Capítulo 3

Estava terminando de organizar tudo para a viagem aos Estados Unidos quando minha mama bate na porta e eu a mando entrar.

- Filho, vai viajar de novo? - ela pergunta, com o semblante preocupado.

- Sim, mama mas são poucos dias, fique tranquila. Vou ajudar aquele amigo do babbo, o Felipe Donartti.

- Ah, mande um beijo à senhora Larissa. Ela é uma mulher encantadora.

A senhora sabe que transmitir recados carinhosos não é meu forte, não sabe, mama?! - ela sacode as mãos, um gesto tipicamente italiano.

- A Nanda vai com você?

- Sim, ela vai. Preciso dos serviços e habilidades dela para ajudar os Donartti. - me viro para minha mãe. - Mama, porque disse à sorella que o Vicenzo está apaixonado pela Nanda? - franzo a testa.

Mama Freda me observa por alguns instantes, antes de dar um longo e cansado suspiro.

- Figlio...- ela põe a mão em meu rosto. - Você vai acabar perdendo um grande amor por conta de um medo, Bruno. Não faça isso com você, não seja como tuo babbo, que quase me perdeu por não ter coragem de assumir seus sentimentos.

- Mama...Eu não sei do que a senhora está falando. - digo, por fim, voltando a arrumar minha mala. - Dimitry vai ficar no comando da fortaleza enquanto eu estiver fora. Não quero a senhora nem a sorella saindo de casa até eu voltar. Vicenzo vai ficar, mas não deixe aquele pazzo se meter em problemas enquanto eu estiver fora.

Ela dá um longo suspiro, meneando a cabeça, com cara de descontente.

- Eu não vou insistir nesse assunto. Só espero que você acorde e lute pela única mulher que fez seu coração bater forte. - sinto a mão dela afagar minhas costas. - Boa viagem, mio bambino. - ela diz e eu dou um sorriso discreto, antes de vê-la sair do meu quarto.

.

.

Horas depois estamos desembarcando do meu jatinho particular em solo americano.

Seguimos até o hotel e, depois de meus homens estarem instalados em seus respectivos quartos, eu vou até a suíte da Fernanda, fazer a inspeção.

Bato na porta, duas batidas curtas como sempre, e ela abre e me deixa entrar.

- Já guardou suas coisas? - pergunto, frio como sempre.

- Sim, senhor. - responde,de cabeça baixa.

- Ótimo! Vou fazer a varredura. - entro no quarto, banheiro e verifico tudo. Volto para a pequena sala, onde ela me aguarda, mexendo no telefone. - O que tanto digita nesse aparelho? - franzo a testa.

- Prometi à Viollet que levaria um presente. Estou pesquisando lojas de bonecas artesanais próximas daqui. - responde, baixinho.

Respiro fundo e apenas assinto.

- Quando encontrar o que procura me avise. Irei com você até a loja. Não é prudente sair sozinha em um país desconhecido.

- Mas Don Bruno, pode pedir à algum dos soldados para me acompanhar. O senhor deve estar cansado da viagem e faremos o relatório amanhã pela manhã, então...

- Eu não perguntei,Fernanda! - digo,sério. - Que mania de me contradizer! - ela fica quieta, mas ouço sua respiração alterada. - Eu disse que eu vou pessoalmente fazer sua segurança durante esse passeio desnecessário e eu irei. Agora termine logo com essa pesquisa, vista-se e me ligue assim que estiver pronta.

- Sim,senhor. - diz,desanimada.

Eu saio dali bastante irritado.

Porque ela prefere outro soldado ao invés do próprio Don?

As palavras do Vicenzo começam a voltar em minha mente..."se não for eu, vai ser outro...9 em cada 10 homens dessa fortaleza desejam a Nanda..."

Será que ela está interessada em algum dos soldados?!

Será que estão juntos bem debaixo do meu nariz?!

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Comments

Maria De Fátima

Maria De Fátima

bom

2024-05-01

1

Rosimeire Saraiva

Rosimeire Saraiva

Ela é livre Dom

2024-04-20

1

Vera Lúcia

Vera Lúcia

complicou

2024-04-16

1

Ver todos

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