Tempo

Mariana

O tempo é uma coisa estranha passamos, a infância toda querendo apressar as coisas querendo ser adultos temos tempo de sobra, quando chegamos a vida adulta nós falta tempo, para resolver tudo e temos saudade da infância e quando chegamos a velhice temos tempo suficiente e as vezes não sabemos o que fazer com ele por estar tão acostumados à antiga correria que era as nossas vidas adultas.

Estamos sempre brigando contra o relógio, na doce ilusão de conseguir vencê-lo o que definitivamente é impossível o tempo as horas não param, a vida não para como um rio que independente da nossa vontade segue o seu percurso.

Eu olho no espelho observando a minha imagem refletida vendo que aquela garota de vinte poucos anos deu lugar para uma mulher de 30 e poucos anos casada e mãe, eu fui pega de surpresa até acordar no hospital, o cérebro é mesmo uma máquina incrível e traiçoeira ele escondeu anos da minha vida que não sei se futuramente, vou recuperar essa barreira e ter os anos perdidos as minhas lembranças, e tudo isso assusta-me bem ou mal-estar nesse hospital e na rotina dele se tornou o meu refúgio algo confiável a se agarrar agora que já possou um mês e sair dele deixe-me desconfortável e temerosa.

O medo passou a acompanhar-me, um pensamento não sai da minha cabeça que o medo que não é visível aos olhos não pode nós assustarmos assim que se torna visível o medo passa ser uma realidade, e sair deste hospital que é a minha bolha torna tudo isso uma realidade.

Nestes últimos dias recuperei um pouco do meu peso e perdi a aparência branca me voltando um pouco a cor os meus músculos voltaram a forma antiga não precisando mais de ajuda no banho, mas minhas lembranças nada reapareceu os anos anteriores ainda continuam perdidos.

Estou com as malas prontas para a alta no hospital ainda não tomei a decisão se volto para minha antiga casa dos meus pais onde lembro de cada detalhe, ou se vou para minha nova casa de certa forma onde não lembro de nenhum detalhe.

Sei que o Ricardo está nervoso com a decisão que tenho que tomar, e devo admitir que ele tem tido bastante paciência comigo de explicar-me tudo quando eu pergunto, ou até de aguentar o meu mau-humor nós últimos dias, de ficar irritada por não saber as coisas do passado mesmo sem justificativa eu acabava a despejar no pobre homem que praticamente contava até dez mentalmente, pois eu tenho certeza, mas ainda sim, sempre me retribui com um sorriso.

Saio do banheiro e a minha espera estão os meus pais, e ele na expectativa da minha decisão olho para o Ricardo e tomo a minha decisão eu não sei o que além da Mel me ligava a ele, mesmo que, no fundo do meu inconsciente tinha algo dizendo que não deveria-me afastar dele talvez porque ele era nesse momento é uma segurança independente de qualquer coisa.

Eu respiro fundo antes de tomar a minha decisão.

Mariana: — Eu decidi vou voltar para a minha casa.

Observo os olhares indecisos então faço-me mais fácil de compreender.

Mariana: — Eu decidi ir para a minha casa com o Eduardo, também acredito que vai ser bom para Mel voltar a sua antiga rotina.

Marta: — Claro filha é melhor para todos fico contente que tenham tomado essa decisão.

Então despeço-me dos meus pais e vamos ao carro do Ricardo para nossa casa, como ele mesmo fala vou a olhar todo o caminho contínuo morando na mesma cidade sendo um misto de alívio e medo de sair do hospital algumas coisas continuavam as mesmas, mas outras mudaram tanto.

Vamos para uma área mais retirada da cidade uns quinze minutos do centro, é uma área muito bonita com grandes relvados muito bem cuidadas propriedades grandes.

Quando chego a nossa fico surpresa, tem um vasto gramado com uma árvore enorme uma pista circular enorme e outra reta onde posso ver uma criança com um senhor andando a cavalo, ao lado que acredito que sejam para os cavalos uma construção parece um galpão novo, mas adiante acredito que sejam as baias.

Ele nota o meu olhar curioso, olhando tudo ao meu redor.

Ricardo: — Vem vamos sair do carro quero-lhe mostrar tudo, mas você não está muito cansada podemos ver outro dia?

Mariana: — Não já descansei muito no hospital.

Ricardo: — Ok, mas não vamos abusar.

Descemos do carro e vamos em direção às pistas e reparo nós obstáculos.

Mariana: — Quantos cavalos tem por aqui?

Ricardo: — Agora no momento trinta, mas nunca pegamos mais que isso.

Ele olha-me com um olhar debochado, eu penso que loucura.

Ricardo: — Que loucura né você pensou?

Como ele sabe o que eu estou a pensar eu disfarço as vezes é inritante.

Mariana: — Todos são seus?

Ricardo: — Não sete são, o nosso negócio aqui está dividido entre pacientes que estão aqui para tratamentos, outros são hóspedes que alugam o espaço nem todos que querem ter um cavalo, tem o espaço suficiente para ter um aí que entramos.

Mariana: — Então aqui eles encontraram hospedagem, podem se exercitar e ainda um veterinário para os manter saudáveis.

Ricardo: — Isso.

Caminhamos a passar as pistas que eram bem, cuidadas.

Depois eles mostram-me as baias era muito bem organizadas e limpas, diferentes do que eu imaginei, os cavalos eram fortes de um brilho intenso se via de longe que eram saudáveis até para uma leiga como eu.

Depois vamos para uma espécie de galpão, muito bem equipado com diversos aparelhos.

Ricardo: — Aqui é o atendimento veterinário, aqui realizamos as consultas os tratamentos.

Mariana: — A nossa é tudo incrível bem diferente do que imaginei, muito moderno e posso também admitir que imaginei algo mais sujo.

Falo um pouco constrangida, mas noto o sorriso dele não ficou chateado.

Ricardo: — Eu sempre pensei que se fosse trabalhar nisso seria o melhor, eles são seres vivos merecem respeito e qualidade de vida sempre penso que eles são os meus clientes.

A sua resposta causa-me admiração podemos notar que ele faz o que ama o que me faz sorrir, e pensar será que eu era assim apaixonada pelo meu trabalho.

Mariana: — Quantos funcionários tem aqui?

Ricardo: — Cinco que cuidam do trato dos animais, Clara uma adolescente que é filha de um funcionário seu da empresa de vocês de paisagismo ela faz a parte de secretaria os agendamentos.

Ricardo: — Claro o Douglas que é veterinário assim como eu assim pude-me afastar para poder ficar com você.

Mariana: — A Helena também tem a mesma formação que eu?

Ricardo: — Não ela se formou em administração, mas ama flores tem bom gosto para elas, mas a parte burocrática sempre foi ela você a criação.

Mariana: — Você é rico?

Ricardo: — Vamos dizer que temos uma situação muito confortável, temos um bom património.

Mariana: — Mas tinha um tutor tinha bens foi você que abriu o negócio para mim?

Ricardo: — Eu tinha um património, algumas casas e imóveis que os meus pais deixaram mantive algumas casas e outras vendi e investi aqui.

Mariana: — Você não me respondeu.

Ricardo: — Mari eu ajudei com algum capital, mas o esforço a alma de negócio o talento é você Mariana nada seria possível.

Mariana: — Eu aceitei nunca pensei que aceitaria esse tipo de ajuda eu sempre fui, muito orgulhosa.

Ricardo: — Nunca existiu nada disso entre nós o que era meu, era seu e ainda é da minha parte nós somos uma família escolhemos partilhar tantos os momentos bons como os, más juntos.

Mariana: — Nós costumávamos brigar?

Ele fala-me a sorrir.

Ricardo: — Como todo o casal imperfeito, mas nunca durou mais que algumas horas quando acontecia.

Mariana: — Você ainda me ama?

Ricardo: — Amo como no primeiro dia ou posso dizer que até mais.

Olho para o homem a minha frente me olhando intensamente as vezes parecia, que conseguia ler a minha alma e tento entender quem ele é para mim ele continua a ser uma incógnita ainda quero saber quem é o homem que eu escolhi para passar a minha vida.

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Comments

Marizelia Pereira santos

Marizelia Pereira santos

tadinha autora faz ela lembrar pelo menos um pouquinho dele.

2023-08-23

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