Capítulo 14

Nossa Heroína respira fundo, com o coração disparado, as mãos geladas e a respiração ofegante, ela tenta se controlar para que consiga ser discreta, no entanto sentia que o Arthur estava apenas provocando-a, ele não tinha nenhum interesse sério nela, ao contrário, pois a menina sabia o tanto que ele despreza sua irmã, as coisas não teriam mudando em um único dia… Pensava.

Contudo, ela estava errada, tudo nele estava diferente desde que se casaram, no fundo ele sabia que a mulher não era a mesma que conhecia, e por essa que esta em sua frente, ele podia facilmente se apaixonar e provavelmente isso já estava acontecendo.

A garota sai do banheiro, o mesmo que ela não se atreveu a usar, e caminha lentamente em direção a sala, não sabe por quanto tempo ficou longe, mas a sensação é que já se passaram muito minutos, Helo acompanhou as vozes que conversavam animadamente, quando começo a se aproximar percebeu que eles estavam animados, e por um momento pensou em como seria se sua família tivesse sido assim, sem nenhum tipo de problema, talvez seriam únicos.

— Helena chegou bem na hora, vamos comer – fala Olívia empolgada.

— Realmente sinto um pouco de fome – diz e sorri.

Arthur a observa com curiosidade, queria saber se ela realmente havia sentido algo por ele, contudo tudo o que via era decepção. A menina continuava séria, sem ação, nada em seu comportamento denunciava como havia se sentido há alguns minutos.

Por um momento ele questionou e duvidou de si mesmo, talvez não fosse tão galante como outrora. Estranhou novamente a maneira como Olívia estava atenciosa com ela, realmente era um milagre. Tudo lhe alertava que tinha algo de errado com a moça, e por mais que tentasse ignorar os sinais, achando que estava enlouquecendo, um alarme em sua mente lhe mostra que está não é de fato a mulher que conheceu.

— O que prefere, frango ou porco? - indaga Olívia.

— Eu… Hum… Eu parei de comer carne, é uma escolha recente, acho que ficarei com a salada e as batatas – diz sentindo-se nervosa.

Heloísa não come carne desde quando saiu da casa da mãe, não foi uma escolha fácil, no entanto era o que sentia que desejava fazer. Já tinha conseguido ficar assim por dez anos, não podia voltar a comer agora, ela não queria isso.

Notou como todos se surpreenderam com sua fala, percebeu como a olhavam e pensou que talvez já soubessem que ela não era Helena e jamais poderia ser.

— Isso é ótimo, sinto que devo aderir a essa dieta, carne animal nunca foi completamente saudável, vou tentar iniciá-la, mas não hoje – fala Olívia e sorri com o comentário.

— Garanto que não vai se arrepender – comenta a garota, seu sorriso é discreto, pois está de fato agradecendo a sua sogra por todo o apoio.

Seu esposo não disse uma única palavra, ele come em silêncio, observando-a, seus olhos se cruzam em alguns momentos, olhos felinos, curiosos como se estivesse buscando por aquilo que ela não quer oferecer, em alguns momentos Helo sente-se tão constrangida que sente dificuldade de continuar comendo, todavia não deseja causar nenhum desconforto e tento ignorá-lo, no entanto isso se torna cada vez mais difícil.

Conforme Arthur a observa seu corpo parece responder a ele, o nervosismo lhe causa calores que não sabia que poderia sentir, o frio em sua barriga aumenta cada vez mais, sem se dar conta começa a mexer no cabelo, em um momento coloca-o atrás da orelha e em outro deixa cobrir o seu rosto, começa a comer mais devagar, seu marido por saber o efeito que tem sobre ela, sorri imaginando que se consegue deixá-la desse jeito sem ao menos estar ao seu lado imagina o que aconteceria se a estivesse tocando-a.

Ele ignora o próprio pensamento imaginando que ela pode ser uma farsante, ou pior uma golpista como todos falam. Todas as pessoas que confia o mandaram ficar de olho nela, é como se pudesse confiar em todos menos na sua esposa.

— Alguém quer a sobremesa? - questiona Olívia empolgada. — Hoje temos torta de chocolate – diz animada.

— Eu não quero não – fala Heloísa sentindo-se ainda mais envergonhada.

— Mas é a sua preferida – exclama a mulher.

Heloísa percebe que está ficando cada vez mais difícil, sabe exatamente que é a preferida de Helena, mas sabe também que tem alergia desde os nove anos, pensa que seria mais fácil assumir a verdade, ser expulsa dali não será tão ruim e talvez se contar a Arthur que foi chantageada quem sabe ele a perdoe e deixa que ela fuja para longe de sua mãe.

— Que cabeça a minha, esqueci que está de dieta, esqueça isso querida, vou pedir uma salada de frutas para nós – afirma sua sogra.

A heroína respira fundo e a agradece com o olhar, pensa que ter uma aliada neste momento é o mais importante para continuar com o plano, pois se fosse apenas por ela já teria desistido.

A salada de fruta chega para as mulheres e os homens comem o bolo de chocolate, eles se encaram em alguns momentos como se conversassem em silêncio, Antônio já entrou em contato com o seu detetive e espera ter respostas o mais rápido possível. Quando a sobremesa é finalizada, eles se levantam prontos para mais alguma surpresa.

— Mãe, nós já estamos de saída – anuncia Arthur.

— Assim tão rápido querido? - indaga, desejosa de que fiquem mais um pouco.

— Sim, já ficamos muito, lembre-se que estamos na nossa lua de mel – fala o rapaz, fazendo com que Heloísa fique envergonhada.

— Tudo bem, irei perdoá-los dessa vez – comenta e sorri.

Ela abraça o filho e em seguida vai em direção a Heloísa, a senhora a abraça forte, mostrando que possui muito carinho pela garota.

— Venha me ver no momento que desejar – diz em seu ouvido.

— Obrigada por tudo – murmura emocionada.

Eles saem da casa e entram no carro em silêncio, se mantém assim durante um percurso até que o silêncio é cortado como um tsunami.

— Vou deixá-la em casa e irei sair – informa Arthur.

Heloísa compreende de imediato e aquilo a magoa de uma maneira extremamente difícil de compreender.

— Vai ver a Andressa? - questiona.

Ele se mantém em silêncio, a garota aguarda ansiosa, ela necessita dessa resposta, quando pensa que seu coração vai sair pela boca, o homem ao seu lado responde.

— Sim, temos algo para resolver – informa.

Algo toma conta de si, e uma raiva começa a crescer dentro do seu peito, raiva de si mesma por ter aceitado um casamento sem amor.

— Para o carro – ordena. Ele a ignora. — Pare agora o carro – exclama com raiva, mas ainda não é obedecida.

Sem pensar nas consequências, ela abre a porta do carro e pula deixando o seu corpo perder-se em meio a areia.

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