CAPÍTULO 10

Senti cócegas nos pés e despertei.

De olhos abertos, vi assim que me virei para o outro lado, Âmbar em cima da cama, pertinho de mim e ao lado dela, havia uma rosa cor de rosa. Ao ver aquele simples e carinhoso presente, eu sorri. Imaginei que alguém havia deixado a mesma a li a mando de Megan porque ela havia viajado para uma das filiais, uma viagem de última hora.

Acariciei os pêlos sedosos de mbar e peguei a rosa. Pude saber o perfeito aroma da rosa e soube de imediato que era o perfume de Megan — aquele perfume apaixonante — que ela nunca deixava de usar.

As cortinas da grande janela estavam fechadas e mesmo assim, eu sabia que era dia.

Me levantei e deixei a rosa sobre o meu travesseiro. Dei uma olhada no quarto e então, segui para o banheiro. Eu amava tomar banho pelas manhãs e gostava ainda mais se Megan estivesse comigo, me fazendo carícias. Naquele dia de quinta feira eu não teria os seus toques amorosos, ela estava longe e eu ficaria sem aquele prazer.

Eu estava na mansão Armstrong a mais de dez dias desde que voltei de Ox e em quase todos aqueles dias, Megan ficou sonhando acordada e falando alto os seus pensamentos, pensamentos sobre o bebê que ela tanto desejava que eu tivesse. Decidimos que teríamos um bebê e faríamos tudo conforme os conselhos do médico. Aquele desejo de Megan se tornou nosso, porque eu também queria ser a mãe da filha de Armstrong, ser aquela que a honraria com tal bênção e felicidade.

Como era manhã e eu tinha o costume de me alimentar, fui em busca de Chris para que pudéssemos tomar o café da manhã juntos.

Quis bater na porta do quarto em que ele dormia, mas não movi um dedo porque acabei vendo por uma pequena abertura na porta, o pequeno Chris com o seu amado ruivo num momento bastante comprometedor. A cama estava bagunçada e ambos estavam em cima, se amando.

Sorri com um sorriso mal e fechei a porta completamente. Os deixei naquele ninho de amor e fui para a cozinha.

Esqueci aquela cena no caminho para a cozinha e quando cheguei na mesma, deparei-me com a senhora Tônia terminando de fatiar maçãs num prato quadrado e branco. Ela estava de costas e parecia bem atenta no que fazia. Aquele montinho de fatias de maçãs parecia delicioso.

Âmbar me seguia para todos os lugares, sempre estava por perto e naquele momento, ela roçou o pêlo nas pernas da senhora Tônia, o que a assustou e roubou-lhe um sorriso.

— Bom dia, senhora Tônia?

— Bom dia, menina Armstrong — disse ela se virou mostrando um sorriso largo. A companhia daquela senhora era tão agradável — Megan ligou e disse para preparar um café da manhã bem gostoso para você.

— E o que preparou, huh? — dei uma olhada por cima, como se eu estivesse dando uma espiada e Tônia sorriu, já indo com a bandeja para colocar sobre a mesma o meu café da manhã.

— Waffles, torradas, frutas vermelhas e suco, e essa suculenta maçã fatiada — vi ela preparar os pratinhos na bandeja — Você deve se alimentar bem!

Tônia meio que engrossou a voz no fim de suas palavras e eu sorri para ela, com aquele sorriso de menina travessa.

— Ah, Tônia, você não sabe o quanto eu amo a minha esposa — sei que falei num tom sonhador.

— Sei que você é feliz somente por ter este olhar brilhante e apaixonado.

— Sim, eu sou extremamente apaixonada por ela.

— Se eu continuar aqui, eu vou ter que aguentar esses seus olhares bobos! — disse ela e sorriu.

— Para isso não existe cura — brinquei.

— Certo, menina. Agora vá comer. Bom apetite.

— Obrigada, te amo.

Ela assentiu com um sorriso simples e eu saí da cozinha com a bandeja em mãos.

Fui para a cadeira de descanso próximo a piscina. Lá, eu comecei a comer, a provar a deliciosidade daquele café da manhã e junto com aquilo, eu comecei a pensar nela, na minha mulher.

Foram muitos pensamentos e em muitos refletindo sobre o nosso belo casamento.

Então fiquei assustada com o barulho da água da piscina. Christian havia se jogado certamente de uma vez e agora nadava para a borda, com os seus cabelos e o seu rosto molhado, e com toda aquela paisagem vinha um sorriso radiante. — Todos já sabem o que o futuro médico estava fazendo.

Peguei uma fatia de maçã e comi observando calada.

— Gostou da rosa cor de rosa? — ele perguntou e se apoiou no borda com as mãos abertas.

— Foi você quem a colocou lá?

— A poderosa Armstrong ordenou que eu o fizesse e se por acaso você acordasse, ela cortaria os meus dedos — falou um tanto medroso.

— Pelos menos você livraria a sua língua leviana dessa vez.

Chris fechou os olhos num sorriso largo e safado.

— Você por acaso…

— A culpa é sua por não ter fechado a porta devidamente!

— Ah, Stella… a vontade que eu estava por ele, me deixou cego.

— Imagino.

Joguei uma das frutas para ele, que pegou no ar e logo levou à boca.

— Você parou para pensar que já está na hora de vocês, sei lá… pensarem no casamento?

— Ele seria o marido perfeito — falou sonhador.

— Concordo.

— Mas não podemos nos casar agora. Devo terminar a universidade primeiro.

— Não há necessidade de vocês esperarem, por acaso não percebeu que sou uma universitária casada?!

Chris ficou num modo reflexivo.

— Acho que se você pedir James em casamento, ele aceitará — comentei, enquanto brincava com a comida na bandeja.

— Sei que uma conversa pode resolver.

— É, mas vai depender do tipo de conversa que vocês terão.

Ele sorriu e revirou os olhos.

— Ah, Stella… não quero adiantar o futuro. Quero viver dia após dia.

— Você tem razão.

— Você também tem razão, querida. Você sabe que a sua opinião me importa muito.

— Obrigada, Chris.

Rimos um para o outro e vimos o ruivo vindo em nossa direção. James tinha sempre um olhar sério e erguido, em pouco tempo ele estaria igual a Mercier.

Assim que parou ao meu lado, ele disse:

— Armstrong ligou e disse que…

— O que ela disse? — me apressei em saber dele qualquer coisa da minha esposa e acabei interrompendo ele, que me olhou assustado.

— Bem — ele limpou a garganta — Armstrong mandou avisar que não voltará hoje.

— E por que não? — Fiquei um tanto pensativa.

— Surgiu um imprevisto.

— E ela não perguntou sobre mim, James?

— Sim e eu disse que você estava bem.

— Ah — me deitei na cadeira de descanso e olhei para o céu azul sem nuvens.

— E disse por fim que — James falou, após se calar por alguns segundos e eu o encarei — que ama você.

Somente aquilo foi capaz de me devolver o meu sorriso.

— Não fique preocupada, Stella — Chris disse e eu olhei em sua direção, assim que me apoiei nos cotovelos — A mulher perigosa é somente sua e pelo que eu imagino, nas filiais ela só se encontrará com homens.

— Chris! Não me faça ter pensamentos negativos — o repreendi — eu sei que Megan é somente minha.

— Perfeito. Agora venha para a piscina.

Fiquei pensativa com aquele pedido dele.

— Eu não deixarei você se afogar, Stella! Eu sei que se algo acontecer com você, a Megan é capaz de arrancar os meus braços.

Chris tinha um milhão de medos quando se lembrava que Megan poderia machucá-lo.

— Está bem — fui para a piscina, me sentei na borda e me apoiei nos ombros dele para entrar na água, que naquele momento estava um tanto fria, mas perfeita para os graus celsius daquele dia.

Enfim, dentro da piscina, me apoiei com os braços na borda e Chris ficou ao meu lado de prontidão, enquanto o ruivo apenas nos observava.

— Sabe o que eu acho que vocês devem fazer? — falou uns segundos depois.

— Em relação a que?

— A você e a sua esposa.

— Diga, Chris. O que você acha que devemos fazer?

— O que todos os casais fazem.

— Sexo?

— Não, boba! — me repreendeu, me dando um tapinha no ombro.

— Todos os casais fazem! — sorri enquanto falei.

— Façam juntas uma tatoo.

— Tatoo?

— Sim. É uma coisa bem ideal e irada, mas também é algo que aumenta a conexão do casal.