Termino

Mariana

Tudo fora de controle ainda tento entender, o que aquele beijo-me proporcionou entender o que o Ricardo causa em mim ele sempre foi uma incógnita o que mais aquele homem tinha que eu ainda não descobri.

Após deixar a Mel na casa dos meus pais, vamos até um restaurante que eu não conhecia o que me deixa animada é uma cantina Italiana, um lugar muito bonito e requintado.

Com mesas redondas de madeira claras e polidas com toalhas brancas por cima as sobre toalhas em xadrez de vermelho e branco cada uma com um arranjo pequeno de rosas-vermelhas com ramos verdes criando um contraste muito bonito a iluminação era perfeita em cada mesa era romântico e acolhedor.

Assim que entramos o Ricardo guia-me pelo restaurante acabei a escolher por um vestido preto com um pequeno decote ele era sensual, mas nada exagerado fazia bem o contorno do meu corpo, mas de uma forma clássica nada vulgar uma sandália de salto alto preta e uma pequena bolsa da mesma cor, deixei o meu cabelo solto e fiz uma maquiagem leve só o que estava em evidência era o meu batom de um tom bordo escuro.

Já o Ricardo está com uma calça social preta da mesma cor do seu sapato, uma camisa azul clara social e nem preciso falar como ele tá muito bonito, com o seu perfume a madeirado e com o cabelo muito bem penteado e não tem uma mulher naquele ambiente que se mantenham indiferente ao seu charme noto tanto os olhares escancarados, como os mais reservados.

O garçon vem ao nosso encontro e já nós dando um grande sorriso.

 Garçon: — A mesma mesa de sempre?

A minha esperança vai por água a baixo eu realmente, pensei que dessa vez ia ser diferente, mas vai ser ma, uma noite desastrosa um lugar que eu já estive com ele, vai tentar-me lembrar de tudo o que vivemos neste lugar sem nenhum avanço tentando recuperar a esposa antiga dele, se ele tivesse idéia de como isso me incomoda não faria mais tentei dar todos os sinais, nos outros encontros que tivemos nestas últimas semanas, da mesma forma, penso que ele ainda não percebeu como me incomoda.

Ricardo: — Sim, está ótimo.

Ricardo: — Está deslumbrante.

Ele fala enquanto puxa a cadeira para mim.

Mariana: — Obrigada também está muito bonito.

Ricardo: — Gostou do lugar já estivemos aqui algumas vezes.

Que dúvida por que não me surpreende.

Mariana: — É um restaurante bem movimentado, mas mesmo assim consegue ser acolhedor.

Ricardo: — Sim, a comida é ótima então está sempre lotado.

O garçon se aproxima a entregar o cardápio eu fico tentada a pedir uma Carbonara com molho branco e manjericão, mas antes de qualquer coisa o Ricardo se antecipa e pede por um Risotto, me tirando qualquer oportunidade de fazer a minha própria escolha.

Assim que ficamos sozinhos ele sorri.

Ricardo: — Vai amar a gente sempre come Risotto quando estamos aqui o deles é o melhor.

Ricardo: — Sempre gostou de comida italiana aqui é o seu restaurante preferido.

Antes que eu possa responder aparece na nossa mesa uma mulher toda sorridente que não faço idéia de quem seja, mas pelo seu olhar ela sabe quem eu sou já vem logo se abaixando pela mesa e beijando-me e passa a mão pelo ombro do Ricardo ele fica desconfortável com o contato exagerado dela posso notar.

Mulher: — Oi querida você não deve se lembrar de mim, sou a Ana uma das suas melhores clientes o meu marido tem um cavalo no Haras do seu marido.

Mariana: — Olá tudo bem.

Ricardo: — Boa noite.

Ana: — Fico feliz em saber que está bem.

Ana: — Estive hoje no Haras e não te vi lá Ricardo, foi uma pena dá outra vida aquele lugar.

Ana: — O seu marido é muito competente Mariana.

Qual parte da conversa que eu perdi, ela dá em cima do meu marido após alguns segundos falar do próprio marido.

Ricardo: — Tinha alguns assuntos para resolver, mas tenho certeza que o Douglas atendeu a você e a seu marido com toda a atenção devida.

Ele mantém a linha profissional o que é ótimo.

Ana: — Eu estava sozinha o meu marido está na capital resolvendo alguns problemas no trabalho.

Ana: — Mas quero conversar com você sobre o relâmpago passo lá na próxima semana.

Ricardo: — Ok resolvemos vou marcar uma hora com você e o Douglas.

Ana: — Então já vou indo ótimo ver-lhe Mariana até mais doutor.

A observo se afastando rebolando mais que o necessário e já tenho a minha opinião formada não gostei dessa mulher.

Ricardo: — Ela é muito inconveniente.

Mariana: — Fala da forma como ela se insinua como se você fosse um belo pedaço de carne.

Ricardo: — Não estou interessado a esse tipo de atenção, sempre fui profissional com ela.

Mariana: — Eu acredito em você.

Nisso chega os nossos pratos está delicioso, mas o meu humor está péssimo tudo me deixou irritada, não poder escolher o prato aquela mulher se insinuar o comentário do Ricardo após nós comermos-me deixa enlouquecida.

Ricardo: — A comida-te lembrou algo, alguma lembrança.

Ricardo: — Alguma memória?

Mariana: — Chega vou esperar você no carro quero ir para casa.

Ele olha-me sem entender eu me retiro para o carro alguns minutos se passam, ele vem do restaurante e abre a porta do carro para mim, faz a volta e senta no seu lugar diante da direção ele olha-me sem entender muito bem o que aconteceu será que realmente ele achou que foi um bom encontro.

Ele não fala nada me observa, o caminho todo e só quando chegamos ele finalmente fala algo.

Ricardo: — O que aconteceu estava tudo bem.

Ricardo: — Eu não entendo.

Mariana: — Não entende!

Saio do carro batendo a porta e vou em direção da casa entro na sala quando sinto a mão do Ricardo acalcar-me.

Ricardo: — Pode explicar o que foi isso?

Mariana: — Eu estou cansada de tudo eu quero ir embora.

Falo finalmente tomando fôlego e noto que um tapa no rosto do Ricardo ia doer menos do que as palavras que acabei de dizer o seu olhar era de desespero, e confusão.

Mariana: — Quero voltar para casa dos meus, país.

Ricardo: — Por que eu mereço saber?

Mariana: — Eu estou cansada, destes encontros de ficar o tempo todo sendo cobrada o seu olhar de deceção quando eu não lembro de algo, destes encontros que eu não posso nem escolher o que comer eu não quero viver de passado Ricardo.

Mariana: — Quero viver algo novo construir coisas novas não quero viver, do meu passado.

Mariana: — Você está a procurar uma antiga Mariana que nem eu mais acredito que exista.

Mariana: — Eu não recobrei uma lembrança sequer nestes dias todos, já parou para pensar que talvez não volte vai ficar-me cobrando a vida toda por isso como vai ser.

Mariana: — Não é assim que desejo viver.

Ricardo: — Desculpa eu não tinha idéia que te fazia mal te sufocando.

Mariana: — Não pede desculpa eu sei que você é um homem ótimo que também tá sofrendo a gente tá se magoando, mas eu preciso de um tempo da nossa relação.

Ricardo: — Entendi se é o que quer.

Mariana: — Sim, eu quero ficar com a Mel eu sei o quanto você a ama, mas eu não vou conseguir ficar sem ela.

Ricardo: — Claro eu nunca te pediria isso.

Ricardo: — Não passou pela minha cabeça separar vocês duas.

Mariana: — Pode ir à casa dos meus, passar o tempo que quiser com ela, trazer ela para ficar com você passear nunca vou dificultar isso.

Mariana: — Vou arrumar as minhas coisas.

Ricardo: — Amanhã eu levo-lhe arruma as suas coisas e da Mel com calma.

Ele vai em direção a porta de saída.

Mariana: — Não vai passar a noite aqui?

Ricardo: — Prefiro não ficar tem um colchão lá no Haras no galpão onde realizamos os atendimentos vou ficar por lá.

Ele fala virado de costas sem me olhar.

Mariana: — Você ainda me ama?

Ricardo: — Mais do que eu poderia imaginar e aquele beijo ontem só confirmou que ainda está tudo aqui dentro.

Ele olha-me e tem lágrimas no seu rosto.

Mariana: — E mesmo assim você não vai pedir para ficar, vai deixar eu ir?

Ricardo: — Mariana amar também é deixar ir eu quero que seja feliz, e te amo ao ponto de renunciar a você se for necessário.

Ricardo: — Eu não sei como eu vou ficar, ferrado isso tenho certeza o afastamento vai doer muito, mas se é a sua escolha vou ter que aceitar e conviver com isso.

Essas foram as últimas palavras dele ao sair e fui para o quarto atirei-me na cama, não queria arrumar nada agora no momento só queria chorar pensei que tomar essa atitude seria libertador, mas ao contrário do que imaginei parece que tenho uma pedra de toneladas esmagando o meu peito e ver o Ricardo da forma triste que eu presenciei só aumentava a minha dor.

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