Capítulo 16

Pensei que Ferrari mudaria suas atitudes, que teríamos uma conversa calma e que ele estaria disposto a mudar aquela situação. Porém, me enganei. Ferrari, sempre Ferrari.

Ele aproximou o rosto do meu, forçando-me a olhar nos seus olhos. E novamente, aquele perfume masculino invadiu-me com força total. Só consegui observar seus lábios avermelhados. Às vezes, olhava nos olhos dele, outras, só conseguia encarar aqueles lábios suculentos.

— Escute-me muito bem, amorzinho. Seu esposo aqui ama meninas obedientes. — Disse, aproximando a boca bem perto do meu ouvido. — Então, vai fazer o que eu mandar, na hora em que eu mandar. — disse ele, em um tipo de ordem. Esperei que ele me beijasse, para morder os lábios dele. Fiz sem pensar.

Ferrari, passou as mãos nos lábios, limpando o sangue que saía. A fúria estava estampada na sua face. Sem esperar por aquela ação, ele me deu um tapa no rosto.

— Nunca mais faça isso. — disse entre dentes.

Eu juro, que eu não esperava isso da parte dele. Os meus olhos, encheram-se de lágrimas, não pude conte-las. Sai dali correndo para o meu quarto, até que ouvi a voz dele ecoar:

— Vou estar te esperando aqui para jantarmos, desça em 5 minutos, ou irei te buscar. — disse antes de eu fechar a porta do quarto.

Corri até o banheiro, e chorei tudo que eu tinha para chorar. Tentei parar as lágrimas, mas elas não me obedeceram. Tomei banho, me arrumei e desci para a sala. Com toda a certeza, os meus olhos estavam inchados pelo choro, pois os mesmos ardiam.

Sentei na cadeira ao redor da mesa, fiquei todo o tempo de cabeça baixa, não olhei para ele, nem um só momento. O que eu percebi pelo canto de olho, é que estava com uma compressa de gelo no lugar que eu mordi.

Ferrari levantou-se do seu lugar, veio até mim e sentou na cadeira a minha frente. Sinto os seus dedos mornos, erguerem o meu queixo, me fazendo olha-lo.

— Vamos esquecer o que aconteceu aqui. — disse calmamente, secando as lágrimas teimosas, que caíam dos meus olhos. — Não chore por favor, eu não gosto de ver você assim. Você errou, eu errei. Mas, vamos recomeçar novamente. Em partes, eu sou culpado, porque se eu não tivesse saído para o trabalho, e eu tivesse ficado aqui com você, isso não teria ocorrido. — disse alisando o meu rosto com as suas mãos.

Eu não falei nada, apenas continuei calada, escutando ele falar. O que eu conseguia no momento, era somente chorar. Chorei bastante, ele todo o tempo me acalmando. Fomos servidos com o jantar. Comemos em silêncio o tempo inteiro. Enquanto eu comia, pensava em toda a minha vida. Eu estava longe dali.

— Vou ter que sair às 22:00h, terei que resolver algumas pendências. Mas, terei um tempo com você e para você, meu anjo. — disse me olhando.

Eu pouco toquei na comida, não estava ruim. Mas é que naquele instante, a comida não parecia me animar. Eu não sentia fome, mesmo estando com uma cara ótima.

— Eu não estou com fome. — olhei para Ferrari. — Tudo bem, se eu for para meu quarto?

Ferrari assentiu com a cabeça, me dando permissão para me retirar, e foi o que eu fiz. Subi as escadas, o mais rápido possível. Assim que cheguei no meu quarto, fui diretamente até o espelho do banheiro. Me fitei, e chorei por mais alguns segundos. Fechei os olhos, imaginando estar em outro lugar, que não fosse ali. Até, que eu senti mãos firmes na minha cintura, e beijos suaves pelo meu ombro desnudo.

Abri os olhos, e através do espelho, vi que era Ferrari. Ele me encarou através do espelho. Os seus olhos, estavam sobre carregados de desejo e luxúria. As suas mãos passearam pelo meu corpo, me causando arrepios, que eu não queria sentir.

— Feche os olhos. — me pediu gentilmente.

Fechei os meus olhos, sentindo cada toque das suas mãos, cada arrepio do meu corpo, em resposta aos toques dele. Senti as suas mãos, afastarem os meus cabelos, e beijar as minhas costas. Eu tenho raiva dele. Porém, não entendo, para onde toda essa raiva vai, quando ele me toca.

Me virei para Ferrari, fazendo-lhe uma pergunta:

— Por que você me escolheu, Ferrari? Por que não escolheu outra pessoa? — sequei as lágrimas que caiam novamente.

— Porque, desde a primeira vez que eu te vi, fiquei louco por você. Eu desejei te ter pra mim, e você está aqui. — disse ele, colocando a mecha do meu cabelo, atrás da minha orelha.

Ferrari não me ama, ele apenas sente desejo por mim. A verdade, está estampada em cada palavra, que ele me disse. A sua obsessão, que me manteve ao seu lado, que me fez assinar um casamento que eu não queria. Eu não posso me entregar, a uma pessoa assim. Se eu faço isso, me arrependo depois.

Me afastei dele, ele me olha confuso.

— Eu não posso, não estou pronta. — falei.

— Tudo bem! Quando estiver pronta, me fala.

Ele beijou o topo da minha cabeça, e saiu. Passos silenciosos ecoaram pelo corredor, indicando que Ferrari havia deixado o quarto. Fiquei ali, sozinha, tentando processar tudo o que havia acontecido. Era um turbilhão de emoções e pensamentos conflitantes.

A noite caiu e as sombras dançavam pelo quarto, acompanhando a minha inquietação. Resolvi abrir a janela, deixando o ar noturno invadir o ambiente. Olhei para as estrelas, buscando algum tipo de conforto na imensidão do céu.

O toque suave da brisa acalmou um pouco o meu coração acelerado. Fechei os olhos e respirei fundo, tentando encontrar um pouco de paz dentro de mim mesma.

Horas depois, quando o silêncio da mansão se tornou ainda mais profundo, ouvi um leve bater na porta. Era Lana, a mulher que me acolhera mais cedo.

— Posso entrar, querida? — sua voz suave quebrou o silêncio.

Assenti com a cabeça, agradecendo por sua presença. Lana entrou com um olhar preocupado, como se soubesse o quão desafiador aquele momento era para mim.

— Como está se sentindo, Sofia? — perguntou com gentileza.

— Confusa, Lana. Tudo é tão... complicado. — admiti, deixando as palavras saírem.

Ela se sentou ao meu lado, oferecendo um ombro amigo.

— Às vezes, a vida nos coloca em situações difíceis para nos mostrar do que somos capazes. Você é forte, Sofia, e vai encontrar o seu caminho.

O conforto nas palavras de Lana foi como um bálsamo para a minha alma. A presença dela era um raio de luz na escuridão que parecia me envolver.

Conversamos por um tempo, compartilhando histórias e risos que trouxeram um pouco de alívio para a minha alma cansada. Percebi que, apesar das circunstâncias, eu não estava completamente sozinha naquela mansão.

Quando a noite se tornou madrugada, Lana se despediu com um sorriso caloroso.

— Lembre-se, Sofia, cada amanhecer é uma nova oportunidade. Nunca perca a esperança.

Fiquei sozinha novamente, mas agora, não era mais com um sentimento de desamparo. Havia uma chama de determinação crescendo dentro de mim.

Deitei-me na cama, olhando para o teto, pensando no que o futuro reservava. Sabia que não seria fácil, mas também sabia que eu tinha força para enfrentar qualquer desafio.

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Comments

Eliane cordeiro

Eliane cordeiro

isso é síndrome de estolcomo kkkkkk

2024-03-13

0

Eliane cordeiro

Eliane cordeiro

o cara bate nela e ela sente arrepio quando ele toca é isso mesmo Brazil, se fosse eu queria era taca fogo nele kkkkkkkk

2024-03-13

0

Eliane cordeiro

Eliane cordeiro

mais é um cavalo mesmo eu colocaria veneno de rato na comida dele

2024-03-13

0

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