Capítulo 04

— Onde estava que veio chegar a uma hora dessas?

— Estava me divertindo um pouco, tia. Não se preocupe, estou bem.

Ela se levantou de onde estava e veio até mim. Aproximou o rosto calmamente e me cheirou.

— Você bebeu? E diz que está bem? Já imaginou se a sua mãe e seu pai soubessem disso? Eles me arrancariam a cabeça, Sofia.

— Perdão, tia. Prometo que nunca mais farei isso.

Ela fecha a cara e concorda com a cabeça. Se vira e sai dali para dentro do quarto dela. Caminho até o meu quarto. Tomei um banho e escovei os dentes. Antes de pegar no sono, pensei em tudo o que aconteceu no escritório do Ferrari. Lembrei-me dos seus olhos sobre mim, que eram tão escuros e cheios de desejo. Afastei esses pensamentos da cabeça e acabei adormecendo.

Acordei cedo, com Lili me ligando. Peguei o celular e atendi. Ficamos conversando por horas. Ela queria saber como fui parar em casa, o que eu estava fazendo por ter custado tanto na noite anterior. Ela me fez milhões de perguntas que eu não queria responder, já que estou com enormes problemas e não preciso arrumar mais um. Eu apenas evitei responde-las.

Assim que a ligação foi encerrada, me levantei e fui tomar banho. Retornei para o quarto quando ouvi o meu celular anunciar uma nova mensagem.

"Bom dia! Anjo, quero te ver. Estou indo até a cafeteria, e passo aí para te pegar!

Ass: Ferrari

— Como esse homem conseguiu o meu número? Quem ele pensa que é para pegar o meu número sem o meu consentimento?

Perguntei para mim mesma, olhando para a mensagem. Estou me sentindo indignada por essa situação. Não fiquei só olhando a mensagem, resolvi responder.

"Eu não quero te ver, me poupe da sua presença inoportuna. E se vier, ficará esperando do lado de fora, porque sou capaz de dar ordens para o porteiro não deixá-lo subir."

A mensagem foi recebida por ele, mas ele não me respondeu. Me achei a f0dona, por ter simplesmente calado ele. Deixei o celular em cima da cama e fui me virando para pegar uma roupa no closet quando o celular tocou. Dessa vez, o número era desconhecido, não aparecia número. Algo me diz que é ele.

Peguei novamente o celular e coloquei no ouvido. Porém, não disse nada, fiquei apenas escutando.

— Sofia, você está perdendo a noção do perigo. Sei que é uma boa menina, é inteligente e sabe quando estou falando sério. Eu não estou para brincadeira. Olha as mensagens que eu te enviei agora mesmo, porque você não pode falar comigo, mas sei que está me escutando. Seu pai é um homem muito bacana, e a sua mãe? Uma mulher hospitaleira. Seu pai tem uma boa condição, trabalhando na empresa "Império Ferrari", que por coincidência da vida, é minha. Você não ia gostar de vê-lo na rua, passando por situações complicadas, ou até fome, por sua causa.

Olhei as mensagens enquanto ele falava. Vi fotos do meu pai e da minha mãe, estavam com ele, em um tipo de reunião. O meu coração palpitou no peito, e a minha garganta secou. Ele conhece a minha família, ele me tem nas mãos. Porém, não vou mostrar a minha fraqueza.

— Não tenho medo das suas ameaças, Ferrari.

Falei, mas só eu sei o quanto estava sim sentindo o medo me percorrer. A minha família é tudo para mim, é minha base e, ao mesmo tempo, minha fraqueza.

— Eu, no seu lugar, teria. E para saber que eu não estou brincando, te mostrarei até onde eu posso chegar, quando toda vez você se recusar a sair comigo.

Ferrari encerrou a ligação, sem nem me dar a oportunidade de falar mais algo.

— Querida, você não vai à entrevista de emprego!? Já está mais que atrasada.

A minha tia grita da sala, e só então me lembrei da entrevista que hoje eu teria. Como eu estudo na parte da tarde, trabalharei meio período para ajudá-la em casa. A loja que começarei a trabalhar é próxima de casa, dá para ir caminhando.

Me arrumei rapidamente, fiz uma maquiagem leve. Peguei a bolsa e desci para a cozinha. Dei um beijo na cabeça da minha tia, tomei o meu café da manhã, que ela fez, e fui para a entrevista. Fiquei na fila esperando a minha vez chegar, e quando chegou, adentrei o amplo espaço. A moça olhou o meu nome no crachá e imediatamente me disse que não poderia me contratar.

— Me desculpe, senhorita Sofia, mas não poderemos contratá-la para a vaga de serviço. O seu currículo é ótimo, te colocaria nesse instante, mas não podemos. Sentimos muito.

— Como assim? E porquê não?

— Alguém muito importante nos ligou e nos proibiu de lhe dar um trabalho conosco. Ele disse que você sabe quem é, pois lhe ligou muito cedo hoje.

Peguei as minhas coisas e fui saindo dali, sem olhar para trás. As lágrimas ardiam nos meus olhos e a raiva me consumia por inteira. Já posso até imaginar quem foi o causador disso tudo.

Como farei para ajudar a minha tia? O aluguel, as contas?

Passei as mãos pelos cabelos. Avistei um banco na praça e me sentei, e fiquei pensando na minha vida e no azar que estou tendo, desde ontem, por ter conhecido aquele infeliz. Se ele estivesse na minha frente agora mesmo, era bem capaz de eu esfolá-lo.

O meu celular tocou na bolsa, anunciando uma nova mensagem.

" E agora? Acredita no quê posso ser capaz, Sofia? Te pego amanhã, para tomarmos café juntos. Hoje não posso, estarei em uma reunião importante.

Eu nem sequer tive vontade de respondê-lo. Peguei o celular, coloquei na bolsa e me mandei de volta para casa.

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Comments

Rosemare Araujo

Rosemare Araujo

daki a pouco ele estará de 4 por ela😍

2024-04-23

0

Simone Ferreira

Simone Ferreira

Tadinha de Sofia, que homem ridículo,já estou pegando ranço dele, palhaço rsrsrsrsrs

2024-03-11

1

Julia Santos

Julia Santos

como é que um hm feito kkkkk
vai atrás de uma criança hein

2024-03-07

0

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