Rivalidade

Como você costuma lidar com rivais? Isso é totalmente novo para mim. As pessoas me veem como alguém bobo a quem se pode enganar facilmente, mas eu sou esperta. Sou boa demais, talvez, mas sei quando estão me enganando. Por isso nunca acreditei que os meus pais eram realmente, meus pais.

...Atena...

Um mês se passou, e o Aslan disse que ainda demoraria mais um mês para voltar. Ele estava no exterior fazendo uma parceria para lançar um produto, uma espécie de body splash, enfim, tudo estava indo bem e o produto seria lançado em cerca de um mês.

Enquanto ele não voltava, eu aproveitei o meu tempo para me dedicar a faculdade, eu tinha o objetivo de abrir um Studio de estética, com o restante do dinheiro que iria receber do Aslan e estava me dedicando a aprender tudo e sair da faculdade com muita competência para montar o meu negócio.

— Amiga me conta, como tá a sua arquiinimiga? — Estava com a Nina ao telefone, e ela tratou de perguntar sobre a Margot.

— Ela continua esquisita comigo, mas pelo menos não está me provocando. Aliás, ela nem fala comigo.

— E o Aslan, será que ele realmente não tem mais nada com ela?

— Bom, ele me disse que não tinha notícias dela há muito tempo. E não é como se ele tivesse que mentir. Tipo eu não vou terminar com ele caso descubra que ele estava transando com alguém ontem a noite. Tipo, não posso fazer isso.

— Eu sei. Realmente ele não mentiria sobre isso. — Nina falou pensativa. — E você não fica com medo dela?

— Eu não, em breve não estarei mais aqui mesmo. — Enquanto falava a Margot chegou, então tratei de mudar de assunto. — Me conta como vai o Bento!

— Ahh, ele tá muito bem, crescendo rápido. — Conversamos mais um pouco sobre coisas triviais até que desliguei.

Margot que havia saído para tomar banho retornou para o quarto.

— Boa noite Atena! — Ela falou e confesso que me assustei. Afinal fazia muito tempo que ela nem ao menos me cumprimentava.

— Boa noite! — Respondi desconfiada.

Ela então andou até a minha cama e ficou de frente para mim, na hora eu fiquei meio com medo de ela me bater. Afinal eu sou péssima de briga.

— Atena, nós começamos com o pé esquerdo né. — Ela esboçou um sorriso mega forçado.

— Na verdade, nós começamos bem, porém você não curtiu a ideia de eu estar namorando com o Aslan. — Fui sincera.

— Namorando? Então o lance de vocês é sério? — Ela me olhou de um jeito que não sei bem explicar. — Tipo ele falou que estavam namorando ou você acha que isso é um namoro? — Que conversa de maluco é essa?

— Qual é a sua Margot? — Falei impaciente. — O que você quer afinal?

— Eu quero pedir desculpas. — Ela sorriu forçado novamente. Pedir desculpas uma ova, ela quer tudo menos isso.

— Desculpas?

— É, eu ando sendo meio babaca com você, e nem ao menos expliquei o porquê. — Ela puxou uma cadeira e sentou-se de frente para mim.

— O Aslan me falou que vocês namoraram ou algo do tipo. — Falei como se isso não tivesse importância.

— Você falou com o Aslan sobre mim? — Ela exprimiu surpresa. — O que ele disse?

— Ele disse que a relação terminou mal, pois ele não queria compromisso na época. — Dei de ombros.

— Ah! — Ela parecia desapontada, queria o quê? Que eu dissesse que ele sente saudade? Fala sério! — Atena, você parece uma moça boa, estuda bastante é delicada. — Ela falava como se fosse uma amiga. — Eu não quero que se machuque assim como eu me machuquei. — Hum lá vem... — O Aslan não é uma pessoa boa, ele brinca com sentimentos, e de uma maneira ridícula. Eu me apaixonei por ele, sem que ele fizesse nada, ele tinha aquele jeito frio, e sério de falar. — Ok, agora ela estava sendo sincera. — Mas apesar disso ele tinha um senso de humor e ele é tão lindo, que só isso já basta. Me lancei com tudo nessa relação, eu o amei tanto, mas ele não sentia absolutamente nada por mim. Ele me enganou, me distratou e humilhou quando quis algo a mais do que só sair com ele por algumas horas, e me descartou como se não fosse nada. Então te aconselho a sair dessa antes que ele te faça sofrer, afinal eu não fui a única.

Eu fiquei alguns minutos olhando para a Margot, eu sabia que essa parte da conversa havia sido bem sincera, e me deu uma dó dela. O Aslan realmente parecia ser o cara que ela descrevia. Era sobre isso que a Nina falava quando dizia que eu não deveria me apaixonar por ele, o Aslan não é o tipo de pessoa que se apaixona e se dedica a outro, tudo que importa para o Aslan é ele mesmo. Então a Margot deve ter sofrido sim, mas algo me dizia que ela não estava preocupada comigo, e sim, em me tirar do caminho, ela queria o Aslan de volta, e eu não podia permitir isso.

Se o Aslan encerrasse o contrato eu não receberia a outra parte do pagamento, nem o meu salário mensal de namorada. E eu preciso de cada centavo. Então sinto muito Margot, mas eu serei a mãe do filho dele.

— Margot, eu sinto muito que tenha passado por tudo isso, o Aslan me disse o quanto ele foi um imbecil com você. — Ok, eu menti, ele não disse nada disso, na verdade, acredito que ele não está nem aí. — Mas, ele mudou, muito, e eu já estou apaixonada por esse novo Aslan, e eu posso estar errada sobre tudo, mas eu amo ele e vou pagar para ver. — É menti outra vez.

— Mudou? — Ela me olhou confusa. — O que mudou?

— Bom, ele é um cara sério, mas ele me faz rir, muito. Me anima quando estou triste, me incentiva a estudar, me dá atenção, se importa com o que eu digo, e sinto. — Tudo isso era verdade, afinal, tirando a parte de me pagar um salário, ele era o namorado perfeito. — Então eu acredito que ele realmente goste de mim.

Margot me olhava com um ar de raiva, porém uma raiva contida.

— Nossa, eu espero que tenha razão, que ele tenha mudado e não te faça mal. — Outra vez ela sorriu forçado. — Mas pode contar comigo sempre, quero ser a sua amiga. E então, estou perdoada? — Me estendeu a mão e apertei sorrindo tão forçada quanto ela.

— Mas é claro. Sem ressentimentos.

Ela então voltou para o seu lado do quarto e se deitou. Agora eu preciso ficar ainda mais ligada nela. Essa daí me parece ser mais venenosa do que eu pensava.

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