Capítulo 05

No dia seguinte...

A minha vida mudou drasticamente quando vi Sofia pela primeira vez. Eu havia viajado para a Itália a negócios, e quando retornei, ao passar por uma estrada próxima à escola, os carros pararam no sinal para que os alunos atravessassem a rua. Foi nesse momento que a vi. A brisa do vento bateu contra seus cabelos, os jogando para trás, enquanto algumas mechas foram para frente do seu lindo rosto, lhe dando um ar... "sexy".

O sinal abriu e seguimos para a "boate". Enquanto conversava com Dylan sobre alguns assuntos importantes, eu pensava na garota. Ela é uma mulher difícil de tirar dos pensamentos. Ainda não sei o que sinto por ela, mas há um sentimento de posse, como se ela fosse minha desde o momento em que pus os olhos nela.

Minha obsessão por ela é tão grande que mandei fazer um quadro grande com sua foto e o coloquei na minha sala de escritório em casa. Procurei saber tudo sobre ela. Quando digo tudo, é tudo.

Sei a data de seu nascimento, a família, onde nasceu, onde mora, e por que veio morar aqui em São Paulo. A tia dela está muito doente, e ela veio para cuidar dela. Estou por dentro de tudo.

À noite, estava na "boate" quando a vi entrar pela porta do escritório. Fiquei completamente sem ação, nunca imaginei que a encontraria ali naquele lugar. Mas, já que o destino a trouxe até mim, não a deixarei escapar.

Após encurralar Sofia em sua vida, deixando-a sem saída apenas para que aceite sair comigo, estou aqui na frente do hotel onde ela mora, esperando-a descer, mas ela não aparece.

— Senhor, quer que eu suba e a traga — Aidan, meu segurança particular, pergunta.

— Não, Aidan. Ela é inteligente e sabe que comigo ninguém brinca, muito menos me deixa plantado esperando. Ela já teve uma prova disso.

Pego meu celular e novamente mando uma mensagem para ela, avisando que estou esperando há muito tempo. Ela nem sequer responde às minhas mensagens, o que me deixa furioso. Odeio ser ignorado.

Quando estou prestes a ir até o apartamento de Sofia, vejo-a passar pelo portão. O porteiro a cumprimenta, e ela vem caminhando até mim com um sorriso forçado no rosto, que dá para perceber o quanto está forçando. Ela é tão linda, parece um anjo.

Meu segurança entra do lado do motorista, enquanto eu abro a porta do lado do carona para que Sofia entre, e assim ela faz.

— Está linda, princesa.

Olho para ela de cima a baixo, contemplando o quanto está maravilhosa. Vestida em um vestido preto, que realça perfeitamente suas belas curvas. Sofia não me dirige uma palavra sequer.

— Você me deixa completamente louco, Sofia.

Falo, entrando no carro e sentando ao lado dela, sentindo o bom cheiro de seu perfume suave que me deixa ainda mais louco.

— Vamos, Aidan.

Vejo que ela não vai falar nada, não quer falar comigo. Então, decido não forçar a barra, deixo-a quieta. Aidan me mostra um sorriso ladino, liga o carro e seguimos viagem.

Durante o percurso, todos ficam em absoluto silêncio. Aidan estaciona o carro no estacionamento de um dos meus hotéis. Sofia percebe onde paramos e me encara com olhos estreitos.

— Um hotel? Por que me trouxe para um hotel? Não está pensando que vou me entregar para você, não é? Se for isso que está pensando, juro que desço daqui e vou para minha casa caminhando.

Juro que tentei me segurar para não rir da cara de pânico que ela fez, mas não aguentei. Enquanto Sofia falava sem parar, segura as mãos para conter o nervosismo. Tentei falar com ela e explicar o motivo pelo qual viemos para um hotel, porém, ela não me deixava falar.

— Se acalme, Sofia. Não vamos ter nada a menos que você queira ou me peça. Olha, um restaurante não seria prudente para nós dois conversarmos, muito menos seguro para mim. Tenho um quarto particular aqui, podemos conversar e comer tranquilamente enquanto nós dois conversamos. Confie em mim.

— Confiar em você? Está fora de cogitação, senhor Ferrari.

— Tudo bem. Então, não confie. Está em seu direito de não confiar. Mas, te peço que me dê uma oportunidade para me ouvir.

— Tudo bem, só peço que você seja breve e não me faça me arrepender por te dar essa chance.

Depois de tranquilizá-la um pouco, saímos do carro e entramos no hotel. Meu segurança veio comigo, enquanto nos acomodávamos no quarto, ele ficou do lado de fora vigiando. Uma mesa com comidas deliciosas já estava posta na sacada. Era um lugar confortável para conversarmos, e também para que ela ficasse calma, para não pensar o tempo todo que eu queria atacá-la ou forçá-la a ter algo que não quer. Bem, não é uma má ideia. Porém, meu pai criou um cavalheiro, não um estuprador.

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