Mariana
Acordo novamente com a melodia da música, na cabeça e não tenho idéia de que música seja esses dias até procurei na ‘internet’ as músicas mais tocadas da moda vai que seja essas músicas chicletes por isso ficou gravada no meu inconsciente, mas não encontrei, mas isso ainda tenho que descobrir.
Acordo e vou direto para o quarto da Mel a encontro num sono profundo, arrumo as suas roupas para o banho quando escuto, a sua voz ainda abafada pelo sono.
Melissa: — Bom dia mamãe.
Mariana: — Bom dia meu amor vamos tomar o seu banho.
Mariana: — A Eva já deve estar nós esperando para o café.
Eu ajudo-a a sair da cama e recebo um beijo, no rosto a levo para o banheiro e ajudo a tirar a sua roupa e ligar o chuveiro colocando na temperatura adequada, coloco o shampoo no seu cabelo enquanto ela esfrega, depois de vestir as roupas, secar os cabelos e escovar os dentes descemos para o café da manhã o Ricardo já está a nossa espera tomando o seu café.
Ricardo: — Bom dia meninas e o meu beijo.
Observo a Mel ir até ele e dar um beijo demorado, depois vai sentar na sua cadeira.
Melissa: — O beijo do papai mamãe?
Ela nunca tinha, cobrado antes esse tipo de contato e fico um pouco sem reação, até voltar a meu estado normal vou até o Ricardo o abraço por cima dos seus ombros e dou um beijo no seu rosto o perfume dele é incrível.
Sento no meu lugar e ajudo a Melissa no café da manhã.
Mariana: — O seu dia vai ser muito puxado hoje?
Ricardo: — Vamos receber mais cavalos, quatro, mas temos que examinar antes de colocar com os outros o dono vai para o exterior a trabalho vai ficar dois anos lá então eles ficaram aos nossos cuidados.
Ricardo: — Só vem durante as férias para visitar os cavalos.
Mariana: — Muita responsabilidade.
Ricardo: — Eu sei, mas estamos acostumados.
Mariana: — O que achou da consulta ontem com o doutor Roger?
Ricardo: — Penso que ele está certo ao falar que tem que retornar a sair eu já falei isso.
Mariana: — Eu sei têm razão a Helena falou da cafeteria, aquela antiga que tem no centro penso que é um lugar bom para começar são os mesmos donos.
Ricardo: — Claro quer ir hoje posso ficar com a Mel os cavalos chegam a tarde, eu posso ficar com ela.
Mariana: — Não vai-te atrapalhar?
Ricardo: — Claro que não ela é uma ótima ajudante.
Ele pisca para Mel depois ela sorri.
Mariana: — Tá bom vou agora pela manhã não vou demorar muito.
Ricardo: — Pode levar o tempo que precisar.
Mariana: — Obrigada.
Ricardo: — Vai com o seu carro?
Mariana: — Acredito que vou pegar um Uber é melhor.
Ricardo: — Certo vamos gatinha só vou escovar os dentes para gente saír.
O observo sair da mesa e quando termino de tomar o meu café escuto a Mel falar, e acaba quase me fazendo engasgar com a sua pergunta.
Melissa: — Mamãe você e o papai não estão mais namorando?
Como responder é tão complicado, ainda mais para explicar para uma criança então acho melhor simplificar tudo não chega ser uma mentira, na verdade, ainda estamos dentro de um compromisso nada foi rompido de fato.
Mariana: — Estamos sim, meu bem, porque essa pergunta?
Melissa: — O papai tá triste.
Mariana: — Meu amor tá tudo bem com o papai não se preocupe.
Não podia se negar a sensibilidade dessa criança fico a pensar nisso quando escuto a voz do Ricardo.
Ricardo: — Vamos gatinha.
Mariana: — Primeiro vai escovar esses dentes.
Ela sai a correr para ir para o banheiro com a Eva.
Olho para o Ricardo, não sei bem o que aconteceu se foi pelo que a Mel falou se é culpa ou só vontade de estar perto mesmo quando vejo estou-me a aproximar do Ricardo o pego de surpresa dando um abraço nele, mas mesmo surpreso ele não me afasta ele acolhe-me num abraço apertado e era bom estar nos seus braços.
Ricardo: — Tá tudo bem?
Ricardo: — Eu posso ir com você hoje pela manhã se quiser ou deixa para outro dia quando estiver, mais segura para sair não quero que sinta pressionada.
Mariana: — Não é isso só queria-te abraçar mesmo.
Ricardo: — Ok.
Ele envolve-me mais forte eu não sei explicar eu sempre tenho a mesma sensação quando estou no seu abraço proteção, paz que nada vai me atingir quando estou com ele já me senti assim no hospital que ele me fazia mais forte de alguma forma.
O abraço só termina quando ouvimos a risadinha da Mel que se despede de mim e sai toda alegre com o pai.
Cada dia mais eu tenho certeza que escolhi um ótimo pai para minha filha, ele tem uma habilidade, carinho, paciência e mesmo quando chegava cansado sempre disponibiliza um tempo para Mel para brincar ou a ajudar em alguma tarefa.
Vou para o quarto tomo um banho, acabo a escolher uma calça, jeans leve e uma blusa floral de alças faço uma maquiagem leve pego uma bolsa pequena e uma carteira e chamo o Uber.
Logo chego a cafeteria respiro fundo e entro ela continuava da mesma forma, parece que o tempo não passou por aqui assim como o meu cérebro sendo irónico, olho ao redor paredes de tijolos vermelhos as mesas quadradas de madeira polida e as cadeiras com o assento novo, mas da mesma cor da época vermelho-escuro quase um bordo.
A iluminação está mais moderna o que ajudou a tornar o ambiente mais claro e acolhedor a antiga deixava tudo mais escuro.
Logo noto a Dona Brenda olhando-me, sem saber como se aproximar pelo visto a história do meu acidente e perda de memória, já se espalhou pela cidade então eu resolvo tomar a frente e terminar com o desconforto dela.
Mariana: — Bom dia dona Brenda, vou querer o de sempre um café com leite e creme.
Brenda: — Que bom querida que está bem, fiquei preocupada quando soube do acidente pensei que você nem lembraria desse lugar e dessa velha aqui.
Mariana: — Tudo está complicado agora, mas, as coisas do meu passado de adolescência eu lembro eu já frequentava aqui.
Brenda: — Disseram que você não lembra do Ricardo nem dá sua filha sabe como é o povo fala demais quando vem aqui.
Agora eu tinha certeza, que era a fofoca da cidade.
Mariana: — É verdade, mas estamos num processo resgatando tudo.
Brenda: — Que bom querida seria uma pena um casal tão bonito terminar assim, vou trazer o seu café.
Escolho a mesa com a vista para janela a que eu costumava ficar na adolescência que tem a vista para rua e recebo o meu café quando experimento dou um sorriso como algumas coisas nunca mudam mesmo com o passar dos anos o gosto continuava o mesmo.
Olho para fora e só pode ser brincadeira os meus olhos só poderiam estar-me a pregar uma peça, vejo o Flávio saindo de dentro de um carro esportivo muito bonito vermelho, era uma ostentação, mas fazia bem o tipo de homem que ele era na adolescência adorava mostrar ter dinheiro e isso não mudou pelo visto o que me incomodava.
É estranho ver ele assim o passar dos anos fez bem a ele, moreno com os olhos castanhos e mesmo com a roupa social dava para se notar que o corpo continuava atlético e os músculos pelo volume aumentaram.
Não sei explicar o que eu sinto se é nostalgia afinal eu lembro dele e toda a loucura que era nossa paixão aquele tipo de sentimento que te queima como brasa fervendo era assim que eu me sentia por ele.
Ele entra distraído olhando a tela do celular, pede um café e senta numa mesa eu fico no meu canto rezando mentalmente para ele não lançar o olhar na minha direção não queria mais confusão na minha vida.
Mas pelo visto as minhas orações não eram atendidas ultimamente devo ter feito algo grave.
O seu olhar encontra-me aquele sorriso torto e deslumbrante é direcionado a mim, no mesmo instante ele levanta e vem na minha direção.
Flávio: — Quanto tempo Mariana, eu sempre quis-me aproximar, mas não queria importunar então acabei não fazendo isso.
Flávio: — Sabe como é termino de namoro pode ter ficado alguma mágoa.
Mariana: — Tudo bem já faz muito tempo.
Será que ele sabe que para mim não tinha nenhuma mágoa afinal eu nem tenho idéia da causa do nosso término e escuto ele suspirar.
Flávio: — Para mim não Mariana, eu nunca te consegui esquecer você.
Flávio: — Seguir em frente.
Eu fico sem reação olhando, e o seu perfume ainda era o que eu lembrava balanço a minha cabeça tentando colocar os pensamentos em ordem enquanto o observo sentando em minha mesa mesmo, não dando a ele a permissão, tenho que me posicionar eu sou uma mulher casada não ia ser justo com o Ricardo.
Mariana: — Não deveríamos ter esse tipo de conversa eu sou uma mulher casada.
Flávio: — E lembra disso de ser casada?
Droga as pessoas da cidade sabiam mais que eu imaginava e ele também.
Mariana: — Eu sei do compromisso que eu tenho com o Ricardo.
Flávio: — Um compromisso que não é lembrado tem o mesmo valor de algo que foi vivido e você se lembra.
Mariana: — Não é porque não me recordo que tem menos, valor afinal eu escolhi ele para passar o resto da minha vida não você.
Não sei de onde surgiu aquilo por que fui tão áspera, mas aquele olhar dele, sedutor estava-me a deixar desconfortável eu precisava manter distância não sei se ele ainda me causava o mesmo efeito não queria arriscar.
Flávio: — Ok essa doeu!
Ele sorri.
Mariana: — Mas conte-me como está a sua vida?
Precisava manter a conversa num campo mais neutro.
Flávio: — Bem os negócios estão ótimos montei uma empresa sou corretor atendemos a nossa cidade a vizinha estamos com vendas de apartamentos, direto da planta.
Mariana: — Sempre teve uma boa lábia vender um imóvel deve ser coisa de criança para você.
Flávio: — Mas também vendi algumas casas com os seus jardins eles são incríveis você também se saiu muito bem proficionalmente.
Mariana: — Já ouvi falar que sou boa no que faço.
Flávio: — Vai dizer que você não viu ainda os seus jardins que projetou?
Mariana: — Não tive ainda a oportunidade.
Flávio: — Então vem vamos ver um eu estou com uma casa a venda que tem um dos seus jardins, vai ser rápido eu não aceito você recusar.
Mariana: — Acho melhor não, nem estou de carro.
Flávio: — Vamos no meu eu trago-lhe novamente aqui vem vai gostar de ver vou ficar chateado se você não aceitar pelos velhos tempos.
Mariana: — Ok só uma olhada.
Flávio: — Certo.
Na mesma hora vem-me à cabeça que fiz uma grande idiotice, o plano de manter distância fracassou miseravelmente, mas agora estava feito e conhecer um jardim meu deixava-me bem curiosa o Ricardo não falou mais nada em me levar que acabo a aceitar na esperança que não me arrependa desta atitude impulsiva.
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Atualizado até capítulo 27
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