O som da buzina de carro vindo da frente de casa põe à mim e ao meu irmão de pé para trancarmos tudo antes de sairmos. Atravessamos o gramado em direção à calçada. Próximo ao meio-fio, há um Mustang amarelo lustroso. Dentro dele, Blake ocupa banco de trás, Lena está assento do passageiro e Steve segura o volante na cabine do motorista. E na frente do veículo, está...
- Vem, Junior – convida Johnny, montado naquela motocicleta preta com o nome BLACK que vi estacionada na rua do casarão da festa noite passada.
Um sorriso bobo desabrocha em meu rosto quando aprecio ele todo bonitão vestido com o que presumo ser a jaqueta verde escura e amarela do time da Barrycloth. Chegando nele, recebo o capacete e o coloco na cabeça, prendendo a liga abaixo do queixo. Olho para Liam adentrando no automóvel com seus amigos e aceno com a mão para eles, cumprimentando os.
- Preparado? – indaga ele.
- Sim, senhor – subo na garupa, de modo que minhas coxas se encostam nas dele e sinto aquela irrecusável vontade de enlaçar meus braços na sua cintura.
- Melhor segurar com firmeza – na hora, ele mesmo pega meus braços para envolve-los entorno da sua cintura, agitando as palpitações do meu coração – Não vai se “animar" tanto aí atrás.
- Idiota – minhas bochechas acabam enrubescendo.
Começamos a correr pela pista rumo à escola, com o Mustang atrás da gente. O vento que nos fustiga pelo corredor da velocidade, o banho de sol e o agradável cheiro de perfume amadeirado vindo do meu piloto transformam-se num fragmento que não se compra em lugar nenhum. É a primeira vez que vivo algo assim com meus novos amigos.
Entramos em uma rua, passando de uma pequena drogaria, e logo reconheço o muro de tijolos vermelhos da escola. Cruzamos com o estacionamento e paramos em uma vaga ao lado de um Jeep branco. O Mustang é colocado ao lado da motocicleta. Desço da garupa retirando o capacete enquanto os outros vão saindo do carro. Johnny cola ao meu lado e nos juntamos ao restante do nosso grupo, andando rumo ao prédio estudantil com o sol em nossas faces.
A princípio, reparo no quanto de gente fica me espiando, dando jus ao que estão fofocando sobre mim na tal gazeta digital deles. Não gosto disso. Moldaram a mentira como verdade e agora todos acham que sou o namorado de Johnny. Bom, eu não vou negar. Quero mesmo ser namorado desse cara.
Despeço-me deles para ir até a sala da secretaria. Sou atendido por um homem franzino de gravata borboleta, que me dá a lista com meus horários, uma cópia do mapa da escola, a senha do meu armário com o número de identificação e um papel que deve conter a assinatura de cada professor até a última aula. Nada complexo.
Sigo para a primeira aula: biologia, no laboratório. As mesas são de duplas, dando-me à sacar que terei uma parceria. Ocupo minha cadeira e dois minutos depois uma garota da minha altura trajando cropped e calça cáqui com as ondulações loiras do cabelo chegando na cintura se acomoda ao meu lado.
- Seu namorado tá ali na porta – avisa ela.
Olho na direção da entrada e troco um aceno com Johnny, que vai embora.
- Vou ter que admitir, vocês são muito fofos quando estão juntos – comenta ela, dando um sorriso torto.
É melhor eu explicar a verdade.
- Ele não é o meu namorado. É que ontem na festa, eu perdi um desafio do Steve. E agora eu tenho que cumprir a consequência.
- E seria namorar o Johnny?
- Por 1 semana.
- Putz. Boa sorte. Mas vocês devem estar se saindo bem, né?
- De boa. Ele não é chato, nem irritante. Eu gosto dele.
- Concordo. Ele é um doce de homem, mas não para mim. Faltou isso quando a gente estava junto.
Um tiro ensurdecedor que veio dela me faz tremer na base.
- Vocês já tiveram um relacionamento? – indago, estupefato.
- Ano passado. Só durou 4 meses. Chocho, né?
- Seu nome é Nina Davies?
- A própria.
Ai Meu Deus! Não planeje me matar, garota!
- E não está com raiva?
- De vocês dois juntos? – ela solta uma gargalhada que faz todo mundo olhar para gente. – Querido, mais cedo ou mais tarde eu seria alvo dos fofoqueiros de prontidão. Eles miraram e falharam. O que eu sentia pelo Johnny, morreu desde que terminamos. E sabe por que? Eu não sou o que ele quer.
- Então, está tudo bem para você?
- Sim.
Meus ombros relaxam conforme eu me sinto mais leve.
- Ah que bom. Eu poderia achar que você fosse... tentar me matar.
Ela ri.
- Tipo como? Junior está atravessando o estacionamento quando um carro freia perto de atingi-lo. A janela desce e eu ponho a cabeça pra fora e digo: Oi. Desculpa. Você tá bem?
O bom humor dela é tão contagiante que resolvo entrar na brincadeira.
- Então, eu penso: Eu não acredito. Nina está mesmo tentando me matar? Daí respondo: Eu estou bem.
- Ok. Eu sou distraída as vezes. Escuta. Você tá indo pra casa, né? Quer uma carona?
- Concerteza ela quer me matar – rimos juntos.
O professor entra na sala, o que significa fim de papo e início de silêncio para o prosseguimento da aula. Conforme a matéria vai sendo introduzida, noto que Nina sorri genuinamente para mim. Pode até ser um pouco cedo, mas não me importo de pensar que fiz uma amiga.
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Atualizado até capítulo 40
Comments
Deise💙Fujoshi sem salvação💙
Ufa!!! Por um instante eu pensei que ela seria aquele tipo de garota meio doida, um pouco psicopata, que faz de tudo pra reconquista o boy que ela pensa ainda ser dela.
2024-01-13
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