Heloísa acorda animada, para ser sincera ela mal conseguiu dormir, seu coração disparava toda vez que pensava em Arthur, nunca havia se sentido desta forma com ninguém e agora não desejava se sentir de outro jeito.
Ela já não sentia culpa, uma vez que, viu no diário que ele e Helena nunca tiveram nenhum tipo de relacionamento. Deitada em sua cama macia Helo suspira ao pensar no homem que jurou nunca amar.
— Talvez ele seja o meu príncipe, em todas as histórias os casais passam por situações desagradáveis e no fim tudo fica bem – suspirou sorrindo.
Seu telefone começa a tocar logo em seguida, tirando-a do transe em que se encontrava, a garota atende rapidamente, sem tirar o sorriso do rosto.
— Oi Sam – diz empolgada.
— Estou percebendo que minha garota, parece muito feliz - exclama e os dois sorriem.
— Eu estou, mas não deveria, no entanto não consigo ignorar o que sinto – confessa.
— Pelo jeito esse seu marido não é tão ruim – comenta.
— Ele não é… Quando o conhece bem, é possível perceber como ele pode ser bom - assume sentindo-se um pouco tímida.
— Confessa logo, o que houve entre vocês – ordena curioso.
— Não aconteceu nada, acho que nos aproximamos de uma forma natural, não sei bem o que dizer – murmura e sorri.
Não demora muito para que ela lhe conte tudo, iniciou pelo diário e depois a forma como ele estava agindo com ela, terminou dizendo que poderiam ficar juntos.
— Helo ainda sinto que irá se machucar, tem algo nessa história que me deixa desconfiado – fala alertando-a.
— Eu entendo Samu toda sua preocupação, todavia, hoje sei que estou bem e ele é tão cuidadoso, não acho que me magoaria – fala sorridente.
Seu amigo não estava desconfiado atoa, ele realmente sentia que algo ruim iria acontecer, em nenhum momento achou que esse casamento havia sido uma boa ideia, mentiras sempre se rasgam pelo caminho e ele sabia que sua amiga não iria conseguir mentir por muito tempo.
Isso não era para ela, a mentira, o fingimento, nada disso a fazia se sentir bem, então assim que percebesse como a mentira pode doer logo pararia com esse jogo, mas sabia que se a garota se apaixonasse iria sofrer para sempre.
— Helo, não se entregue, vai devagar. Por mais que o Arthur pareça perfeito para ti, ele pode estar com planos que não a incluem – diz tentando mantê-la com os pés no chão.
— Não posso acreditar nisso, Sam, eu jamais senti isso por alguém, não posso nos condenar ao fracasso antes de tentarmos – confessa.
Samuel não a responde de imediato e passado alguns minutos ela se vai, eles não se despedem, cada um fica perdido em seu próprio pensamento e Sam sabe que esse é o começo de algo que para ele é arriscado e trabalhoso, pois jamais deixará sua amiga na mão.
Nossa heroína levanta-se e vai se arrumar para o dia, pretende passar mais tempo com seu marido e quem sabe eles poderiam se conhecer de verdade.
Quando se sente pronta, sai apressada do quarto, sem se importar com qualquer coisa do dia, tudo o que deseja é viver sem se prender no medo.
— Bom dia, Adélia – cumprimenta-a e sorri.
— Bom dia, dormiu bem querida? - indaga sorrindo para a garota.
— Sim, acordei mais empolgada – assume.
— Então venha tomar um bom café da manhã e se quiser depois poderá fazer alguns passeios – diz empolgada.
— O Arthur não vem? - questiona curiosa.
Adélia a encara como se estivesse com dúvida do que responder, seus olhos analisam a garota, esquecendo-se completamente do que um dia ela foi, sente-se extremamente desconfortável com o que deve fazer, nunca gostou de ocultar coisas.
— Ele precisou sair por conta do trabalho, disse para que aproveitar o dia, tenho certeza que teu marido vai ficar satisfeito de saber que conseguiu se divertir longe dele – mente.
O fato é que, Arthur havia saído cedo, ele parecia apreensivo e muito irritado, antes de sair ele a chamou e disse que Helena estava proibida de sair de casa, Adélia não teve coragem de falar isso para a garota, preferia distraí-la e mantê-la dentro da propriedade.
— Neste caso vou me esforçar, o que tem para fazer aqui? - questiona sem muito ânimo.
— Gosta de cavalos? - indaga Adélia.
— Eu amo cavalos – exclama e a mulher sorri.
Por mais que o passado da garota a condenasse não conseguia simplesmente maltratá-la, não mais. Helo, toma o seu café mais alegre, só não se sente tão feliz como estava há alguns minutos, esperava mais de Arthur, no entanto sentia que ele estava se esforçando, conseguia pensar em um futuro para os dois e eram esses pensamentos que a mantinham calma, pois sua ansiedade estava cada vez pior, ela o deseja ao seu lado, impressionava-se com isso, pois jamais pensou ser capaz de gostar assim de alguém.
Assim que termina de comer a garota vai para os estábulos, é uma espaço enorme, com uma cerca de madeira para que os cavalos não fujam, ela faz carinho em todos, no entanto o preto chama a sua atenção, Heloísa o acaricia, percebe que ele gosta de carinho e se aproveita disso, ela sente seu pelo macio e gosta de acariciá-lo.
— Você é tão fofinho, tão bonitinho, apesar de estar muito ansiosa vou amar passar um tempo com você… Sabe cavalinho, eu me apaixonei por um estranho, você não pode contar isso a ninguém, ontem tivemos uma noite incrível, e eu pensei que… Pensei que ele estaria aqui hoje, mas ele não está, você pode me entender? Eu me sinto tão sozinha não posso contar isso para mais ninguém, por favor me escute – implora sentindo-se angustiada.
Não desejava se sentir desta forma, mas não conseguia evitar, jamais em toda sua vida quis tanto fazer parte da vida de alguém e agora sentia que não teria esse direito. Seu coração dispara, a garota sente alguém se aproximando, é aquela sensação de novo.
Começa a perceber dentro de si que está completa, contudo também sente medo e angústia, esses sentimentos se intensificam e ela percebe que aquilo não pode ser apenas dela, tem mais alguém… Onde ela está?
Quando olha para frente, teme tudo o que vê. Arthur caminha em sua direção, olhos cerrados, semblante decido e corpo tenso, no entanto o que mais a impressiona é quem está ao seu lado… Helena.
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Atualizado até capítulo 42
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