Capítulo 18

O impacto do encontro com Pedro na escuridão foi como um choque elétrico para mim. O coração batia descompassado, e meu corpo parecia travar em surpresa. Ainda mais, quando ele apoiou suas mãos quentes e grandes em minha cintura, me impedindo de cair no chão.

— Desculpe, eu não queria assustá-la. — murmurou Pedro, a voz um sussurro próximo ao meu rosto.

Não consegui evitar notar a maneira como seus olhos encontraram os meus, um lampejo de algo indecifrável passando por eles.

— Tudo bem. — murmurei de volta, tentando esconder o tumulto que sua presença causara.

Foi então que me afastei daqueles toques. Seu olhar encontrou o meu e pude ver a urgência nele. E naquele momento, uma ideia me surgiu. Era agora ou nunca.

— Você... você pode me ajudar a sair daqui? — sussurrei, a voz trêmula.

Olhei para Pedro, vendo a indecisão e a preocupação dançarem em seus olhos. Sem dizer uma palavra, ele negou.

— Mas, por que quer sair daqui? O meu irmão te fez alguma coisa? Diga-me. — indagou Pedro, aproximando-se de mim. Dei alguns passos para trás, para que ele não me tocasse.

— Não me fez nada. Mas, eu preciso sair daqui, preciso ver minha família, Pedro. A minha família mora na Itália e só você pode me ajudar.

— Vou arrumar um problema enorme com meu irmão. Você não imagina como ele é explosivo. Não fuja, é para o seu bem, anjo. — disse ele. — Por você, ele é capaz de provocar uma guerra mundial.

Pedro passou por mim e subiu para o quarto. Me senti frustrada por aquilo. Pensei que ele iria me ajudar. Mas custe o que custar, vou sair dessa casa, e amanhã mesmo. E Pedro vai me ajudar, querendo ou não.

Naquela noite, enquanto a mansão estava mergulhada no silêncio das sombras, senti a determinação crescer dentro de mim. Sabia que enfrentaria desafios, mas o amor pela minha família me guiava.

Caminhei até a cozinha, preparei algumas frutas em depósitos, e algumas comidas básicas que sei que não estragariam. Subi até meu quarto, arrumei minhas roupas em uma mala pequena. Assim que terminei, caminhei até a janela. Os seguranças andavam por ali, estavam armados até os dentes. Passei as mãos pelos meus cabelos, tentando pensar no que irei fazer. O carro de Pedro estava estacionado na frente da mansão. Eu esperarei que ele durma, e assim entrarei no quarto dele, pegarei as chaves do carro e destravarei. Aproveitarei e colocarei a minha mala dentro. Pela manhã cedo, eu entrarei no porta-malas e tudo dará certo.

Esfreguei as mãos uma na outra, na tentativa de me acalmar. Eu estava tão nervosa, parecia que estava tramando matar alguém.

Peguei uma pistola que estava escondida na gaveta do quarto de Ferrari, e caminhei até o quarto de Pedro. Entrei na pontinha dos pés. Meus olhos captaram a chave em cima do criado-mudo, e consegui tirar uma das chaves do chaveiro e coloquei rapidamente no bolso. Com cuidado fui colocando a chave em cima do criado-mudo, quando senti mãos fortes me agarrarem e me desarmarem. A pistola juntamente com as chaves caíram no chão. Senti o meu corpo ser encostado na parede, enquanto minhas mãos estavam presas atrás das minhas costas.

— Droga, cunhadinha, não quer fazer com que eu te mate? — sua voz grossa fez meu corpo arrepiar. — O que ia fazer com essa arma? Ia me matar?

— Se fosse necessário, sim. — confirmei. — Eu quero que me leve para a Itália amanhã mesmo. — meu corpo foi virado para ele, seus olhos de um tom verde escuro, me encararam com desafio.

— Está louca? Será que não entendeu que meu irmão não é um cara de boa? Você gosta de colocar as pessoas em perigo, bebê. — ele me soltou, pegando a pistola do chão. As chaves colocou no bolso, e tirou as balas da arma, me devolvendo a mesma, sem as balas. — Sabe, Sofia, eu admiro você, é tão corajosa. Mas tem muita coragem para morrer. Isso significa que você não é inteligente, não sabe bolar estratégias. Agora saia do meu quarto, porque se tiverem aqui, vão pensar que estou te desrespeitando.

Olhei para o Pedro, e só então percebi que estava sem camisa. Assenti com a cabeça e sai do quarto, indo para o meu. Peguei a minha mala de rodinhas e a coloquei próxima à porta, para deixar no ponto de sair.

— Acha mesmo que não sou esperta, Pedro? — falei olhando para a cópia da chave que peguei. Ele nem vai sentir falta amanhã.

Deixei que os guardas se aquietassem e fui até o carro. Destravei e coloquei minha mala no porta-malas. Faltava pouco para amanhecer. E de quebra já fiquei logo dentro do porta-malas. Lana não vai dar conta de mim pela manhã. Vai pensar que ainda estou dormindo. Não costumo acordar muito cedo.

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Comments

Chelep1010@gmail.com Mariana

Chelep1010@gmail.com Mariana

Engraçado quando ela ficou desempregada, quando foi despejada não se preocupou com a família nem falou com a tia.
Ia fugir para outro pais e agora que casou-se com o bambam da porra toda. Quer vê a família pq bateu saudades 🤔

2024-01-22

7

Martha Roque Pinto

Martha Roque Pinto

vou esperar o que a autora tem em mente rsrs

2023-11-21

2

Martha Roque Pinto

Martha Roque Pinto

ela não só está colocando a vida dela em risco, como está pondo a vida da família, também em risco. já estou achando que eles não vão acabar juntos, a estória está perdendo o sentido.

2023-11-21

2

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