Complexidade dos Cosmos: Em Busca de Respostas

Luana

E aqui estou, com Zareth ao meu lado, observando minha tia e prima de longe, sem que elas sequer desconfiem da minha presença.

Chegar até elas não é uma opção; não sei o que ainda terei de enfrentar, e aparecer só traria mais problemas, considerando que não posso ficar.

Afinal, recentemente, tenho sentido que tudo está um emaranhado de situações e sentimentos complexos. Uma das coisas que me abala é o desaparecimento do meu mentor, Arcandros.

E ele não é o único; todos os mentores dos guardiões sumiram. Doriana está tentando se comunicar com o comando superior, mas não recebe resposta.

Por isso, ela nos alertou que algo muito mais grave está acontecendo. Estou genuinamente preocupada com todos no planeta. Enquanto observo minha tia e Belinha, um sentimento de impotência me assola.

Mas preciso fazer alguma coisa. Tenho que descobrir o que está acontecendo, tentar ajudar de alguma forma. Com esse pensamento, volto minha atenção para Zareth, que está encostado na moto que ele afirma ter emprestado. Eu sei que isso não é verdade, mas esse é o menor dos problemas agora.

— Zareth, vamos. Preciso ir a um lugar.

Ele me olha intrigado e pergunta:

— Você não está pensando em ir até eles novamente, está?

E é exatamente isso que estou planejando. Preciso descobrir se o acordo que fiz com um deles está relacionado a tudo o que está ocorrendo.

Com sinceridade, respondo:

— É exatamente isso que vou fazer.

Ele me encara por um momento, solta um suspiro e diz:

— Então vou com você.

Sinto um pouco de surpresa diante da oferta, mas sem hesitar muito, concordo com a ideia. E então, partimos. E assim com Zareth pilotando a moto e eu na garupa, seguimos pelas ruas da cidade.

O vento fresco da noite sopra em meu rosto, trazendo um misto de sensações, desde ansiedade até uma estranha calma que a presença de Zareth me proporciona.

E assim cheguei novamente na entrada dessa construção subterrânea, mas dessa vez Zareth está ao meu lado, e não escondido me vigiando como fez da última vez.

A escuridão parece envolver o lugar, mas eu sinto uma determinação renovada dentro de mim. Não vou permitir que o medo me domine. Zareth olha para mim, sua expressão séria e solidária.

— Você está pronta para isso?

Assinto com confiança, ajustando o aperto no cabo do meu arco.

— Estou pronta. Preciso entender o que está acontecendo e encontrar uma maneira de proteger o meu planeta.

Nós avançamos juntos, passando pelos corredores sombrios e chegando à mesma sala ampla iluminada pela luz da lua. Lá, o ser enigmático está de pé, como se estivesse nos esperando.

Ele nos observa, seus olhos brilhantes fixados em mim.

— Vejo que você trouxe companhia desta vez, guardiã.

Sua voz ecoa, e uma sensação de alerta percorre minha espinha. Zareth permanece ao meu lado, sua presença sólida me dando apoio.

E então com a voz firme, declaro:

— Estamos aqui para encontrar respostas.

O ser sombrio sorri, mas não é um sorriso amigável. É um sorriso cheio de mistério e poder.

— Vocês humanos têm uma compreensão tão limitada do que está acontecendo. Vocês não podem enxergar o quadro completo, as engrenagens cósmicas em movimento.

Eu franzo o cenho, frustração se misturando com determinação.

— Não importa o quão complexo seja, não aceitarei a destruição do meu planeta. Se vocês têm algum envolvimento nisso, precisam me explicar.

Zareth se mantém calmo ao meu lado, mas seu olhar está atento e alerta, enquanto ele diz:

— Nós sabemos que algo está mudando mas precisamos entender por que isso está acontecendo e o que podemos fazer para proteger a Terra.

O ser sombrio olha para nós, seus olhos brilhando com uma inteligência profunda.

— Vocês buscam respostas que estão além do alcance da sua compreensão. A agitação cósmica é uma manifestação da vontade maior. O universo está em movimento, e vocês são apenas peças nesse tabuleiro.

Eu aperto os punhos, recusando-me a aceitar a impotência.

— Nós somos guardiões, nossa responsabilidade é proteger os mundos dos desequilíbrios. Se há mudanças ocorrendo, devemos estar envolvidos para garantir que o equilíbrio seja preservado.

O ser sombrio inclina a cabeça, parecendo intrigado.

— Seu senso de dever é admirável, guardiã. Mas o que vocês entendem como equilíbrio pode não ser o mesmo que o universo entende.

Dando um passo a mais em direção a ele, digo:

— Então isso não tem relação com a proposta que fiz a você?

Ele me encara com seus olhos penetrantes, como se estivesse examinando cada pensamento dentro de mim. Seu sorriso cínico permanece, mas há algo mais profundo em seu olhar.

— Sua proposta, guardiã, foi apenas uma gota em um oceano de mudanças. O universo é um lugar vasto e complexo, e suas marés são guiadas por forças que vão além do entendimento humano.

Suas palavras ressoam em mim, e eu percebo que, apesar do poder que possuo como guardiã, ainda há muito que escapa ao meu alcance.

— Então, o que você está fazendo aqui? O que está buscando ao abrir esses portais e trazer caos para o nosso mundo?

Ele dá um passo mais próximo, diminuindo a distância entre nós. Sua expressão permanece enigmática.

— Minha querida guardiã, minhas intenções são tão profundas e complexas quanto o próprio universo. Você não pode esperar compreender completamente, assim como uma formiga não pode entender a dança das estrelas. Mas saiba que o que está acontecendo é apenas uma pequena parte de um plano muito maior.

Minha frustração aumenta diante de suas respostas evasivas. Eu quero entender, quero agir, quero proteger o que é importante para mim.

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