— Isso nunca a incomodou – exclama, a garota o encara espantado, sem compreender o que ele diz. — Bom, em relação aos outros caras – completa deixando-a ainda mais irritada.
— Sabe muito bem que está sendo grosseiro, não é? - questiona com raiva.
— Não foi a intenção – diz ainda mais nervoso.
— Claro que foi, não ache que vou transar com você só por que somos casados – fala levantando-se da cama, Heloísa fica cada vez mais alterada.
— Isso é ridículo, não estou dizendo que é para parar de transar com os outros caras, mas nós combinamos e terá que ter um filho meu – afirma.
— Isso só vai acontecer quando eu quiser, ou pensa em me forçar? - indaga.
A heroína que agora a pouco parecia uma donzela em perigo, encontra-se de pé bem próxima a Arthur, seus rostos quase encostando-se. Ele parece perturbado, nunca a viu desta maneira, sentia que estava de frente a uma outra mulher.
— Eu nunca a forçaria, sabe muito bem disso – assegura.
— Então, sabe que isso não acontecerá, por agora – garante.
Seus olhos parecem sair fogo, a irritação toma conta de seu corpo, todas essas informações são demais para ela, não consegue compreender quem é a Helena que estava com ele, pois de fato não parece sua irmã.
Arthur aproxima-se dela, mas Helo não esta disposta a ceder, e conforme ele vem ela dá um passo para trás, busca a todo custo manter-se longe dele, é um passo de cada vez, mas o rapaz é impaciente, ele não está acostumado com isso, ao contrário as mulheres caem aos seus pés e fazem de tudo para ter sua atenção.
Helena era deste jeito, contudo também queria atenção de todos e isso ele não aceitava, porque de fato ela nunca o interessou, todavia a mulher estava diferente e desde que a viu no altar sentiu-se completamente atraído por ela e isso era um mistério para ele.
O homem segura o braço de Helo, a garota, por sua vez, assusta-se e o encara, seus rostos próximos e o olhar travado um no outro, o corpo da garota arrepiasse e ela sente um calor diferente de tudo o que já sentiu, não sabe exatamente por que se sente desta maneira, só consegue saber que é difícil controlar.
— Não importa quando, mas você será minha – murmura em seu ouvido.
Ela não o encara, tem medo que ele perceba como está corada, seu braço fica livre novamente e ela escuta a porta bater. Sua respiração acelera, apesar da atração que sente por ele nota que precisa focar em outra coisa.
Ela pega seu telefone e liga rapidamente para sua mãe, imagina que ela terá algumas informações para lhe passar.
— Já consagraram o casamento? - indaga a mulher.
— Isso não importa – fala Heloísa.
— Então por que ligou? Preciso que esse casamento seja consagrado, quero um neto – exclama.
Helo não era muito maliciosa, mas agora começava a entender o que estava acontecendo e imagina se o Arthur a tenha comprado apenas para lhe dar esse herdeiro que tanto deseja.
— O que a Helena fazia? Parece que eles não eram apaixonados como diz, as coisas estão muito confusas – diz e ouve a mãe reclamar.
— Que diferença isso faz? Helena está morta, você só precisa lhe dar um filho e pronto, teremos o nosso dinheiro – fala como se fosse algo muito fácil.
— Isso não vai acontecer, é melhor me falar quem a Helena era, por que a mulher que estou conhecendo aqui é nova para mim – confessa chateada.
— Esqueça-a, faça o que precisa e esqueça de Helena, ela se foi – exclama.
— Ela se foi para você, mas para mim ela ainda está aqui e eu não vou deixar ninguém usar e ridicularizar a minha irmã – garante e desliga o telefone.
Toda heroína tem um momento difícil e este era o dela, o amor pela irmã foi o que a manteve viva quando fugiu de casa com 13 anos, elas nunca se afastaram, mesmo distantes estavam juntas e agora percebia que a irmã estava sendo usada e isso era completamente errado em seu ponto de vista, contudo não era apenas isso, Heloísa tem um segredo, algo que não contou para ninguém além da Helena e esse segredo pode acabar com todo o seu plano.
Heloísa perde-se em seus pensamentos, e antes que perceba seu celular cai no tapete, ela se abaixa para pegar e quando olha debaixo da cama depara-se com algo que realmente não esperava, vê escondido entre a grade e o colchão um caderno, ela o pega rapidamente e senta-se na cama para folheá-lo, sempre foi muito curiosa, logo identificada que se trata de um diário, o diário de Helena.
Ela o abre emocionada, chora ao ver a letra da irmã, suas mãos tremem enquanto segura a página e começa a ler.
“Isa, este é o meu presente, um dia irei enviá-lo a ti, sabe que jamais a magoaria por querer, não sabe? Sinto que tem muitas coisas sobre mim que você não sabe e agora terá a oportunidade de me conhecer, sinto que poderá me ler de verdade.”
Ela para de ler e vê que o diário foi escrito há um ano, sua curiosidade aumenta, no entanto é impedida de continuar lendo, pois escutas alguns batidas na porta, apressada, a garota coloca o caderno no mesmo lugar onde esta,va sente o coração disparar como se estivesse sido pega fazendo algo errado, mas a verdade é que o diário era dela.
— Entre – diz sentando-se a cama.
— Helena – murmura a mulher olhando-a espantada.
— Adélia – cumprimenta e sorri, ela tenta ser simpática, mas continuam a tratando mal.
— O senhor Arthur mandou que esteja pronta em um hora, falou para avisá-la que vocês vão sair para jantar – informa.
— Vou me arrumar, obrigada Adélia – fala olhando-a.
— É o meu trabalho – resmunga e sai.
Helo a encara, mas tudo o que vê é a porta, pois a mulher apressa-se em ir embora, ela pensa que poderia ter recebido apenas um “de nada”, mas pelo que já percebeu todos ali a odeiam, apesar disso sente que esta perto de descobrir a verdade.
Ela se levanta e abre o guarda roupa, vê tantas coisas que nunca imaginou usar, mas percebendo que aquele quarto era de sua irmã sente que agora será um personagem, é como uma peça de teatro e ela é uma boa atriz.
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Atualizado até capítulo 42
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