Capítulo 12

Terminada a "limpeza" eu e meus homens seguimos com o comboio até o galpão onde os inimigos receberiam seu "tratamento VIP".

Don Bruno: Bom, vou deixar por conta de vocês darem um excelente tratamento aos seus hóspedes. Foi um prazer participar dessa missão ao lado de um velho amigo do meu pai.- apertei a mão do Felipe.

Felipe: Velho eu dispenso, mas amigo, sim eu fui um grande amigo do seu pai. Ele faz muita falta, aquele italiano carcamano! - rimos juntos. - E pra mim foi uma honra estar em missão ao lado do grande Don Bruno, seu pai ficaria orgulhoso, porque apesar de nós dois sabermos que os negócios da máfia não são nada lícitos ou limpos, você seguiu os ensinamentos dele e não se corrompeu, segue justo e não se envolve com tráfico humano, nem exploração de menores ou tráfico de órgãos e também não mata inocentes, e eu admiro isso. E eu gostaria que ficassem e jantassem conosco, como forma de agradecimento. - diz, me olhando. - Também faço questão de ter a presença da sua assistente nesse jantar...Fernanda o nome dela, não é? - ele pergunta e noto Marco me olhar estranho.

Don Bruno: Será um prazer! - digo, sorrindo forçado. - Precisam de ajuda com a diversão?

Felipe: Não, obrigado. Posso não ser um mafioso, mas sei bem como tratar quem mexe com a minha família ou quem pisa no meu calo.

Don Bruno: Eu sei, meu pai me contou a história do ex da senhora Larissa, o tal Diogo...- ergo a sobrancelha.

Felipe sorri e sai. Logo Marco e eu vamos andando até nosso carro.

- Você viu? Eu disse que achei estranho esse interesse do Donartti pela Fernanda.

- Eu sei, Marco.- respiro fundo. - Mas hoje a noite eu boto essa história em pratos limpos, pode apostar nisso! Agora vamos voltar pro hotel, a Fernanda deve estar aflita.

Foram poucas horas longe, mas ela deve estar com o coração apertado.

Chego no hotel e vou direto pro quarto da Fernanda. Assim que chego o soldado me passa o relatório e diz que ela não saiu nem pediu serviço de quarto. Assinto e entendo que esse é fiel, pois não entrou no quarto, senão já teria percebido a "fuga".

Sorrio discretamente e o libero. Entro na suíte e paro em frente à câmera. Pego meu telefone e ligo para o celular de emergência que estava dentro do cofre.

Ela atende no segundo toque...

- Don...- a voz suave me faz fechar os olhos e até esqueço da dor pelo corte que levei no braço.

- Abre pra mim, principessa?!

Logo ouvi a porta destravar e levei um susto com ela correndo e pulando no meu colo, me deixando totalmente sem reação.

- Don...o senhor voltou! O senhor prometeu e voltou!

Sorri e a abracei, sentindo o cheiro do perfume em seus cabelos...

- Sim, eu voltei ragazza. - respondi, me afastando dela, que me olhou sem jeito.

- Me desculpe, senhor.

- Tudo bem. - dei um sorriso de lado. - Ficou tudo bem por aqui?

- Sim, senhor. Nada de anormal e ninguém entrou no quarto.

- Ótimo. Já pode ficar na sua suíte normalmente. Eu vou tomar um banho e nós vamos sair pra jantar hoje à noite na casa dos Donartti. Tem roupas para a ocasião? - pergunto a observando.

Possivelmente ela ficaria bem usando até um pano de saco, mas eu não posso dizer isso.

- Posso usar o vestido que a Valentina me deu de presente de aniversário? - pergunta, animada.

- Claro que pode! Se ela te deu é porque é pra ser usado, não é?! - ela assente. - Esteja pronta às oito.

Me viro para sair, mas ela segura minha mão, me fazendo sentir uma sensação de paz dentro do peito.

- Sua corrente. - ela diz, me entregando a corrente que deixei com ela.

- Obrigado. - agradeço e a coloco de volta no pescoço.

- O senhor está ferido...- ela toca meu braço.

- Não é nada! - afasto a mão dela e volto a ficar sério. - Não se atrase. Sairemos as oito em ponto.

Saio do quarto e solto o ar com força.

Até quando...até quando vou suportar essa situação?

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