Morar juntos

Morar com alguém deveria ser uma coisa simples, tem gente que divide a casa com amigos, familiares, tem pessoas que alugam um quarto da sua casa para desconhecidos, e tá tudo bem. Mas para mim isso é um suplício.

...Aslan...

Assim que acordei, irritado com a claridade, olhei a Atena ainda adormecida ao meu lado, tão bonita, passei a mão levemente em seus cabelos ruivos que eu tanto amava, e em seguida guiei a minha mão até a sua barriga, era ali que estava o nosso filho, caramba, eu ia ser um pai. Que loucura!

— Bom dia amor! — Ela abriu os olhos sorrindo, sempre acordava assim, sorridente, enquanto eu acordava de mau humor. — Tá dando bom dia ao nosso bebê? — Ela falou enfatizando o "nosso" o que me fez sorrir lembrando da discussão de ontem.

— Que bom que não o chamou de parasitinha. — Ironizei.

— Não, nunca mais. — Ela sorria.

— Bom dia amor. — Dei um beijo nela. — Vamos nos ajeitar e descer para dar a notícia aos meus amigos.

— Ahhhh! Meu Deus, é oficial, eu vou ser titia. — Maina gritava a plenos pulmões me irritando muito.

— Mas que merda Maina! Para de agir feito louca! — Eu realmente estava irritado com tantos gritos, mas ela não parava.

— Parabéns papais! — Stuart nos abraçou. — Confesso que achei que o Aslan tivesse o ovo goro. 

— Vai a merda Stuart! — O Stuart amava me provocar, na verdade nós dois fazíamos isso.

— Maina sério, se você não parar, nós vamos embora agora. — A Maina continuava pulando, gritando, abraçando a Atena. Que chatice. Até a Atena parecia incomodada.

— Desculpa, sério, mas eu estou emocionada.

— Tudo bem Maina, ainda tem 8 meses para você se agarrar na minha barriga. — A Atena queria parecer legal, mas eu sabia que ela estava irritada com esse grude da Maina.

— Ok, parei! — Ela respirou fundo e se afastou da Atena. — Vamos curtir bastante esse dia hoje, pois eu vou ser tia!

Depois dessa agonia toda, passamos o dia na praia, e foi divertido, a Maina realmente estava super feliz e era bom a Atena se acostumar a ter ela por perto a partir de agora. E nem quero pensar em como vai ser quando a minha mãe estiver assim grudada na Atena também, coitada.

Dias depois…

Estava no escritório com a Maina finalizando detalhes da atualização de um dos nossos produtos de maquiagem.

— Bom, então é isso, vamos aguardar o último teste da equipe de desenvolvimento. 

— Beleza! E então quando a Atena vai se mudar para a mansão? — Ela fez a pergunta fatídica. Eu queria adiar isso ao máximo.

— Não sei!

— E quem sabe? — Ela me olhou séria. — O semestre acaba em duas semanas, vai deixar ela continuar no alojamento?

— Claro que não Maina. — Respirei fundo. — Mas… merda! A mansão é o meu lugar de paz, eu sempre morei lá sozinho, comprei aquela casa com esse objetivo, por mais que eu goste da Atena, não quero ela lá. É até capaz de eu começar a desgostar dela por estar simplesmente no meu espaço.

— Você parece um garotinho fútil que não quer dividir o brinquedo com algum coleguinha. — Ela me olhava com reprovação. — Você tá falando da Atena e do seu filho, e o seu plano era esse desde o início, leva-los para morar com você.

— Eu sei. Inferno! E também sei que tudo isso é infantil da minha parte, mas é como me sinto. E não sei como resolver isso. Eu não quero ela na minha casa.

— Você é um imbecil. — Maina se levantou irritada, andou pela sala e se virou como se tivesse tudo uma ideia incrível. — Que tal fazer isso aos poucos? 

— Como assim?

— A mansão é longe da faculdade da Atena. Você poderia comprar ou alugar, sei lá, um apartamento, grande e elegante, um que caiba todo esse seu ego, — falou irônica — e vão morar nele, juntos. Nos feriados e fins de semana vocês vão para a mansão. Assim vai ter a companhia da Atena em um lugar feito com o objetivo de ser de vocês, e não só seu, e aos poucos você vai se habituando a ter a presença dela na mansão. O que acha?

— Nossa Maina, isso é brilhante, essa é a vantagem de te ter como amiga, sempre tem as melhores ideias.

— Sim, eu sou demais. — Ela sorriu, depois parou séria na minha frente. — Como vocês estão agora com o bebê?

— Bom, até então estamos bem, não mudou muita coisa, aliás eu tenho tentado dar ainda mais atenção a ela.

— Muito bem. — Ela voltou a sorrir. — Eu gosto de vocês juntos. Se esforça pra se habituar a essa rotina de dividir a casa, lembra que isso é uma dificuldade sua, não culpa da Atena.

— Eu sei disso. Vou me esforçar. De verdade. — Fui sincero. — Mas não crie expectativas quanto a me casar com ela ou coisa do tipo, vou seguir com o plano, e em breve estarei de volta a minha vida solitária e de paz.

— Vamos ver. Leva ela para te ajudar a escolher a casa nova. Assim o seu cérebro vai entender que aquele lugar é de vocês dois.

— Tá, vou pedir para a Alice procurar alguns locais a venda e vou falar com a Atena. — Olhei para a Maina com carinho. — Muito obrigado, por tudo.

— Eu amo você, insuportável. — Ela sorriu e saiu do escritório.

Assim que ela saiu, liguei para minha secretária Alice, para que ela pesquisasse casas ou apartamentos a venda próximos da Universidade. Eu iria seguir a dica da Maina e me dedicar a ter um ambiente tranquilo com a Atena e o nosso filho.

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