Contrato

Qual foi a proposta mais louca que já te fizeram? A minha foi esse bendito ou melhor, maldito contrato.

...Atena...

Uma hora antes do horário marcado eu já estava sentada na praça principal da cidade, eu estava numa ansiedade imensa e estranha. Eu queria muito conhecer o meu contratante.

Cerca de 40 minutos depois da minha chegada um carro enorme e super luxuoso parou perto de onde eu estava. Todos que estavam na praça pararam para ver o carrão que estacionou ali.

De repente o vidro do motorista baixou e um homem que parecia ter os seus 60 anos olhou diretamente para mim.

— Senhorita Manfrim? — Ele perguntou com um tom de quem sabia exatamente quem eu era e perguntou só para confirmar.

— Sim!

— Sou o motorista, vim leva-la.

Me levantei e entrei no carro mais luxuoso que já havia visto na vida. Eu estava tão nervosa que só dei "bom dia" ao entrar e passei o resto da viagem em silêncio.

Em poucos minutos chegamos no hotel mais luxuoso da cidade. Mas eu sinceramente não entendi o que eu estava fazendo em um hotel.

— O senhor a aguarda no quarto 501. — O motorista me falou assim que parou o carro em frente ao hotel, e eu apenas balancei a cabeça confirmando, agradeci e desci do carro.

Quarto 501, eu nunca havia entrado nesse hotel, por motivos óbvios, mas eu sabia que haviam 5 andares e no 5° andar haviam apenas dois quartos que era tipo a suite Master. E sinceramente eu não entendi por que eu estava aqui e, porque ele gastou tanto num quarto como esse.

Respirei fundo, falei para a recepcionista que me esperavam no quarto 501, ela me deu um cartão de acesso e subi pelo elevador.

Parei de frente a porta do quarto, e o meu coração parecia que ia sair pela boca, eu nunca fiz nada assim antes, então tratei de respirar fundo e me acalmar o máximo possível. Então usei o cartão para abrir a porta.

Entrei no quarto, a suíte parecia ter saído de dentro de uma revista de design de interiores, logo na entrada à direita havia uma espécie de escrivaninha ao lado de um frigobar, à esquerda havia uma pequena escada de uns 5 degraus, seguindo direto havia uma sala de estar com um lindo sofá branco em frente a uma enorme TV, mais a frente havia uma mesa de jantar com 2 cadeiras de frente para a varanda com uma rede.

Subindo as escadas, à direita havia um banheiro e andando a frente tinha a enorme e linda cama de casal, mais a frente haviam dois degraus que davam para uma enorme banheira de frente para duas janelas de onde se avistava toda a área verde da cidade e ali parado em frente a banheira observando a paisagem, estava o meu contratante, ele estava distraído, e nem me viu chegar.

Ele com certeza é o homem mais bonito que já vi na minha vida. Alto, tipo muito alto, loiro, de cabelos cumpridos e lisos, tinha a barba um pouco grande e bonita, vestia uma camisa social branca, calça e sapato social azul-escuro, mesmo assim dava para notar que tinha um corpo bem musculoso.

— Bom dia! — Resolvi falar após olha-lo detalhadamente. Ele se virou assustado e me olhou atentamente de cima a baixo, parecia estar me analisando.

— Bom dia senhorita Manfrim! — Falou finalmente. — Vamos até à mesa.

Nos sentamos.

— Por que estamos num hotel? — Perguntei, eu estava muito curiosa com isso. Com tudo, na verdade.

— É um lugar reservado, ninguém que eu conheço imagina que eu esteja aqui. E gosto de estar em lugares bonitos. — Ele respondeu sério. Na verdade, ele tinha um rosto sério e uma expressão fria que dava medo até, passava um ar de autoritarismo.

— Entendo.

— Bom, vamos ao que interessa. — Ele pegou um envelope que já estava sobre a mesa, abriu e me entregou uma folha. — Esse é o contrato. Vou te explicar de maneira simples, em seguida você lê e decide se irá assinar.

— Certo.

— Bom, a minha família exige que eu tenha um herdeiro, mas relacionamentos são complicados, e não posso simplesmente engravidar qualquer mulher, adotar um bebê ou ter uma barriga de aluguel comum. — Ele falava com a mesma expressão fria. — Então estou te contratando para ser a mãe do meu filho e a minha namorada por até dois anos após o nascimento do bebê.

— M-mãe e n-namorada? — Falei perplexa.

— Isso mesmo. E não será um namoro falso, vamos namorar, e ter um filho juntos, de verdade. — Ele dizia como se fosse a coisa mais comum do mundo.

— Está dizendo que vamos ser namorados reais, tipo mesmo quando ninguém estiver olhando? — Mas que doideira é essa?

— Exatamente!

— M-mas por... — Não, espera aí, quer dizer que...? — Pretende gerar esse filho sem usar a inseminação artificial?

— Isso mesmo. — Eu arregalei os meus olhos, isso só podia ser brincadeira. — Vamos usar o método natural, não quero arriscar que a minha família descubra que isso é uma fraude.

— Isso é alguma piada? — Falei nervosa. — Olha, eu não sou uma garota de programa ou algo do tipo.

— Eu sei, se fosse eu não te contrataria. — Ele respondeu sarcástico.

— E-eu... — Eu nem sabia mais o que dizer. — Por que precisa de tudo isso?

— Já disse, tenho que ter um relacionamento normal e um filho. Como não quero me relacionar com ninguém eu prefiro pagar por isso. — Ele falava tão frio que estava me irritando. — Então se aceitar, vamos criar uma nova identidade para você, vai passar a morar comigo e seremos um casal real, após o nascimento do bebê ficaremos juntos por mais dois anos, e será a mãe dele, nesse tempo, vai amamentar e cuidar dele. — O quê? Ainda tinha isso? — E então vamos simular a sua morte e você volta para a sua vida normal.

Ele terminou de falar e eu ainda tentava digerir o que estava acontecendo. Uma das coisas que me fez não sofrer com a gravidez de 3 anos atrás foi, não saber quem eram os pais, tratar a bebê como uma parasita que estava dentro de mim e nem vê-la quando nasceu. Imagina como vou sofrer após cuidar de um filho por dois anos, como vou fazer para não me apegar?

— Bom, pagarei 1 milhão pelo bebê e mais 50 mil por mês durante o tempo em que viver na minha casa, pelo seu trabalho como namorada e mãe temporária do meu filho. — Ele falou e na hora me lembrei porque estava ali, o dinheiro, afinal eu tinha que salvar a minha mãe e também tinha que salvar a minha vida. E isso era mais dinheiro do que eu precisava. — E então o que me diz?

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