Capítulo 16

Itália...

1 mês depois...

Don Bruno

Cheguei na fortaleza exausto e com a cabeça latejando. Subi direto para o meu quarto, tomei um banho e me joguei na cama, só de cueca mesmo.

Eu saí hoje de manhã para resolver alguns problemas na sede do conselho e depois, como acontece sempre nos últimos dias desde que a mia ragazza ficou nos Estados Unidos, eu bebi com o Marco até estar anestesiado.

Sinto tanto a falta dela que eu tenho bebido muito além do normal. Minha mama está bem preocupada com isso, mas o que eu posso fazer? Nanda seguiu o caminho dela e parece feliz com sua família. Eu não tenho o direito de tirar isso dela.

Eu sonho com o sorriso dela todos as noites e acordo com uma sensação de vazio no peito.

Nenhuma mulher me atrai. Nem mesmo as que eu usava pra me satisfazer antes. Eu sinto repulsa do toque, do cheiro, tudo me dá nojo. Como foi que cheguei à esse ponto? Nem eu sei dizer.

Sei que fui cafajeste em levar outras mulheres para a cama enquanto quem meu coração queria era a Fernanda. Mas eu precisava esquecer aquela mulher, eu precisava tentar me interessar por outra, mas não adiantava, todas as noites era no quarto dela que eu dormia, todo torto numa poltrona, só pra ter certeza de que ela estava em segurança.

No meio da madrugada, depois de rolar na cama, eu vou até o quarto dela, e na cama que ainda parece ter seu cheiro nos travesseiros, eu me deito e adormeço, desejando tê-la aqui para que ao menos eu pudesse vê-la dormir.

- Mia ragazza...que saudade! - murmuro, sentindo meus olhos pesarem de sono e cansaço.

.

.

Acordo com uma baita dor de cabeça, sentindo um carinho suave em meus cabelos.

- Buongiorno, dorminhoco. - a voz doce da qual eu tanto sinto falta entra em meus ouvidos, me fazendo imaginar estar sonhando de novo.

Continuo deitado de bruços, de olhos fechados, querendo aproveitar esse sonho só mais um pouquinho...

Sinto o colchão afundar, como se alguém deitasse ao meu lado, e logo o carinho continua...em meus cabelos, meus ombros e costas...

Não...não pode ser real...mas será?!

- Acho que alguém errou de quarto...- a voz diz baixinho perto do meu ouvido, me obrigando a abrir os olhos, para encontrar o belo par de olhos castanhos e aquele sorriso lindo e carinhoso...

- Principessa??! - encaro ela e não resisto, tocando seu rosto para ter certeza de que ela é real.

- Sim...sou eu. - ela fecha os olhos, aproveitando o carinho.

Me viro na cama, ficando de lado e encarando seus rosto. Ela abre os olhos e faz carinho no meu rosto, devagar...

- Senti sua falta, Don...- seus olhos estavam marejados e sua voz falha. - O senhor ainda...me aceita como sua assistente?

Fiquei sem reação. Eu quis tanto tê-la de volta, mas não posso...

- Sua vaga ainda não foi preenchida! - digo, tentando parecer indiferente e me sentando na cama. - Que bom que se lembrou que tem um trabalho à fazer. Espero que tenha aproveitado suas férias, Fernanda.

- Eu aproveitei sim. - ela se levanta. - Vou desfazer minhas malas, com licença!

Vejo ela sair pisando duro e arrastar sua mala para o closet.

Meu coração está tão acelerado que parece querer sair do peito.

Ela está diferente. Mais firme, mais linda e parece mais segura. Foi a primeira vez que ela me olhou nos olhos sem desviar o olhar ou parecer envergonhada com isso.

Vejo ela sair do closet com roupas e uma toalha mas mãos, mas ao invés de ir para o banheiro ela vai até a porta e tranca, voltando e me olhando nos olhos, me fazendo encará-la.

- Porque trancou a porta? - pergunto, confuso.

- Eu preciso tomar um banho e não farei isso com a porta aberta. - diz, indo em direção ao banheiro.

- Mas e eu? - pergunto, surpreso.

- O senhor não saiu quando teve a chance, então espere aí até eu terminar meu banho. Mas não garanto que serei rápida. - ela entra no banheiro e fecha a porta.

Quem é essa mulher e o que ela fez com a mia ragazza tímida e estabanada?!

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