Capítulo Vinte

***Miguel***

Não tem um só dia que não pense em Maria Luiza, chega a ser sufocante. Por sorte meus dias aqui estão contados, logo voltarei para o Brasil e irei ver minha garota.

Jennifer tem vindo me ver quase todos os dias, ela não insistiu mais para ficarmos juntos, tem se mostrado mais madura, acho que uma amizade está surgindo.

Meu celular toca, Maia está me ligando, com certeza deve ter alguma alguma notícia sobre Maria Luiza, meu coração se alegra.

*ligação on*

Eu: Alô.

Maia: Não tenho boas notícias.

Eu: O que aconteceu?

Maia: Não encontrei sua garota.

Eu: Como assim? Ela tinha saído?

Maia: Sim, fui até onde você disse que ela trabalha, estava fechado, então fui até a casa dela, e ela também não estava, tinha um casal na casa dela, me parece que estavam indo buscar um cachorro, perguntei por ela e não quiseram me dizer.

Eu: Isso é estranho, se ela não está no trabalho, está em casa, e se eles estavam pegando a cachorra dela é porque ela não vai voltar pra casa.

Maia: Eu tentei.

Eu: Obrigado.

Maia: Se eu fosse você voltaria o mais rápido possível, pra você mesmo ir até lá e procurar por ela, talvez pra você falem onde ela está.

Eu: Estou voltando, amanhã mesmo estou de volta.

Maia: Muito bem, se cuida e juízo, muito cuidado com essa tal Jennifer.

Eu: Estamos tentando uma amizade, ela mudou.

Maia: Sei, se cuida cabeção.

Eu: Me respeita, sou seu irmão mais velho.

Maia: Tanto faz. –ela diz e desliga.

E essa é a forma de minha irmã dizer que me ama, também a amo muito.

O que me deixou confuso e preocupado foi esse fato de Maria Luiza não está em casa e Carol indo buscar Meg.

Preciso voltar o mais rápido possível e descobrir onde essa mulher se meteu, ela nem pense que vai se livrar de mim, vou procurá-la nem que seja debaixo d'água.

***Malu***

A semana passou muito rápido; minha primeira semana de trabalho. Estou muito feliz e orgulhosa.

Esse final de semana os patrões não vão precisar de babá, já que não vão sair, então estou de folga, vou aproveitar para descansar um pouco.

Todos os meus colegas de trabalho estão se preparando para sair, vão todos ao tal show que estavam comentando quando cheguei aqui.

Estou na cozinha sentada bebendo água, Mariano chega pega uma água e senta também, de frente para mim fica me olhando. Durante essa semana ele se aproximou cada vez mais de mim, anda muito atencioso e preocupado com minha alimentação, vez por outra vai até onde estou com a bebê me levar uma fruta.

Ele é muito sério e reservado, aparentemente não se envolve com as funcionárias. Descobri com Glória que Débora desde que começou a trabalhar aqui que tenta se aproximar dele e ele nunca deixou. Agora sim entendo sua raiva de mim, é pelo fato dele está sempre por perto me ajudando.

Dessa forma me sinto mais a vontade para me aproximar dele, já que eles não têm nada, jamais me meteria no meio de um casal, não é do meu feitio. Espero nunca ter que passar por isso.

— Você vai ao show? –ele pergunta.

— Não, vou descansar um pouco e também nem tenho roupa pra isso.

— O show é só sábado, no caso amanhã, se quiser posso te levar pra você comprar uma roupa.

— E o senhor vai ao show?

— Senhor não! Assim me sinto velho.

— Questão de respeito, o senhor é meu chefe.

— Pode me chamar de você e também pelo meu nome.

— Não me sinto a vontade.

— Vamos fazer assim, quando não estiver trabalhando não precisa me chamar de senhor pode ser?

— Vou tentar.

— Tudo bem, e respondendo sua pergunta, eu vou ao show... só se você for. –ele diz e me encara, sustendo o olhar no dele, não costumo desviar o olhar.

Débora entra na cozinha e vai direto sentar perto dele e me encara, como disse não costumo desviar meu olhar, não abaixo a cabeça para ninguém.

Não suporto esse joguinho dela, até porque se eu sei que um homem não me quer não vou ficar correndo atrás dele.

— Você vai ao show Mariano? –ela pergunta olhando para ele.

— Estou vendo ainda. –ele diz olhando para mim.

— Vendo o quê? Se essa aí vai também? –diz me olhando com desdém.

— Tá falando comigo?

— Sim.

— Então quando for falar comigo me chama pelo meu nome viu, porque eu tenho um.

— Pra mim não faz diferença, pra mim você não é nada.

— É recíproco, sinto o mesmo em relação a você.

— Chega. –Mariano fala. — Chega Débora, você está sempre insultando Malu, não quero que isso se repita, melhor você voltar para o quarto da Alice, você está no seu horário de trabalho.

Débora sai pisando forte, acho que se pudesse me matava só com o olhar.

— Mariano vou ser muito sincera como você, eu prefiro que você me trate como qualquer empregada daqui, esse situação está ficando chata.

— Não se importe com Débora, ela é assim mesmo, mas é uma boa pessoa.

— Pode até ser, mas não comigo.

— Malu realmente eu gostaria de te conhecer melhor, só depende de você, se me der uma oportunidade. Que tal sairmos amanhã? Só você e eu.

Olho para ele surpresa, porque é realmente assim que me sinto, não esperava que ele fosse me chamar para sair.

Seria bom sair um pouco, ver a cidade, fazer o que Carol sempre me mandou, sair, ver pessoas. Por outro lado tem Débora, não quero saber de intrigas. Vim aqui para trabalhar e correr atrás de meus objetivos.

É melhor eu sair agora que ainda não comecei a estudar, porque sim, eu passei na prova, minhas aulas começam em um mês, e quando isso acontecer não terei muito tempo, pois estarei estudando.

— Sim, eu aceito sair com você. –digo finalmente.

— Ótimo, esteja pronta às 19:00. –ele sorri de orelha à orelha.

— Tudo bem.

O final da noite transcorre bem, nada de muito significativo acontece. Tomo banho, janto, escovo meus dentes e cama.

Amanhã será um novo dia...

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