Nina e eu somos gravados, elogiados e aplaudidos. Fazemos reverências em agradecimento à todos os presentes no estacionamento. Com o sol sendo o nosso melhor holofote, puxamos Johnny para perto de um Jeep verde claro, atraindo mais olhares do que antes. Contamos à ele tim-tim por tim-tim do nossa estratagema de me salvar das garras dos seguidores de sua ex namorada, e pra fechar, humilhar a gazeta mentirosa da escola. O plano é um sucesso e estou contente por estarmos nos dado tão bem.
- Fico feliz de ter ver assim com a pessoa que você gosta – diz Nina, olhando para Johnny e depois pra mim.
Ele fica sem jeito. Seu rosto claro adquire um tom vermelho tomate, até as orelhas. Fofo. Preciso me controlar para não pegar naquelas orelhas.
- Obrigado, Nina. Você é uma excelente amiga – ele a agradece.
Os dois se abraçam e ela se despede dando um tchauzinho, indo se encontrar com seu grupo de amigos.
- Você é tão sexy rebolando esse quadril – diz ele com seu rosto quase perto do meu.
Uma brisa sopra os fios do seu topete castanho escuro e escondo o rosto entre as mãos. Agora sou eu quem está corando.
A primeira aula é de literatura. Tento ao menos me concentrar nas explicações sobre Lewis Caroll do Sr. Sawyer, mas é complicado quando se tudo o que há nos seus pensamentos são a jaqueta verde-amarela de um quarterback bonitão, o cheiro amadeirado do seu perfume, seu charme lustroso e aqueles lábios finos que eu gostaria muito de experimenta-los.
Saio da sala com essas imagens vivas de tão coloridas após o toque da sineta, indicando a troca de disciplinas. A próxima é biologia. Caminho pelo corredor movimentado de gente até que alguém cutuca meu ombro direito. Viro o rosto na direção, mas não há ninguém. Dessa vez é no ombro esquerdo, nada. Intrigado, paro e olho para trás.
- Te peguei!
E ele pega mesmo. Fechando os braços em minha cintura, sou erguido do chão e nós dois giramos no meio dos outros.
- Johnny! Me põe no chão.
- Não – ele se opõe, rindo.
Volto a pisar em solo rígido com minhas mãos em seu peitoral.
- Eu tava te procurando pra lhe dizer uma coisa.
- O que? – pergunto.
Num segundo, os lábios dele estão colados no meu ouvido, transbordando um sussurro arrepiantemente quente.
- Eu queria te beijar, mas não aqui agora. Gostaria muito que fosse um momento especial entre você e eu. Então, pensei, você quer ir comigo à um encontro?
Ele se afasta um pouquinho e fico fitando ele até conseguir dizer alguma coisa.
- Desse jeito você só vai me deixar com mais vontade. À onde você pretende me levar?
- Vai ser uma surpresa. Confia em mim. É uma tentativa minha de inovação sobre lugares onde posso levar meu... namorado.
- Eu sou seu namorado? – reajo chocado, considerando sua afirmação a maior surpresa que já tive na vida.
- É.
- Desde quando?
- Foi mal. É que eu acho que levei a consequência do desafio muito à sério que acabei... gostando de você – ele esfrega a mão atrás da nuca, meio tímido.
- Eu também gosto de você – solto essa e ele me abraça, segurando-me em seus braços como se eu fosse um pássaro que pudesse voar e nunca mais voltar.
- Por onde você esteve todo esse tempo?
- Procurando.
- E agora encontrou – noto que ele está se deleitando da própria satisfação por eu estar ali. – Te pego às 7. Vejo você no almoço – então, ele se afasta e saí andando.
Horas mais tarde, após o pôr do sol, estou em meu quarto me arrumando. Minha determinação em caprichar no visual excede mais do que minha produção estilosa para a performance com Nina hoje mais cedo. Visto uma calça jeans escura, uma camisa azul marinho de mangás cumpridas e aquele par de tênis branco que usei na festa de Steve, limpinho, seco e sem cheiro de vomito.
Meu celular vibra e visualizo uma mensagem dele.
Tô indo te buscar.😘
Tudo pronto. Saio do quarto e desço a escada, encontrando meu pai lendo um livro de contabilidade deitado no sofá.
- Pai, eu tenho um encontro com Johnny Black – aviso, empolgado.
Suas sobrancelhas ficam em pé, surpreso.
- É mesmo? Bem, ele é um bom rapaz. Afinal, nos conhecemos. Mas filho... Ele não é muito velho pra você?
- Ele tem 17 anos, pai. Lembra?
- Tudo bem. Pode ir, contanto que não chegue. E tome precauções antes de vocês...
Fico vermelho até que atinjo o nível escarlate.
- Pai! É só um encontro. Nós não vamos... Fazer.
Nesse instante ouvimos a campainha. Ando até a porta e a abro. A impressão que tenho de Johnny, parado na entrada de casa, é a de um galã moderno de hollywood, com o cabelo fixado no gel e um conjunto masculino de peças sensuais.
- Oi – cumprimento o, tonteado.
- Uau. Você tá lindo – ele me elogia. Logo, ele olha para trás de mim. - Boa noite, Sr. Summers.
- Boa noite, rapaz. À onde vai levar o meu filho? – meu pai tá com aquele olhar de gavião enigmático.
- Bom, isso é surpresa. Garanto que é um ótimo lugar.
- Vê se não voltem muito tarde. Divirtam-se. E sejam precavidos.
Aaah pai!
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Atualizado até capítulo 40
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