Capítulo 16

— O que quer? - indaga Heloísa.

A garota se sente cansada, suas energias foram gastas e neste momento ela não quer brigar e sabe que coisa boa não virá desse encontro.

A mulher entra no quarto, em sua mão é possível ver alguns cremes e toalhas, Helo a segue até a cama sem disposição para nenhum conflito.

— Vim cuidar de ti, imagino que os seus pés estão doendo – comenta Adélia.

— Não precisa fazer isso – murmura sentando-se na cama.

— Não preciso, mas quero. Não sei o que está acontecendo desde que se casou, no entanto parece diferente de uma maneira honesta e eu admiro isso, por outro lado sei que veio descalça e imagino o que aconteceu para ter que fazer isso, independente de quem seja nenhuma mulher merece isso – diz.

— Não sei o que está acontecendo comigo – assume.

Nossa heroína nunca se apaixonou de verdade, jamais teve tempo para isso em sua vida, contudo parecia que sua vida agora seria apenas para esse casamento.

— Não pense nisso agora, vamos deite-se, irei cuidar de seus pés – ordena e a garota obedece.

— Sabe Helena, desde que a conheci, a vi como uma gatinha ferida, sei que esconde algo sombrio, jamais pensei que continuaria com esse casamento, você não parece mulher que viveria obrigada com ninguém, todavia não sinto que é a mesma pessoa, esta diferente, mudou para melhor, pelo menos isso – confessa.

Inicialmente a menina não diz nada, estava exausta, não apenas da briga, mas de toda a mentira e saber que a mãe de Arthur não a julgara lhe trazia paz, mas Adélia, será que seria sua cúmplice nisso também? Ela não sabia, mas mesmo assim queria falar, gostaria de dizer a verdade, mesmo que ainda não fosse o momento.

A massagem a estava ajudando a relaxar, seus pés estavam realmente doloridos, assim como o seu corpo, após alguns minutos a garota adormeceu.

Adélia continuou passando os cremes nos pés da menina por algum tempo, entretanto quando percebeu que ela dormia profundamente resolveu parar e ir fazer algo para o jantar. Algo a instigava, não sabia ao certo o que era ainda, no entanto sentia que precisava descobrir, no fundo estava gostando da garota, queria protegê-la, mas não podia aceitar gostar de Helena, ninguém de fato realmente gostava dela.

Saiu do quarto em silêncio e foi para a cozinha, sabia que ambos estavam abalados e imaginou o que poderia fazer para agradá-los.

Arthur tentava a todo custo se concentrar no trabalho, mesmo que tudo o que conseguia pensar era no pai e no detetive, já havia enviado mensagens cobrando alguma informação, no entanto não recebera nenhuma mensagem de volta, ele queria uma autorização para amá-la, não queria ser enganado, e jamais poderia nutrir qualquer sentimento por ela se fosse uma enganadora, por que Helena ele sabia que não era.

Seus pensamentos voavam para Andressa, não se sentia mais à vontade para ter uma relação com ela, pensou que poderia fazer isso após o casamento, mas as duas vezes que se viram se sentiu sujo e foi embora rápido, ele não era um traidor, não podia fazer isso. Com o rosto entre as mãos o rapaz tenta se controlar para encontrar sua própria resposta.

Heloísa mexe-se na cama seus olhos abrem lentamente, ela não sabia por quanto tempo havia dormido, no entanto tinha certeza que estava melhor, seus pés não doíam mais e seu corpo estava descansado.

Após alguns minutos com os olhos abertos, a menina lembra-se do diário e sem pensar duas vezes levanta-se e o pega, sentando-se empolgada por poder lê-lo.

Ao abrir o diário percebe que ele não segue um cronograma, portanto não é possível saber a data em que cada situação ocorre.

“Isa, devo lhe contar que conheci uma pessoa, o nome dele é Elias, ele é tão diferente de tudo o que estão me obrigando a viver.

Os dias ao seu lado se tornam leves, esse rapaz me faz rir como jamais alguém conseguiu, gosto de estar com ele, é tão leve, bem diferente de estar com Arthur, seus amigos são insuportáveis e sua mãe… Não sei como ela pode ser considerada, pois para mim é uma maluca, sempre que sou obrigada a rr casa deles sou maltratada e eu não gosto disso.

Só de pensar em viver uma vida inteira com um homem que não amo e que jamais vai me amar, sinto que a minha vida vai acabar e isso me deixa desesperada. Sei do que Ágata e Carlos são capazes e temo por mim caso me recuse a fazer o que querem, no entanto temo mais pela minha vida se fizer o que querem, não posso viver com o peso de não ter vivido minha vida.

Não quero que julgue irmã, não sou perfeita e fiz muitas coisas das quais me arrependo, tenho certeza que tudo o que acontece quando estou com o Arthur é por minha causa, sei que não facilito as coisas para eles, mas não faço por mal, eu só queria que ele desiste, no entanto isso parece impossível.

Ele me fez uma proposta e eu aceitei apenas para fazê-lo me deixar em paz, ele quer um filho, mas sua namorada não pode fazer isso, então eu disse que lhe daria esta criança se me libertasse depois e Arthur aceitou acredita?

O que acontece é que eu não vou ir com esse plano adiante, tenho outra ideia em mente e quando as coisas estiverem mais claras para mim irei avisá-la. Eu tenho medo todos os dias, medo de te acharem e você ser obrigada a voltar, não permita que isso aconteça, em nenhum momento.

^^^Para sempre com você, ^^^

^^^Com carinho Hel.”^^^

A heroína termina a carta com lágrimas nos olhos, não consegue acreditar no que estava lendo, um pouco de esperança cresce dentro de si, buscando crescer para iludi-la ou talvez lhe dar um caminho, um rumo diferente. Se ela estava viva poderia achá-la mesmo que fosse em segredo, ela ainda teria sua irmã. Agora mais aliviada a garota guarda o caderno, imaginando que ninguém em nenhum momento poderia conhecer as histórias que ali se contavam.

Mais populares

Comments

Luiza Evangelista

Luiza Evangelista

Estou amando está história!!

2023-11-22

3

Ver todos

Baixar agora

Gostou dessa história? Baixe o APP para manter seu histórico de leitura
Baixar agora

Benefícios

Novos usuários que baixam o APP podem ler 10 capítulos gratuitamente

Receber
NovelToon
Um passo para um novo mundo!
Para mais, baixe o APP de MangaToon!