A maneira como meu namorado se concentra em percorrer a ponta da canetinha vermelha em meu gesso prende toda a minha atenção. Não sei explicar melhor o que eu vejo nele. Eu só sinto uma coisa especial que está além do seu cabelo, sua pele e seu cheiro. É tão magnético que me faz querer senti-lo mais e mais. Não apenas sua boca, que rende beijos prestigiantes. Mas aquilo que pode me conceder um incrível prazer.
JUNIOR+JOHNNY\= JOHNIOR❤
- Precisava de um pouco de cor – diz ele com aquela sua voz rouca cálida bem pertinho do meu rosto.
- Você é a minha cor – declaro, experimentando mais um toque suave dos seus lábios.
Nosso beijo tá escalando níveis. É tipo uma sede que preciso saciar. Lá fico excitado, ameaçando à mim mesmo em perder o meu próprio controle e acabar tocando onde eu não devo, ainda. Recuo de imediato. Em nossa volta, pessoas estão nos espiando. Estamos sentados num daqueles bancos de madeira da área aberta da Barrycloth. Aos olhos do público, devo me comportar.
- Que foi? – indaga ele, recuperando o fôlego.
- Nada – respondo, sem jeito.
- Eu queria que nós dois tivéssemos um momento de amor. Não precisamos ter pressa. Quero que você se sinta pronto – ele toca o meu braço bom e entrelaça seus dedos com os da minha mão.
- Você já fez isso antes? – não deixo de perguntar.
- Eu tenho experiência.
- Experiência pra passar vergonha – comenta Nina Davies ao meu lado, serrando as unhas com uma lixa rosa de 12cm enquanto guardo meu livro de história no armário.
Procurar a ex-namorada de Johnny pra conversar sobre o quão estou nervoso com a possibilidade de eu perder a virgindade com ele me pareceu ser a única e melhor ideia, já que eles tiveram um relacionamento ano passado. Mas a coisa foi tão murcha que chega à dar dó.
- Eu pensei que fosse rolar entre ele e eu, mas nem me beijar fazia aquele “negócio” subir – ela ri.
- Então, o que você sugere, Nina?
- Precisamos consultar uma pessoa que manja do assunto.
- Tipo quem?
Três minutos depois, a tal pessoa tá sentada na nossa mesa, bem na nossa frente.
- Steve?
- O próprio – diz ele, todo exibidão.
- Bom, já era de se esperar – verdade. Só um playboy charmoso pra dizer que tem uma lista de pessoas com quem já fez sexo.
- Então, crianças, digam o que desejam, menos o impossível, é claro – ele já vai logo avisando.
- E qual seria esse impossível? – questiona Nina, curiosa.
- Implantar a paciência na cabeça de vocês. É sério. Nunca tinha visto uma geração tão apressada pra querer as coisas.
- Ah alguém te pediu em namoro num estalo de dedos, não foi? - é como se ela o conhecesse a séculos.
- É. E eu nem conheço a pessoa direito. Dá pra acreditar? Mas vamos deixar isso pra lá
Nina sinaliza para que eu fale, mas ao mesmo tempo que eu tento, a vergonha que me consome é grande ao ponto de me chutar e eu sair correndo. Limpo a garganta e começo.
- Steve.
- Sim, Junior?
- Você tem experiência com isso não é?
- Sexo?
Fuzilo ele com um olhar que diz “Dá pra falar mais baixo que um mosquito?”. De repente, toda a sua expressão se ilumina com a clareza que ele acaba tendo.
- Ah já entendi. Chegou a hora. O grande passo do meu casal favorito. Muito bem. Qual é a sua dúvida?
- Como é a ralação de dois homens na cama? - inclino-me um pouco mais pra frente, apoiando os braços na mesa.
- Bom. É mais complexa. Ao contrário da heterossexual, onde o homem sempre vai conduzir a mulher, o casal de homens precisa ter a noção de qual deles é ativo ou passivo.
- Ativo ou passivo? – pergunta Nina, embora eu já presuma o significado desses termos.
- Ativo é o dominante, aquele que tem o papel de penetrar. Já o passivo, é aquele que dá e recebe. Detalhe, se um ou ambos forem versáteis, ou seja, curtem os dois papeis, a diversão vai ser em dobro – ele dá uma piscadela e envolve aos mãos atrás da nuca enquanto remexe o quadril no assento.
- Eu sempre achei isso interessante entre os homens – será que ela já teve alguma fantasia com isso?
Então, lembro do que Nina me disse mais cedo sobre Johnny não ter nenhuma experiência na cama.
- Tá bom. Mas e se os dois não tiverem nenhuma experiência de atos anteriores e não sabem qual papel vão assumir?
- Junior, a primeira vez é como uma primeira aventura. Concerteza vocês dois já devem presumir que posição vão assumir. Johnny pode até ser versátil, mas acredito que ele é o ativo – responde Steve.
- Isso. É bem a cara dele. Atacante do time – diz Nina, achando isso bem sexy, pelo visto.
Mas e se vocês dois estiverem se enganando quanto à isso?
- Na boa. Conversem um pouco sobre isso antes de fazerem. Vocês são um casal. Johnny é mente aberta. Se você tiver receios, ele vai te ajudar a domina-los - aconselha-me Steve.
- Tem razão. Obrigado, Steve.
- Agora vou passar uma lista das precauções que devem serem tomadas antes de Johnny e você fazerem amor.
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Atualizado até capítulo 40
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