Arthur pisa no freio fazendo o carro parar de imediato, seu corpo vai para frente rapidamente e volta para trás na mesma proporção devido o cinto de segurança. O rapaz não desce do carro de imediato, ele tenta acreditar que isto realmente está acontecendo, pois em sua cabeça tudo é muito novo.
Em sua mente, tudo lhe mostra que essa não é a Helena, a menina que jamais pisaria neste lugar pulando de um carro? Ele escolheu este ambiente para lua de mel, somente por saber que ela odiaria, mas os olhos da garota brilham toda vez que olha para qualquer canto.
O homem olha pelo retrovisor e espantasse pelo que vê, sua esposa já está de pé, ela passa as mãos pela roupa para tirar a areia e olha para o carro como se o desafiasse, sem ao menos pensar ele abre a porta e sai do carro indo apressadamente em sua direção.
— Me diga quem você é – grita, sua respiração está acelerada, sendo possível ver o seu nervosismo deixando-o desesperado.
— Não sei o que diz – murmura, Helo está intacta, parece completamente inabalável.
— Sabe, sabe sim, não pode ser a Helena, tenho certeza que não é, me fala quem você é – suplica parecendo desnorteado.
— Deve ter batido a cabeça, está falando bobagens – observa, isso o faz encará-la com mais raiva.
— Não estou dizendo nenhuma bobagem, eu jamais faria isso na Helena – exclama.
Arthur se aproxima, sentindo o nervosismo aumentar dentro de si, Heloísa beira ao desespero, não sabe o que fazer com toda a raiva que sente. Ele coloca as mãos em seu rosto e por um tempo se olham, se analisam… Observam cada detalhe do rosto de cada um, como se fosse a última vez que se vissem, como se precisem guardar esse momento para sempre.
Aos poucos com a respiração mais tranquila ele começa a se aproximar, é uma aproximação lenta, desejosa, o medo parece estar entre eles, no entanto isso parece não importar.
— Por favor, Arthur não faça isso, ao menos que seja de verdade. Só faça isso se você puder me amar – murmura Heloísa.
Ela não havia pensado claramente, sua mente estava dividida entre o que foi obrigada a fazer com ele e o fato de que jamais seria amada. Isso estava fazendo com que se perdesse do objetivo, essa necessidade de amor, fazia com que não enxergasse as coisas com clareza.
Arthur jamais sentiu tanto medo, e se ela fosse uma golpista? Como poderia amá-la? Ele começou a se afastar lentamente, sem desviar os olhos dos seus, jamais poderia beijá-la, ele não a amaria, ainda tinha Andressa e não podia deixá-la sem nenhuma explicação, e se tivesse que amar alguém, amaria a ela, que sempre esteve ao seu lado.
— Eu não posso – diz afastando-se da garota, parecia haver dor em sua voz.
— É por ela, não é? - questiona.
— Eu…
— Diga – implora. — Apenas seja honesto comigo – murmura.
— Nós temos uma história, eu jamais poderia começar algo novo sem saber o que acontece com nós dois – assume.
— Se está com ela, por que casou comigo? - indaga confusa.
— É uma história longa, ela não pode se casar e também não pode me dar um herdeiro – confessa.
— Então, só me quer para isso, um herdeiro… Agora as coisas estão mais difíceis para você, pois não vou me relacionar sem amor – afirma encarando-o.
Ele não a responder, não tinha o que dizer, não poderia julgá-la errada independente do que haviam combinado, uma vez que, se estivesse no lugar dela jamais aceitaria outro homem.
Heloísa começa a se afastar, seus passos são lentos, como se previssem algo ruim a frente, ela tira os sapatos de salto e anda descalça, levando-os em sua mão. Arthur não sabe como agir, imagina que deveria levá-la para casa a força, no entanto depois do que assumiu sentia vergonha de olhar nos olhos da garota, seria mais fácil magoá-la se a odiasse.
O homem senta no carro e deixa que ela caminhe por mais um tempo, quando começa a perdê-la de vista liga o carro e anda devagar, pelo menos assim sabe que estará por perto quando ela precisar.
Nossa heroína caminha como se tivesse tudo bem controlado, mas por dentro está destruída, lágrimas escorrem pelo seu rosto, mas ela não as seca, sabe que ele está atrás e perceberia se ela chorasse. Seu olhar vazio lhe mostra o caminho correto, e a garota o segue, como se a areia embaçada a levasse para casa.
Ela não sabe por quanto tempo andou, entretanto sabe que o caminho foi bem longo, quando entra em casa, não cumprimenta ninguém, sente-se perdida, pensa apenas em ir para o quarto tomar um banho. Adélia, estranha ao olhar para a menina penalizada, é claro que ela não está bem e independente das diferenças sabia que deixá-la desamparada neste momento era ser muito cruel.
— Adélia – chama Arthur.
— Sim – diz encarando-o.
Para sua surpresa percebe que ele também está abalando, pelo jeito esse acordo de casamento não está sendo fácil para nenhum dos dois.
— Cuide dela para mim – pede.
— Vai sair? - investiga a mulher, ela não concordava com o relacionamento dele com Andressa.
— Não, sou trabalhar do escritório – informa sentindo-se triste com o que aconteceu entre eles.
Ela parece entender, viu o que aconteceu entre ele e Helena durante o ano e jamais imaginou que se apaixonariam, contudo parece que o casamento fez milagre e agora, ambos agem de uma maneira desconfortável, pode estar ainda distante, mas Adélia sabe que ali existe amor.
— Eu cuidarei dela com prazer – diz e sorri para tranquilizá-lo.
Eles se afastam, Arthur entra no escritório notando que até tirá-la de sua cabeça será mais difícil do que havia imagina, ele de fato não estava preparado para certar emoções.
Heloísa vai direto para a banheira, sente uma dor terrível em seus pés e após tomar o seu banho tudo o que deseja é relaxar, esquecê-lo e evitar pensar em tudo que estará fazendo com Andressa, tudo o que não pode fazer com ela, pois não a ama o suficiente para tê-la.
Apesar de tudo, a garota se sente tranquila, não acredita que pode ir contra o que mais acredita em sua vida, e agora deitada em sua cama, pensa em relaxar, mas é interrompida com algumas batidas na porta.
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Atualizado até capítulo 42
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