Heloísa estava sentada em uma limousine, eles haviam saído do casamento a alguns minutos, a menina olhava de relance para Arthur, o rapaz não havia falado com ela e isso a deixava impossibilitada, pois o olhar dele lhe diziam coisas que não gostaria de saber.
— Alfredo, pode parar aqui, por favor – ordena.
Helo o encara, sem ao menos disfarçar, sua voz era ainda mais incrível pessoalmente e a garota começou a temer a forma que estava se sentindo.
— Já vamos descer? - indaga percebendo que ele a olhava.
—Você não – afirma e se aproxima. — Sei por que nos casamos, saiba que sua mãe e seu padrasto jamais terão nada meu e você também não, então eu vou descer, pois tenho algumas coisas para resolver e mais tarde a encontro no hotel para… Consagrarmos o casamento – informa e desce do carro assim que ele para.
Ela não disse nada, eu não falei que não queria dizer, a menina estava com tantas coisas prontas para serem ditas, principalmente quando percebeu que o plano de Ágata havia dado errado, no entanto sua voz foi interrompida por algo misterioso em sua garganta e assim que ele saiu, ela engasgou, não conseguia se controlar e teve que pegar uma água, seus olhos lacrimejaram e logo imaginou sua maquiagem toda estragada, contudo isso não fazia nenhuma diferença neste momento.
Helo, em toda a sua reflexão, tinha certeza de duas coisas. A primeira era que sua mãe ia surtar ao perceber que, não teria nada, e isso a deixava extremamente satisfeita. A segunda é que ele nunca amara sua irmã, e duvidava se em algum dia ia conseguir amar alguém de verdade. Sabia que agora tinha estragado sua vida e isso não tem mais volta.
Sua mente a recordou de tudo o que mais teme, não desejava consagrar o casamento, não iria perder a virgindade com alguém como ele, apesar de lindo Arthur lhe dava repulsa, sua única certeza é que sofrerá demais nesta nova vida.
Ela conseguiu relaxar um pouco e pode finalmente observar o lugar onde estava, a limousine não é muito grande, mas para a garota que morava em um espaço minusculo parecia enorme, por fora é na cor preta, um preto brilhante e por dentro o tom é nude, deixa o ambiente harmonioso. Dentro do carro cabe aproximadamente umas 10 pessoas, ela pode observar bebidas e alguns petiscos, ouvindo a barriga roncar pensou que poderia comer um pouco e rapidamente estava fazendo isso.
As janelas estavam fechadas, então não conseguiu observar para onde estavam indo, quando finalmente pararam e abriram a porta para ela espantou-se com o lugar onde estava. Ao descer do carro, viu que estava de frente a uma mansão, parecia um lugar antigo, envolta da casa a grama verde estava limpa e aparada, a casa é rustica, a cor das paredes ao lado de fora são laranja e combinam perfeitamente com as portas e janelas de madeira cor marrom escuro.
Os dois andares da mansão são cobertas por uma telha vermelho vinho, que combina perfeitamente com o ambiente, as árvores fazem a decoração ser mais bonita e apaixonante. A limousine parou de frente a um corredor com estrutura de ferro e muitas plantas cobrindo-o tanto aos lados como por cima, a garota sorriu com aquilo que via, ela pensou que poderia ser feliz ali, já que o amor não existia para ela.
Começou a andar lentamente, o coração disparado, as bochechas doendo por conta do tanto que sorria, ela anda olhando para cima, para os lados, suas mãos tocam as plantas de forma leve e ela sente sua vida ali, a vida ressurgindo em si mesma. No meio do corredor, ela para e gira lentamente para poder observar tudo, a felicidade para não caber dentro de si.
— Isso só pode ser um sonho, e eu não quero acordar nunca – afirma.
Seus pés a levam para a entrada da casa, vê que tem algumas pessoas a esperando e sorri assim que a porta é aberta.
— É um prazer estar aqui – diz e sorri sem graça, pois por um momento esqueceu-se de quem era.
Eles se olham confusos, como se não esperassem por isso e Heloísa sente-se triste, ela não quer pensar na irmã como eles estão fazendo com que a veja, não poder conversar com ela a entristece ainda mais, gostaria de ter estado mais ao seu lado.
—Vamos, Senhora Helena, vou mostrar o seu quarto – diz uma senhora.
— Qual o seu nome? - questiona.
— Adélia – informa incomodada.
— Adélia, desculpe pelos momentos que passamos, agora temos a oportunidade de começarmos novamente, me chame de Helena – pede e sorri.
A mulher a encara e em seguida olha para os colegas, Adélia é uma mulher com os seus 50 a 55 anos, nada além disso, ela é alta e magra, o cabelo grisalho está preso em um coque na altura da nuca, e ela usa um batom vermelho vinho, a senhora tem uma expressão ruim, como se sempre estivesse brava, mas parece ser mais gentil do que isso.
— Como quiser – diz e começa a andar.
Helo a segue, chateada por não poder observar mais a casa, a entrada da casa, é como se fosse “limpa” possui algumas flores e quadros, mas não tem móveis, o piso é marrom e brilha demais por conta da cera, elas andam um pouco e logo estão na escada gigante que fica no centro da sala. Nossa heroína não consegue observar muito, contudo percebe que está em um lugar muito rico.
Quando terminam de subir a escada, a menina se espanta com a quantidade de portas, não consegue imaginar porque alguém teria tantos quartos, elas andam um pouco e para em uma porta no fim do corredor.
— Fique á vontade – diz Adélia, e logo sai.
Heloísa respira fundo, sente o suor escorrendo de suas costas e sua mão ficando fria, morde o lábio e percebe sua respiração acelerar, coloca uma mão em seu coração e a outra na maçaneta da porta, ela não sabe o que a aguarda lá, entretanto sabe que o que está vivendo neste momento é um sonho.
Quando a porta começa a se abrir sente-se ainda mais ansiosa para ver o seu quarto, contudo assim que consegue finalmente abri-la sua felicidade transforma-se em terror.
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Atualizado até capítulo 42
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