Capítulo 7

Ela não soube o que fazer, então olhou para o chão. Assim que saíram do elevador, Heloísa percebeu que seu coração batia forte, mas isso não aconteceu por conta da fobia, ela nem sequer conseguia lembrar-se mais disso.

Tudo o que a mantinha tão nervosa era, Arthur. A forma que ele a beijou, deixou a garota extremamente excitada, entretanto não se engane tanto referente a isso, não foi algo apenas físico, isso lhe atingiu a alma e era isso que mais temia.

Nunca quis ser a sombra da irmã, e agora sentia-se como se realmente tivesse incorporado o papel dela, afinal já o havia beijado e nem tinha esperado muito para isso. Havia sido algo simples, não foi um beijo como se os dois fossem completamente apaixonados, como nos filmes, mas foi um beijo real.

Enquanto saiam do elevador, os dois decidiram manter silêncio, isso não foi combinado, contudo foi quebrado antes que pudessem chegar a mesa.

— Aquilo não significou nada – exclama Arthur, ele puxa o seu braço e faz com que a garota o encare.

— Tudo bem – murmura Heloísa.

Este homem era um caos, ela sabia que ficar com ele não poderia significar algo bom e não queria um relacionamento com neste momento, tudo o que desejava era livrar-se de sua mãe e seu padrasto e assim poder terminar com essa farsa e fugir.

— Foi apenas uma distração, nunca terá nada assim entra a gente. Helena, eu já te falei isso diversas vezes, nunca poderá haver nada entre nós e esse seu joguinho de mulher delicada não cola comigo, então jamais pense que poderemos ter algo real – fala encarando-a.

— Finalmente estamos de acordo – exclama a garota.

— Assim, tão simples, não vai perguntar por que? - indaga.

Arthur parecia frustrado, ele se recorda claramente de como essa mulher agia com ele antes, não conseguia acreditar que tudo tinha mudando somente por que haviam se casado, ao mesmo tempo em que a odiava começava a sentir sua falta, seus pensamentos o cegavam.

— Não faz diferença para mim, afinal Arthur, você não faz o meu tipo, talvez você se sinta melhor com outra pessoa – diz irritada.

Helo começa a caminhar, com passos lentos. Sempre que ela se sente mal com algo, ela anda devagar, aproveita este tempo para se fortalecer e assim quando chega em seu destino, sente-se muito mais forte e pronta para o que esta por vir.

— Eu não faço o seu tipo? - questiona, e a garota cansada desse joguinho vira-se para encará-lo.

Ela não sabia que ele estava tão perto, seus olhos se encontram, o seu marido a olha com curiosidade, tenta descobrir algo, talvez o que mantém em seus pensamentos, ou apenas esteja muito ofendido pelas suas palavras. Heloísa tenta disfarçar, mas o olhar dele consegue disparar tudo o que tem em si, ela pisca algumas vezes antes de confirmar.

— Não, não faz – murmura.

— Isso é impossível, você pode negar Helena, mas eu sei reconhecer quando uma mulher se sente atraída por mim – assegura. — Agora vamos, daqui a pouco não sobrará comida para nós – comenta.

— Eu não sabia que tínhamos convidados – observa.

— Eu deveria te contar? - pergunta enquanto caminham.

— É nossa lua de mel – recorda-o.

— Claro que é – sussurra.

Arthur segura sua mão, fazendo a pele dela se arrepiar, eles chegam em uma varanda, a iluminação é fraca sendo completada por algumas velas. No centro da varanda algumas mesas são espalhadas, a decoração é praticamente toda em dourado e preto, algumas cores são bege e rosa claro, mas é necessário muito esforço para vê-las.

Perto de uma porta de vidro é possível ver uma mulher conversando e os olhando. Heloísa sente um alarme tocar dentro de si, a mulher encara o Arthur e sorri, pelo canto dos olhos nossa heroína consegue notar o sorriso discreto que ele oferece a mulher desconhecida e isso a deixa completamente chateada, já era ruim demais um casamento falso, no entanto Helo não tinha pensado em como poderia ser horrível um casamento falso misturado com traição.

— Quem é ela? - pergunta para si mesma, sabendo que seria arriscado demais falar isso em voz alta.

A mulher começa a caminhar em direção a eles, ela tem o cabelo preto na altura dos ombros, os olhos contornados com um lápis preto e os lábios pintados de um vermelho puro sangue. Ele ainda não soltou sua mão, a vontade da garota é fazer com que essa mulher desapareça, contudo neste momento quanto mais ficar calada e observar será melhor.

— Oi docinho – diz e passa sua mão pelo braço do Arthur.

— Andressa, como está? - indaga o homem ao fitá-la.

— Muito melhor, agora que o vi – murmura e sorri.

— Que bom saber que o meu marido, é capaz de lhe proporcionar tanto prazer, apenas com a sua presença – exclama Heloísa.

Ela não queria falar nada, de fato não desejava, tudo o que esperava de si mesma era o silêncio, entretanto antes que pudesse pensar estava falando.

— Helena – fala com repugnância olhando-a dos pés a cabeça.

— Boa noite, querida – cumprimenta-a.

— Nos vemos por ai – diz Andressa, ela ignora a presença da outra e se retira.

A raiva cresce dentro de si, jamais se sentiu tão desrespeitada, seu coração está disparado devido a raiva que sente, em um momento imagina-se fazendo com que ela de alguma forma aprenda a respeitar outras mulheres.

— Desde quando é tão ciumenta? - indaga Arthur, sussurrando em seu ouvido.

E, somente neste momento a garota percebe que está apertando sua mão, sente a vergonha tomar conta de si, o medo de ser descoberta e mais ainda, o terror da possibilidade de sentir algo real por ele.

Quando Heloísa cria coragem para encará-lo percebe que Arthur sorri como uma criança, é como se ele tivesse descoberto um segredo e isso só a deixava mais nevosa.

— Eu não sou ciumenta, só acho que ela não presta – afirma encarando-o.

— Se é o que esta dizendo, quem sou eu para discordar de ti – fala provocando-a.

— Nos vamos fazer um acordo, enquanto formos casados – fala sem ao menos pensar.

— De que acordo está falando? - investiga, olhando para ela.

— Enquanto estivermos juntos, você não terá nenhuma outra mulher – afirma olhando em seus olhos.

Arthur sorri, um sorriso vitorioso como se estivesse ganhando algo e por um momento ele acredita que realmente venceu.

— Isso significa que se eu não tiver ninguém, poderei ter você? - pergunta e passa a mão pelo seu rosto, acariciando-a docemente.

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