Capítulo 6

Don Bruno

- Uma semana, Marco! - grito, socando a mesa. - Não pode ser! Ela tem que estar em algum lugar, ela tem que estar. - digo, já desesperado.

Faz uma semana que eu passo os dias e as noites nas ruas, revirando cada canto da Itália em busca da Nanda e nem sinal dela.

Tivemos algumas informações, mas todas falsas.

É como se ela tivesse sigo engolida pela terra.

- Don, os soldados estão exaustos. Nós fizemos o que podíamos...

- Não foi o suficiente, droga! Eu quero os cães na rua de novo. Quero tudo o que tivermos, os hackers, tudo!

- Ela é nossa melhor hacker, Don.

- Eu sei, Marco! - puxo o ar com dificuldade, porque até respirar se tornou difícil desde que mia ragazza sumiu. - Eu preciso encontrá-la ou eu..

- Don Bruno, achamos ela! - um soldado entra desesperado no meu escritório. - Estão num casarão abandonado no subúrbio de Nápoles.

- Vamos agora! - digo, saindo do escritório e indo em direção aos carros. - Eu quero todos ouvindo com atenção! Vamos resgatar a Fernanda e eu quero cada homem daquele lugar vivo, pois eu faço questão me matar dolorosamente um por um, entenderam?!

- Sim, Don! - todos respondem juntos.

- Eles mexeram com um de nós, e ninguém mexe com a famiglia!

Todos concordam e saímos em um comboio, armados até os dentes, e nos separamos nos arredores de Nápoles, chegando ao ponto por várias direções diferentes, executando ataques simultâneos por todos os lados, inclusive pelo telhado.

Fomos recebidos com artilharia pesada, mas meus homens são bem treinados tanto para matar quanto para deixar vivo porém sem chance de defesa, e nesse caso, eu queria todos vivos.

Explodi uma porta de ferro de uma espécie de porão e meu coração sangrou quando vi a cena mais dolorosa da minha vida...

A mia ragazza, jogada no chão, sem respirar.

Corri até ela e me abaixei em sua frente, pegando ela no colo, olhando seu corpo cheio de sangue, marcas de tortura. Seu rostinho praticamente irreconhecível de tão inchado e machucado.

- Nanda...Nanda...abre os olhos...respira....per favore...per favore amore mio resta con me..( por favor meu amor, fica comigo).- eu deixei as palavras saírem baixinho, só pra ela ouvir,só pra ela saber o segredo que guardo comigo desde o dia em que a vi pela primeira vez...eu a amo, amo com todas as minhas forças. - Marco! Me ajuda! Traz a maca, rápido!

Os homens trazem uma espécie de maca que usamos para transportar nossos feridos de batalha e eu a coloco com todo o cuidado.

- Vamos! Vamos! - me levanto, mas meu amigo segura meu ombro. - O que foi? - digo, nervoso.

- Don...- ele me olha, preocupado. - O caso dela é grave...- ele aponta os objetos usados na tortura e os fios para os choques. - Nós somos treinados pra superar isso, mas ela…eu temo que ela não sobreviva.

- Eu pago o que for pra que ela consiga viver! Quero os melhores médicos e cirurgiões, não importa o que eu tenha que pagar ou o que eu precise fazer, mas eu não aceito perdê-la, entendeu?!

Ele apenas assente.

- Vamos levar nossa sorella( irmã ) para a base. Quero a equipe médica de prontidão e a sala de cirurgia pronta com bolsas de sangue disponíveis. - Marco dá as ordens e eu entro na ambulância com a Nanda.

Os dias seguintes foram terríveis. Ela mal reagia ao tratamento. Tinha fraturas por todo o corpo e as sequelas das sessões de choques tinham sido graves.

Com uma semana veio a notícia de que ela tinha perdido parte da visão do olho esquerdo e por pouco não perdeu os movimentos das pernas. E devido a intensidade dos choques e das pancadas ela teria que usar cadeira de rodas por um tempo, e fazer fisioterapia para voltar a andar.

Foram dias, meses de angústia. Eu acordava no meio da noite com os gritos dela, tendo pesadelos e implorando pra que não a machucassem mais...implorando pra que eu a salvasse...mas eu falhei.

Eu não consegui salvá-la, eu sou o culpado por toda a dor que ela passou, e por isso prometi pra mim mesmo que nunca contaria a ela que eu a amo.

Prefiro que ela pense em mim como o homem frio, arrogante e autoritário, como o mafioso cruel e sem coração, porque quanto mais longe de mim ela estiver, mais segura ela vai estar.

Flashback off...

- Marco, você sabe o que aconteceu quando eu dei liberdade pra Nanda...

- Don...- ele me olha brevemente. - Isso já faz um ano.

- Mas eu ainda acordo no meio da noite com os gritos de desespero dela na minha mente, Marco Então enquanto eu puder, eu vou ser o ogro insensível, mas que a protege de tudo e todos!

Ele acena levemente e se levanta da poltrona onde estava sentado.

Meu telefone toca e vejo a foto dela aparecer na tela.

- Já conseguiu achar? - pergunto, frio.

- Sim, senhor. Fica numa galeria aqui perto. Nós podemos ir andando?

- E porque eu me daria ao trabalho de ficar andando por aí? Não sou turista, Fernanda!

Marco meneia a cabeça em desaprovação.

- Tudo bem, senhor. Podemos ir de carro, então. Eu já estou pronta.

- Ótimo, até que enfim! Passo aí daqui a pouco.

Encerro a chamada e meu amigo me encara com olhar de reprovação.

- Agindo assim ela com certeza vai querer distância de você.

Dou um suspiro pesado e assinto.

- Pro bem dela, meu amigo, é melhor que seja assim.

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Comments

Vera Lúcia

Vera Lúcia

ele ama ela, mais tem medo

2024-04-16

1

Cleide Almeida

Cleide Almeida

cada um sofrendo ao seu modo

2024-04-14

0

Márcia Jungken

Márcia Jungken

mas Bruno não pode ficar se culpando pelo que aconteceu com a Fernanda, acredito que ele deveria sim se declarar para ela

2024-04-07

7

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