escrever.

— Não se preocupe, apenas me diga! Qual desejo é esse? Sei que não é nada que eu possa odiar, ou será que…

— Stella, eu quero que você e eu tenhamos uma filha.

— O que?

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