Capítulo 11

Cheguei em casa e fiquei pensando: como pode existir alguém tão insano neste mundo, praticamente forçando uma pessoa a se casar com ele, apenas por capricho? Ferrari sabe que me tem nas mãos, conhece meu ponto fraco, e se aproveita disso.

Eu não posso permitir que meus pais sejam afetados. Ele entrou em minha casa justamente para me atingir. Há algo na história da Ferrari que não se encaixa; talvez ele já me conhecesse. Como ele conseguiu entrar na minha casa e acabar chegando até mim? Ele deve estar mentindo, e vou descobrir."

Mas se ele pensa que vou facilitar para ele, está muito enganado. Ele quer jogar, não é? Então vamos jogar.

Peguei meu celular e liguei para Lili, a convidei para ir à boate esta noite. No começo, ela relutou, mas insisti bastante até que aceitou.

Demorei algumas horas, pois fui tomar banho e me arrumei direitinho. Vesti um vestido decotado, com uma fenda em V na altura dos seios que os realçava perfeitamente. O vestido ficava bem colado em mim e era bem curto. Caminhei até o espelho, fiz uma maquiagem leve, mas profissional.

Lili passou aqui no apartamento para me pegar, e seguimos para a boate. Assim que cheguei, já fui dançando. Procurei meu noivo na área VIP, mas não o vi. Fui até o bar, pedi uma bebida e a tomei em grandes goles. Todos os homens ali me olhavam com desejo. Há tempos não me sentia tão poderosa assim.

Andei na frente dos homens até a pista de dança e comecei a me movimentar conforme a música. Até que senti alguém me envolver com os braços e sussurrar no meu ouvido:

— Você não tem amor próprio, Sofia.

Meu corpo se arrepiou só de ouvir aquelas palavras. Eu já sabia quem era.

Ferrari não me soltou, continuou me segurando enquanto falava no meu ouvido.

— Perdeu a noção do perigo?

Dito isso, Ferrari pegou no meu braço e me arrastou até o carro dele, que o manobrista trouxe.

— Me solta... Se não me soltar, vou pedir socorro.

Falei sendo colocada no carro, sem nenhum pingo de delicadeza.

— Grita, mas grite bem alto. Se chamar atenção para nós dois, todos os malditos homens que te desejaram esta noite saberão que você é minha.

Dei uma última olhada para trás para ver se via Lili, mas não a vi.

— Não precisa ser tão grosso.

Reclamei, mas ele não se importou. Ferrari entrou no carro, ligou e saiu cantando pneu. Dirigindo em alta velocidade, apertou tanto o volante com raiva que a ponta dos dedos ficou branca.

— Você não sabe o quanto estou me segurando para não fazer uma besteira, Sofia. Eu te dei minha confiança e você pisou nela.

Ferrari falou depois de um tempo em silêncio.

— Tem noção do que fez? Saiu sem a minha permissão, e ainda vestida como uma mulher vulgar, desfilando no meio de um monte de machos, que mal podiam esperar para te ter.

Era nítida a raiva que Ferrari sentia. O modo como dirigia parecia que não se importava com a vida, como se quisesse nos matar a qualquer custo.

— Deveria, ao menos, ter respeito. Não sou nenhuma mulher vulgar.

Reclamei olhando para a estrada.

— Não quero ouvir suas palavras.

Disse entre dentes, parando o carro no acostamento. Ferrari olhou fundo nos meus olhos, transbordando raiva.

— Escute muito bem, Sofia. Amanhã mesmo, vou providenciar os papéis para o casamento. E já te aviso, não aceitarei mais nenhuma gracinha da sua parte.

Engoli em seco, sem dizer uma palavra para não piorar a situação. Ferrari seguiu o caminho em silêncio melancólico.

Assim que o carro foi estacionado em frente ao hotel, fui abrir a porta, mas estava trancada.

— A porta, por favor, abra.

Falei olhando para ele.

— Está avisada, Sofia. Estou de olho em você a todo momento, 24 horas por dia. Não cometa nenhum deslize, senão as coisas não vão acabar bem para o seu lado.

Ele destrancou a porta do carro. Saí praticamente correndo até o apartamento. Assim que entrei, minha tia acendeu o abajur. Eu não sabia quando ela voltaria da viagem, nem mesmo me ligou para avisar.

— Oi tia, que bom que chegou.

Ela me olhou, completamente séria.

— Por que não me ligou para avisar que estávamos sendo despejadas, Sofia?

Ela cruzou os braços, esperando minha resposta.

— Eu não queria preocupá-la, tia. E ainda por cima, minha chefe ainda não me mandou mensagem para retornar ao trabalho. Não se preocupe que vou falar com ela, para me emprestar um dinheiro.

— Nossa situação não está nada boa. O síndico já veio falar comigo. Então, terá só até amanhã, caso contrário, estarei me mudando para a casa de uma amiga, e você vai voltar para a Itália. Não precisarei mais de você aqui.

Ela foi para o quarto, enquanto eu concordei com a cabeça. Preciso voltar para a casa dos meus pais, e Ferrari não vai gostar disso. Tenho que fugir dele para que não me encontre. Não voltarei para a Itália. Não colocarei minha família em risco.

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Comments

Simone Ferreira

Simone Ferreira

Caramba,Sofia vem de longe para ajudar a tia e ela a trata assim ,que mulher mal agradecida 🤦🏻‍♀️

2024-03-11

3

Boreal

Boreal

caramba, essa tia dela não é fácil de suportar

2024-02-13

3

Boreal

Boreal

lapada seca

2024-02-13

1

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