Capítulo 13

— Essa massagem é realmente maravilhosa – comenta a mulher agora mais relaxada.

— Sempre recebi muitos elogios – fala Heloísa sentindo-se orgulhosa.

— Diga-me, por que começou a trabalhar com isso? - indaga.

— Foi na época da faculdade, eu precisa arcar com o curso e os materiais, nada era realmente barato – explica.

— Realmente, quando queremos algo o custo é alto – murmura Olívia.

Helo para de fazer a massagem e senta-se em uma cadeira, Olívia se ajeita e vai se sentar de frente para ela. A mulher observava a menina, não sabia ao certo em que deveria acreditar, só sabia que aquela de fato não era a mulher que havia conhecido e isso a tranquilizava.

— Como se meteu nessa confusão? - questiona encarando-a.

— Eu não sei o que dizer, eu estava bem escondida não sei como me acharam, só sei que negar algo a eles seria colocar minha vida em risco, então eu aceitei – justifica.

Sua sogra a encarava, tentava entender o que de fato havia acontecido, algumas coisas no ser humano a deixavam confusa e isso, a mentira, era realmente algo que ela não compreendia.

— E por quanto tempo pretende enganar o meu filho? - investiga.

— Nenhum tempo, assim que eu tiver para onde ir, partirei, mas se eu fizer qualquer coisa agora vão vir atrás de mim – assume.

Heloísa não sentia mais medo, assim que se encontraram na sala sabia que não conseguiria mentir para a mulher, Olívia percebeu que não se tratava de Helena assim que não teve o tratamento grosseiro que sempre recebia, assim que Arthur se retirou ela conversou com a garota, e depois de saber a verdade não teve mais motivos para brigas.

— Não vai contar a ele? - interroga.

— Não penso em fazer isso, não sei do que Ágata e Carlos são capazes, neste caso prefiro o silêncio – afirma.

— Confio em você Heloísa, não contarei nada e se precisar, estou sempre aqui – assegura.

Nossa heroína levanta-se e vai até a mulher, senta-se ao seu lado e a abraça, não sabe como explicar o que sente neste momento, no entanto tem certeza de que jamais se sentiu tão segura como agora.

Elas se afastam e conversam sobre banalidades, quando percebem que a hora voou levantam-se e vão para a sala. Ao chegarem lá percebem que Antônio e Arthur conversam animados e assim que chegam na sala o sorriso no rosto deles aumenta.

Helo não se empolga com o sorriso, sabe que Arthur não faz questão de sua presença, e quando imagina que ele esteve com a Andressa tudo dentro de si começa a se revirar, isso era apenas orgulho, foi isso que disse a si mesma.

Ao invés de olhar para o marido e sorrir como se estivesse apaixonada, ela observou o arranjo de flores com o qual seu sogro havia perdido tempo. As flores são nas cores azul e rosa claro, a garota sorri empolgada com o que vê.

— Como podem ser tão perfeita? - indaga e sorri para a flor.

Ela não espera por uma resposta, ao invés disso começa a caminhar com agilidade e vai até a flor, a garota a acaricia e conversa com ela, em alguns momentos parece que são melhores amigas, os três a observam, não esperavam esse tipo de comportamento, era claro que a mulher jamais poderia ser a Helena que conheciam, pois a outra era diferente, a aparência não era tão relevante agora.

A menina se afasta da planta e sorri, seus olhos brilham com a alegria que sente, Arthur a observa, sente o seu corpo arrepiar-se, jamais se sentiu assim com uma mulher, no entanto prometeu a si mesmo que nunca cederia a ela, neste momento Helo era apenas uma golpista e tudo o que esse homem quer neste momento é descobrir o motivo de tanta mentira.

— Tudo bem se eu for no banheiro? - questiona encarando-os.

— Fica a vontade Helena – diz Arthur.

Ela se afasta observando cada canto, não sabe ao certo onde é, todavia tem noção de que não pode perguntar, no inicio sentiu-se amedrontada por conta de Olivia, mas agora se sentia melhor, não gostava da ideia de mentir para tanta gente e ter que conviver com a mentira era uma tortura.

Após entrar e sair de muitas portas, a menina finalmente encontra o lugar de que tanto procura, ela entra rapidamente, no entanto quando vai fechar a porta é surpreendida com o seu marido logo atrás dela.

— O que veio fazer aqui? - indaga sentindo-se tensa.

— Pensei em acompanhá-la, afinal somos casados qual o problema? - questiona.

Helo engole em seco, sente um formigamento espalhar-se pelo seu corpo, não deseja tê-lo ali, não deseja ter este homem de nenhuma forma, vira-se de costas para ele, com a finalidade de evitá-lo.

— Não acho que precisamos vir juntos ao banheiro – afirma mesmo sem sentir sua própria voz.

— Os casais fazem isso Helena – afirma como se nada importasse.

— Não somos um casal comum lembra? - investiga.

— Acredito que para isso somos – murmura e começa a se aproximar da garota.

Seu marido passa os dedos delicadamente pelos seus braços, ele sente seu corpo se arrepiar e sorri com a sensação de saber que ela de alguma forma estranha, a mulher a sua frente é dele.

— Vamos, não vejo nenhum problema em estarmos juntos agora – sussurra em seu ouvido.

Enquanto uma mão acaricia o seu braço, a outra afasta o seu cabelo livrando o seu pescoço, Heloísa não se mexe, não diz uma única palavra.

Todas essas sensações são novas para ela, não sabe como pode se sentir assim justo com esse homem, nunca se interessou por ninguém e agora não conseguia resistir a ele.

Arthur olha para o pescoço da mulher a sua frente e sem pensar duas vezes, beija-o, no começo são beijos simples e leves, entretanto quando não vê nenhum tipo de resistência da mulher os beijos se intensificam e a mão que estava em seu braço vai para sua cintura, puxando-a em direção ao seu corpo, um gemido baixo escapa dos lábios da garota, isso o faz sair de seu pescoço e ir em direção ao seu queixo, mas antes que ele se intensifique ainda mais ela o afasta.

— Sozinha, eu preciso ficar sozinha – afirma encarando-o espantada.

O homem a observa, o sorriso no canto de seus lábios o deixa inda mais charmoso, ele não quer deixá-la, mas sabe que precisa respeitá-la acima de qualquer coisa.

— Tudo bem, a aguardo na sala – diz e sai deixando-a sozinha com toda sua intensidade.

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