Respirar

Ricardo

Eu saio indo atrás do Doutor Roger sem me importar muito com o sermão que está por vir sei que fiz o melhor, para a Mariana eu não mudaria a minha opinião com todo o meu respeito que tenho por ele.

Roger: — O que falamos a respeito de soltar as informações com calma e devagar.

Ricardo: — Não me deveria cobrar Doutor você mesmo disse que devemos soltar as informações conforme a necessidade dela esperando ela perguntar, foi o senhor que iniciou todo o movimento quando contou sobre o transplante.

Ricardo: — Ela é inteligente e entrou em pânico agora pela manhã com a idéia que não pode ter filhos, como eu ia olhar nós olhos dela e mentir sobre isso.

Ricardo: — Sendo que ela tem uma filha linda, ia ser muito desleal da minha parte deixar ela passar por essa dor sabendo de tudo isso.

Roger: — Como ela respondeu a tudo isso?

Ricardo: — Melhor do que eu imaginei ela está nervosa com a idéia de conhecer a Mel, mas quem não ficaria ela precisava de algo para se agarrar penso que nada melhor que a próxima filha para ter esperança para o futuro.

Roger: — Devo admitir que ela me surpreendeu com a história toda do transplante pensei ficaria muito abalada.

Ricardo: — Ela sempre foi uma mulher forte não tem idéia, nós da família ficamos mais abalados que ela na época que tudo aconteceu.

Ricardo: — Agora quando ela sair do hospital como vamos proceder qual o tratamento?

Roger: — Para você fazer o inverso.

Eu dou um sorriso sarcástico.

Ricardo: — Na medida do possível vou seguir as suas orientações.

Vejo ele revirar os olhos.

Roger: — Vocês dois combinam muito.

Ricardo: — Vou encarar isso como um grande elogio.

Roger: — Agora quando ela sair manteremos a linha de seguir com calma e talvez abordar a linha de levar ela a lugares que já esteve recriar situação, para tentar estimular a sua memória.

Roger: — E vamos ver como ela se sai com as suas emoções dependo séria recomendado, uma ajuda com um profissional como Psicólogo ou Psiquiatra.

Ricardo: — E quanto tempo devo trazer ela para você ver ela em consulta?

Roger: — A cada 15 dias na primeira semana depois vamos aumentando o período entre as consultas e realizar alguns exames para ver se nenhuma lesão cerebral passou despercebida.

Roger: — Já sabe se ela vai embora com você para casa, ou vai ficar com os, país?

Ricardo: — Ainda não tive coragem de fazer essa pergunta tenho realmente medo de afastar-me mais ainda dela.

Roger: — Ainda tem tempo para isso, sei que não segue muito os meus concelhos, mas se fosse eu na sua situação faria essa pergunta mais para frente, afinidades ainda podem ser recriada nunca se sabe, o que pode acontecer em um dia imagina um mês.

Quando volto para o quarto encontro a Helena que vem-me abraçar no meio do caminho.

Helena: — Como ela está, posso voltar outro dia se você achar melhor.

Ricardo: — Ela tá bem acabou de saber que tem uma filha tá nervosa, mas sei que dá conta.

Helena: — Como vamos fazer eu entro sozinha ou entra e apresente-me estou nervosa e se ela não gostar de mim?

Ricardo: — Vem perguntar isso logo para mim até agora não tenho certeza que ela gosta de mim que sou o marido dela.

Helena: — Bobo deixa que eu me apresento o Douglas está-te esperando na cantina do hospital para tomar um café, vão fazer algo depois sai um pouco do hospital precisa se cuidar também meu amigo eu fico com ela durante a tarde.

Helena: — Se ela me expulsar antes disso eu ligo.

Ela pisca e sai em direção a porta eu encaminho-me para a cantina do hospital e encontro o Douglas já com dois cafés expressos em uma mesa me esperando.

Ele abraça-me e sentamos, com os nossos cafés.

Douglas: — Como estão as coisas depois que ela acordou aquele dia não conseguimos conversar direito por causa da Mel.

Ricardo: — O meu amigo nem eu sei direito dizer-lhe tá uma loucura.

Ricardo: — Ela as vezes é a mesma pessoa de antes doçura o senso de humor, as vezes vulnerável e forte depende de cada momento.

Ricardo: — Mas o amor que eu via nós olhos dela por mim como antigamente nesse momento não está mais presente, talvez carinho ou até me vê como uma salvação nessa confusão que virou a vida dela algo a se agarrar, mas o amor não está ali.

Ricardo: — Isso acaba comigo, o medo de perder ela de nunca mais voltar a ser como éramos está me consumindo.

Douglas: — Eu nem sei o que te falar realmente, sempre foram prefeitos juntos essa fatalidade é uma grande ironia do destino.

Ricardo: — Sim.

Douglas: — Vamos dar uma volta observar os seus cavalos que ama prometo que no final da tarde te trago de volta para ela.

Vamos para minha casa e o Haras, e foi bom mesmo passar a tarde lá respirar dei uma examinada nós cavalos e passei algumas coordenadas a um dos funcionários sobre a limpeza das baias que deveriam ser melhoradas.

Quando chego no hospital a Mariana está radiante da para ver que a visita da Helena fez muito bem a ela.

Ricardo: — Helena o Douglas está te esperando no estacionamento.

Helena: — Vou indo apareço no final da semana se cuida Mari.

Helena: — A propósito ele não deve ter-te contado que o apelido que você lhe deu era de marrentinho o seu marrentinho.

Ela faz uma careta para mim antes de sair.

Mariana: — Marrentinho.

Ela olha-me com um olhar de deboche.

Eu aproximo-me a ficar a um milímetro da sua boca.

Ricardo: — Se eu fosse você não me provocaria, dessa forma.

Eu noto ela muda a segurar a respiração pela minha provocação.

Ricardo: — Vou ver como está o seu jantar.

Dou a desculpa e saio do quarto para respirar, pois, a minha vontade era tascar um beijo nela, mas tinha que me controlar por mais que a vontade seja contrária.

Volto para o quarto minutos depois.

Ricardo: — Como foi com a Helena.

Mariana: — Foi incrível gostei dela de cara, ela não me fica a cobrar as coisas que esqueci ela é bem natural.

Ricardo: — Ela tem esse dom sempre foi boa em fazer novas amizades.

Nisso observo a enfermeira loira peituda, que me irrita se insinuando para mim as vezes tenho que contar até dez para não perder a paciência com ela, nós ultimos dias evitava estar presente no mesmo ambiente que ela estava até evitando tomar banho no alojamento dos enfermeiros estou a tomar aqui mesmo, no quarto da Mariana antes que ela me arrume alguma confusão.

Assim que ela entra já me dá um sorrisinho, eu disfarço como se não tivesse percebido.

Enfermeira: — Boa noite aqui está a sua sopa e de sobremesa tem pudim hoje.

Mariana: — Obrigada.

Eu disfarço e pego um livro e sento na poltrona.

Enfermeira: — Gostaria que eu trouxesse algo para você comer Ricardo?

Ricardo: — Não obrigado já passei na cantina e peguei um sanduíche.

Quando abro o livro meu, o marca página cai ela num movimento mais que rápido o pega do chão, e entrega-me com um movimento exagerado, se curvando para cima de mim e passando os dedos pela minha mão o que me faz perguntar se não deveria ser norma do hospital usar o uniforme com todos os botões do colarinho abotoados.

Mariana: — Obrigada já pode ir querida.

Noto o tom de irritação na voz da Mariana o que me deixa curioso.

Enquanto a enfermeira se retira tiro a atenção do livro e fico a olhar para ela.

Mariana: — O que foi?

Mariana: — Tenho que ficar feliz com ela esfregando praticamente os seios na cara do meu marido!

Fico satisfeito é a primeira vez que ela se refere assim sobre mim por meu marido com naturalidade.

Ricardo: — Nem notei.

Mariana: — Sei.

Ricardo: — Mariana eu não me importo com outra mulher além de você.

Ela olha-me com o rosto corado, mas sei que ela não ia parar aí sei que ela fica brava quando está com ciúmes, mas estou a adorar isso dá-me esperanças.

Mariana: — O que ela pensa que estou vegetativa que não tem que me respeitar, vou falar para o Doutor Roger sobre ela.

Mariana: — Quando eu dormia nestes meses ela tentou se aproximar de você?

Ricardo: — Não vou mentir, mas nunca deixei ela se aproximar com as suas investidas.

Mariana: — Eu vou matar essa vaca!

Eu começo a rir.

Mariana: — Tá achando engraçado.

Eu levanto-me a deixar o livro de lado e dou um beijo demorado na sua testa e volto para a poltrona.

Ricardo: — Só estava com saudade do seu, ciúme.

Ela cruza os braços em tom de desafio, eu volto para minha leitura, mas antes disso dou a minha última palavra.

Ricardo: — Sei...

E escuto ela bufar o que me diverte.

Mais tarde quando deito com ela na sua cama de hospital a puxo para os meus braços a fazendo deitar no meu peito a abraço e não tenho palavras para descrever ter ela novamente num sono tranquilo nos meus braços.

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