Capítulo 17

Fernanda

Eu estava no banheiro me segurando pra não sair e correr pros braços do meu Don e dizer que eu o amo e que o quero pra mim, que quase morri de saudades dele...

Sonho com os beijos desse homem, com o dia em que ele vai me dizer que também me quer. Mas se ele não diz, eu vou fazê-lo ver o que está perdendo.

Passei o último mês tendo lições de etiqueta com minha cunhada. Aprendi a mudar minha postura, a ter uma titude mais segura e a ser mais confiante comigo mesma e, principalmente, a me amar e parar de me diminuir.

Aprendi a valorizar meus pontos fortes e a usar roupas que me deixem mais bonita e atraente, sem ser vulgar ou mostrar mais do que devo, até porque, eu só pretendo me mostrar para o homem que eu amo, no momento para o qual eu me guardei a vida toda.

Eu vou pôr em prática tudo o que aprendi. Sei que quase chorei na frente dele, mas vê-lo mexeu comigo. Tive que reunir todas as minhas forças para não me perder naquele corpo todo musculoso e torneado...minha nossa! Ele estava apenas de cueca box, o que me renderá noites e noites de sonhos bem agitados..

E aquela boca...aqueles olhos tão intenso...a barba que agora está maior...o olhar que fez meu coração errar as batidas. Eu amo tanto esse homem que chega a doer.

Resolvo tomar um banho frio, porque preciso voltar ao normal.

Termino o banho e me perfumo inteira. Uso os produtos de beleza que ganhei da minha cunhada e me sinto linda e poderosa. Visto um vestido preto, simples, mas que deixa as costas nuas, pois hoje está um dia bem quente. Solto os cabelos, penteio os fios e os deixo úmidos mesmo.

Saio do banheiro e ele me olha, fazendo minha respiração ficar suspensa só com a intensidade desse olhar. Finjo estar indiferente, e mesmo com a ciência do seu olhar sobre mim o tempo todo, caminho sentindo minhas pernas trêmulas, mas mantendo a pose de mulher segura.

Quando chego ao closet, solto a respiração e me escoro na parede. Eu preciso ser forte ou nunca vou conquistar esse homem...mas ele tinha que ser tão lindo?!

- Fernanda! - a voz grossa e grave me faz estremecer.

Respiro fundo algumas vezes, buscando o auto controle que eu nunca tive, mas do qual necessito muito nesse momento, antes de voltar para o quarto, com um par de sandálias de salto plataforma nas mãos.

- Sim, Don Bruno. - respondo, olhando pra ele, o que eu não fazia quase nunca.

- Eu e você temos muitas cois...

Ele para de falar quando eu apoio o pé na poltrona e começo a abotoar a sandália. Não estou mostrando nada muito acima do joelho, mas a posição valoriza minhas pernas e também o olhar que lanço na direção dele parece surtir efeito, pois seu olhar se torna felino e me causa arrepios.

Eu nunca imaginei que teria que aprender a seduzir, mas Larissa me disse que nós mulheres temos que saber técnicas para agradar e manter o interesse do nosso parceiro, mesmo depois do casamento. Ela me disse que o ritual da conquista deve ser levado por toda a vida e que isso faz a relação não cair na rotina.

Eu prestei atenção em cada lição que ela me ensinou, e essa da sandália foi uma das primeiras e ela medisse que era infalível.

- Pode me ajudar, Don...- digo, fingindo estar com dificuldade em abotoar a outra sandália. - Acho que o fecho está com problema.

Vejo ele engolir em seco quando eu me aproximo da cama, fingindo ignorar o fato de que ele está apenas de cueca, coberto por um lençol, mas com aquele peitoral largo e tatuado e os braços fortes e esculpidos, tudo à mostra,para o deleite dos meus olhos.

Apoio meu pé na beira da cama e a mão grande e quente envolve meu tornozelo, fazendo meu corpo ser percorrido por um arrepio gostoso, que eu disfarço o melhor que posso.

Ele toca minha pele com cuidado, subindo a mão pela minha panturrilha, me olhando com desejo.

- A sandália, Don! - digo, forçando a voz para parecer firme. - Se puder fechá-la eu agradeço.

Ele estreita os olhos pra mim, mas logo aperta o fecho e eu me ajeito, ficando de pé novamente.

- Obrigada! - digo, ajeitando a postura. - Creio que tenho muito o que fazer, então vou descer e começar a organizar os balanços do último mês enquanto o senhor se veste. Com licença!

Viro as costas e saio andando com passos firmes, mas assim que chego ao escritório, solto o ar com força, me jogando na cadeira.

A cara de confusão e frustração que ele fez me deixaram muito insegura.

Só espero que ele perceba logo que sente algo por mim, porque meu auto controle não vai conseguir suportar por muito tempo não.

.

.

.

Uma semana depois...

Don Bruno

Sinto o cheiro do perfume da Nanda se intensificar e invadir meu nariz, tomando conta do ambiente, quando ela se abaixa ao meu lado para me mostrar alguma coisa no computador.

Sinceramente eu não prestei atenção em nem metade do que ela disse desde que entrou no meu escritório.

Ela voltou totalmente diferente dessa viagem. Agora ela se veste de um jeito mais feminino, sempre usando salto alto ao invés de tênis. Ela está sempre com uma maquiagem leve, mudou sua postura e a agora parece sempre tão segura de si.

Ela joga os cabelos para o lado, deixando o pescoço delicado à mostra, e me fazendo puxar o ar com força, querendo gravar seu cheiro.

- Don...- ela vira o rosto, ficando com a boca tão perto da minha...- Está me ouvindo? - pergunta, e eu sinto o cheiro de morango em seu hálito.

Linda, cheirosa e me deixando totalmente hipnotizado por ela...

Seguro seu corpo e num movimento único a faço sentar em meu colo, apertando sua cintura com vontade, ouvindo ela arfar e segurar meus ombros.

- Don...isso não é apropriado. - ela tenta se levantar, mas eu não deixo. - Don Bruno, por favor. Eu não sou como as outras que o senhor usa e depois descarta, eu...

- Você tem razão. - deslizo minha mão pelo rosto dela, de um jeito preguiçoso e calmo. - Você é diferente, principessa...Eu não posso, não consigo e nem quero mais negar, Nanda...- sinto meu coração bater feito louco. - Eu quero você! Eu preciso de você...- olho bem aqueles olhinhos marejados e ansiosos. - Eu amo você, Fernanda!

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Comments

Maria Alves

Maria Alves

Até que enfim ele se ligou .

2024-04-19

6

Vera Lúcia

Vera Lúcia

eita teve coragem de falar

2024-04-16

0

Anonymous

Anonymous

Não resistiu! já era! Kkkkkkkkk...

2024-04-15

0

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