Capítulo 18 - MINHA FILHA E MINHA PAIXÃO

O vídeo que está circulando na internet ganha visualizações a cada minuto. É constrangedor e muito apelativo. Benjamin não veio hoje para a faculdade; provavelmente já viu o vídeo. Eu ligo, mas ele não atende. Mando mensagem, mas ele não responde.

Confessei para Mia que estou apaixonada pelo meu pai. E, por incrível que pareça, ela me apoiou em tudo, inclusive quando rejeitei o namoro com Ben. Tenho medo que ele esteja me odiando por causa desse vídeo.

Estamos na última aula do dia. Algumas meninas já me perguntaram como tive coragem de dizer não. Eu não sou a pessoa mais correta do mundo e estou longe disso, tenho muitos defeitos, mas enganar e magoar o Benjamin, eu não posso. Isso não!

— Ei, cadê o Benjamin?

Um garoto no fundo da sala grita, jogando-me uma bola de papel e fazendo todos rirem.

— Que droga! — Levanto furiosa, fazendo até o professor me olhar.

— Calma! — Mia me segura, fazendo com que eu sente de novo na cadeira.

O pessoal cai na gargalhada novamente. O professor chama a atenção e as risadas cessam.

— Você ia fazer o quê? Tá maluca? — Mia cochicha. — Ia ser motivo para mais piadas. Eles vão esquecer esse assunto, mulher, relaxa.

— Eu sei lidar com isso, Mia. Mas o Ben, como ele está reagindo? — pergunto.

15:35 ENTRADA DA FACULDADE…

— Então vai terminar tudo com Ben? — Mia pergunta, andando ao meu lado.

— Eu vou estabelecer uma amizade entre a gente.

— Ele parece ser louco por você, Amber. Boa sorte com essa conversa.

— Valeu, Mia.

— Espera! — ela segura meu ombro e para de frente para mim. — Não olha, disfarça por favor.

— O quê? — pergunto assustada.

— Joseph está aqui. — Ela olha para o lado e faço o mesmo.

Meus olhos seguem os de Mia. Aqueles belos olhos azuis piscam para mim. Joseph está encostado de braços cruzados, me encarando do outro lado da rua. Uma mistura de felicidade e surpresa toma conta de mim.

— Vai lá, mulher. — Mia me abraça. — Ele está te esperando.

— Beijos, amiga. — Falo animada.

Lanço um beijo no ar para ela e vou ao encontro do Joseph, que não para de me encarar. Cumprimento meu pai com um beijo no rosto e um abraço demorado.

— O que você está fazendo aqui? — Pergunto sorrindo.

Ele abre a porta do seu Mercedes e pede para que eu entre. Sem entender nada, faço o que ele pediu e jogo minhas coisas no banco de trás.

— Você vai conhecer a Vigory. — Ele diz, ligando o carro.

— Mesmo? Quer que eu conheça tanto assim?

Ele me olha sorrindo.

— O que quer dizer com isso?

— Você veio me buscar na faculdade, era só ter ligado que eu pegava um táxi.

— Você me pegou. — Ele põe uma mão no meu joelho e aperta um pouco. — Senti saudade.

Eu seguro a sua mão e faço com que ele suba um pouco, entrelaçando nossos dedos.

...JOSEPH BRANDO...

...Hoje de madrugada, quando Amber abriu a porta do meu quarto, eu ainda estava acordado. Não consegui engolir aquela história de brincadeira. O pescoço dela estava vermelho e tinha marcas de dedos em sua nuca. O fato é que aquilo me tirou o sono. Eu queria ir mais a fundo e descobrir o que realmente aconteceu, mas a nervosinha da Amber ia surtar se eu ficasse perguntando.

...Quando ela entrou naquele quarto e colocou as mãos em mim, começou a acariciar minhas costas levemente. Naquele momento, eu quis segurá-la nos meus braços e possuí-la. Tomá-la como minha ali mesmo. Porém, ela estava frágil, ela estava triste…

...Cheguei para o lado e ela aproveitou, deitou colando o seu corpo no meu. Eu envolvi Amber nos meus braços, louco para dar um carinho, um conforto para ela, louco para dar o meu amor. Mas, naquele momento, eu preferi ser o pai que ela precisava.

...Conversamos pouco e ela adormeceu logo após deixar um beijo nos meus lábios. Fiquei horas admirando aquela pele, aquela boca. O cheiro da sua pele enfeitiçava-me. Eu ficava louco só de pensar naquele garoto tocando-a.

...Eu não aguento mais olhar para ela com toda aquela beleza e sedução e não poder tocá-la, ainda mais agora que o gosto dela e o gosto do seu beijo não saem da minha boca.

...Ontem, quando Helena me ligou, disse que confiou em mim como um pai, confiou em mim para que eu cuidasse dela e não deixasse que nada de mau acontecesse. As suas palavras confirmaram mais uma vez que ela é minha filha e não uma mulher com quem posso transar ou ter uma relação.

...Amber ainda é uma menina de 19 anos, frágil, e com os sentimentos perturbados. Eu, um homem maduro de 38 anos, sei muito sobre a vida, casado por duas vezes. Um casamento fracassado e o outro interrompido por uma tragédia. A coisa mais importante na minha vida era o meu trabalho, os meus empreendimentos, tudo que eu conquistei ao longo desses anos.

...Hoje, ela é o que tenho de mais importante: Amber Fox, minha filha e a garota por quem estou apaixonado..

***Esta obra está sob contrato com a NovelToon, e a pirataria, como a reimpressão sem permissão, é estritamente proibida.***

***Faça o download do NovelToon para desfrutar de uma experiência de leitura melhor!***