Capítulo 20

Passamos boa parte da manhã trancados no escritório, e confesso que o que menos fizemos foi trabalhar.

No almoço eu me sentei no meu lugar de costume, mas Don Bruno deixou? Claro que não.

Cá está o homem me fazendo levantar e sentar ao seu lado, atraindo o olhar de todos para nós, o que me deixou morrendo de vergonha, mas minha cunhada me ensinou que se eu seria mulher de um homem poderoso como Don Bruno Massilli, teria que aprender a me portar como a senhora da máfia e ser motivo de orgulho para meu marido.

Então, não custa nada treinar aqui com eles, não é mesmo?!

Me sentei ao lado do Don, que sorriu satisfeito.

- Família, quero comunicar à vocês, que a partir de hoje, Don Bruno Massilli tem uma companheira, minha futura esposa, Fernanda Donartti!

Vejo a surpresa nos rostos do Vicenzo e do Dimitry, já Viollet torce a boquinha, nos olhando com curiosidade.

Logo minha atenção vai para a mama Freda, que se levanta e vem me abraçar, com o carinho de sempre.

- Minha querida, estou tão feliz! - ela diz, naquele tom alto e tipicamente italiano. - Essa casa precisava de uma nova senhora Massilli e meu filho não poderia ter escolhido uma esposa melhor! Eu já te considerava como filha, e agora será filha de verdade! Que alegria, que alegria!

Logo ela começa a cantar sua música italiana, seguida pelo Marco e pela Viollet, que rodopia toda sorridente.

- Até que em fim, meu amigo. - vejo Marco cumprimentar Don Bruno com um abraço.- Parabéns! Desejo felicidades ao casal. - ele beija minha mão. - Boa sorte com esse italiano mal humorado, sorella.( irmã ).- eu sorrio da carinha de ciumento do Don.

- Você enfim tomou uma atitude, hem fratello! (irmão). - vejo Vicenzo abraçar o irmão.- Mais um pouco e eu conquistaria a bella. - Don dá um tapa na cabeça dele, que reclama mais sorri. - Bem venda oficialmente à família, cunhada!

- Obrigada, meu chatinho preferido.- eu o abraço e logo sinto meu ciumento me puxar e envolver minha cintura, com aquela cara séria de sempre.

- Larga mia moglie, seu pazzo! - ele diz, sério e Vicenzo meneia a cabeça,rindo do irmão.

- Tia Nanda, você agora namora mio fratello? - minha pequena curiosa me pergunta, e eu a pego no colo.

- Sim, minha pequena. Você gostou?

- Siiiimmm! - ela sorri e me abraça. - Agora ele vai rir mais né?! Porque a mama disse que ele só fica de cara feia porque não tem uma namorada, mas agora ele tem, então não vai mais ficar emburrado.

Eu pressiono os lábios, segurando o riso. Como essa pequena consegue ser tão esperta desse jeito?!

- Mama! - Don estreita os olhos para a mãe, que sorri e finge não estar ouvindo. - Sim, mia sorella, seu fratello agora vai sorrir mais, porque sono innamorato. ( estou apaixonado).- ele me olha e eu já me derreto toda só com esse olhar e o sorrisinho de canto que ele tem.

Viollet fica toda feliz e sorridente. Nós almoçamos todos em um clima leve, o que era bem difícil ultimamente, já que Don Bruno sempre era bem ríspido comigo. Doía ver como ele me tratava com indiferença, mas agora sei que era por medo de me colocar em risco e não por que ele não me amava.

Depois do almoço eu liguei para o meu irmão...como sinto saudades dele.

- Oi irmão. - digo, olhando pra ele na chamada de vídeo. - Que saudades de vocês.

- Oi minha princesa do irmão. Eu estou já agoniado de saudades de você, Nanda. Quando você volta?

- Calma, homem! Deixa a Nanda resolver os assuntos dela primeiro, né cunhadinha? - Lari dá uma piscadinha pra mim.

- Ih, já não tô gostando desse assunto. - Felipe logo fica sério. - Que assunto a senhorita tem pra resolver que não pode voltar pra casa, hen dona Fernanda?!

Eu sorrio do jeito protetor e cuidadoso do meu irmão.

- Ah, pronto! Já vi tudo, vamos ter que resgatar você? Eu não topo mesmo com a cara daquele mafioso mal encarado, por mim tu não tinha nem voltado pra Itália. - vejo Igor aparecer todo emburrado.

- Oi irmão, também senti sua falta. - digo e logo ele desfaz a carranca e sorri todo faceiro.

- Ah, coisa linda do irmão! Estou com saudades já. Olha, se quiser a gente te busca hoje mesmo, você sabe que seu irmão aqui não tem medo de nada né?! O tal italiano é mafioso e grande, mas não é dois não.

- Claro que não é dois, mas pra resgatar a nossa irmã a gente tem que pensar primeiro, bolar um plano. Que tal uma visita? A gente chega de boa, e quando ele menos esperar, a gente age.

- Boa! Elemento surpresa! Sempre funciona. - Igor sorri. - Já temos um plano, agora é só tirar o mafioso carrancudo de casa e..

Ele para de falar quando eu viro a câmera e aparece o Don Bruno com a cara fechada.

- Don Bruno, cara que prazer te ver! - diz, disfarçando.

- É verdade. Nossa, como você têm passado? - Felipe vai na onda.

- Principessa...- Don me olha e eu estou quase fazendo xixi nas calças de tanto rir. - Temos que aumentar a segurança. Tem dois desavisados querendo invadir minha fortaleza e levar a minha mulher! - ele ergue a sobrancelha e vejo meus irmãos arregalarem os olhos.

- Tua mulher?! - Felipe diz.

- Tua mulher é o escambal! Tá pensando o quê, rapaz!? Já falei que tu é grande mas não é dois! Eu hen?! Nem pediu nossa permissão pra namorar...- Igor já levanta, todo nervosinho.

- Mal encontrei minha irmã e você já quer pegar pra morar na Itália? Pode parando! Nanda, faz suas malas, tô indo te buscar. Onde já se viu? Nem pediu a sua mão pra nós, que somos seus irmãos, e já está chamando de "minha mulher". Se orienta, Don Bruno! - Felipe passa as mãos pelos cabelos.

- Vocês dois podem parar de dar xilique e ouvir a irmã de vocês?! - Mônica, esposa do Igor, diz me fazendo rir ainda mais ao ver tanto o Felipe quanto o Igor ficarem quietos. - Pronto cunhada, pode falar! - ela sorri pra mim, que jogo um beijinho pra ela.

Minhas cunhadas são as melhores, sem dúvida nenhuma!

- Eu liguei exatamente pra pedir à vocês que venham para a Itália. O Don...

- Deixa que eu falo! - Don Bruno me interrompe, mas me abraça e beija minha testa, então ele está tranquilo.. ainda bem. - Eu quero oficializar meu compromisso com a Fernanda. Então, Felipe e Igor, quero a presença de vocês aqui para uma reunião de família. Na máfia temos regras um pouco rígidas em relação à casamentos e...

- Casamento?! - os dois falam juntos.

- Baby arruma nossas malas, nós embarcamos pra Itália hoje à noite! - Felipe diz, sério.- E você, Don Bruno Massilli, vai me explicar direitinho o motivo desse casamento às pressas.

- Na minha época casamento às pressas só tinha um motivo...- Igor arregala os olhos. - Seu italiano sem vergonha, você tocou na nossa irmã antes de casar?! Loira, bora pra casa arrumar as malas...eu vou morrer, mas vou matar um mafioso!

- Gente, não é nada disso...- eu tento falar, mas vejo minha cunhada Lari pegar o telefone.

- Liga não, cunhadinha, seus irmãos são assim mesmo, os dois têm uns parafusos soltos...

- Eu ouvi isso, baby.- Felipe grita no fundo.

Larissa revira os olhos e volta a falar...

- Como eu dizia, fica calma e aproveita seu italiano aí que quando a gente chegar conversamos direito e pode ficar tranquila que ninguém vai matar ninguém....ouviram bem né se Felipe e seu Igor?! Ninguém vai matar ninguém! - ela grita e os dois bufam, mas ficam quietos. - Aprendeu como se faz homem baixar o faxo né cunhada?! - eu sorrio e concordo. - Bom, eu fico feliz que você esteja vivendo o amor com que tanto sonhou, e pelo olhar do Don pra você, acho que logo logo teremos...bom, deixa pra lá. - ela sorri e eu sinto minhas bochechas esquentarem. - Bom, vou desligar. Nos vemos amanhã.

- Tchau cunhadinha. - Mônica acena e manda beijo.

- Tchau cunhadas, amo vocês. - ela mandam beijo e viram a câmera, mostrando os dois mal encarado sentados no sofá. - Tchau meus malvados favoritos, coisas mais lindas da irmã, eu amo vocês! - pronto, os dois já sorriem de lado e mandam beijo.

Encerro a chamada e me viro, vendo meu Don de braços cruzados me encarando.

Vou até ele e sento em seu colo, fazendo ele suspirar pensativo, enquanto me abraça.

- O que foi? Porque essa cara de preocupado?

- Acho que vai ser mais fácil enfrentar o conselho da máfia do que seus irmãos ciumentos! - bufa. - Como eles ameaçam um Don?! Por muito menos eu...

- Bruno! - falo séria e ele me olha, sorrindo de lado por eu chamá-lo pelo nome. - Meus irmãos só querem o meu bem. Não leve à sério essas coisas que eles disseram. Eles apenas querem garantir que eu esteja feliz, só isso.

Eu vou dando selinhos no rosto dele, que me olha e logo corresponde, me beijando com vontade.

- Você sabe como me ganhar, não é? - aperta minha cintura.

- Acho que estou aprendendo...- sorrio e me deixo envolver em seus beijos tão maravilhosos.

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Comments

Valéria Vilas boas

Valéria Vilas boas

Estou amando a história!

2024-05-07

1

Isabel Mororo

Isabel Mororo

kkk, que loucos ciumentos

2024-05-05

0

Vera Lúcia

Vera Lúcia

eita que irmãos ciumentos

2024-04-16

1

Ver todos

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