Eu não vou ceder a um nojento desses.
— Xiii. — ele solta o meu pescoço. — Se espernear vai doer.
— Você é um fodido de merda. — falo completamente desesperada.
— Sua boquinha é suja, né? Amo uma marrentinha. — ele aperta novamente o meu pescoço.
Com uma mão ele acaricia o seu membro por cima da bermuda, enquanto me olha nos olhos. O ar não sai quando tento gritar. Seguro seu braço com as minhas duas mãos e consigo fazer com que ele me solte. Tento gritar, mas começo a tossir.
— Amber?
— S-socorro! — grito, com os olhos no Marcus.
Benjamin está socando a porta. Marcus rapidamente se recompõe e aproxima de mim, falando baixo:
— Só estamos conversando, entendeu?
Marcus abre a porta, eu passo as mãos no meu pescoço e Benjamin percebe que não estou bem.
— O que você tá fazendo aqui? — Ben fala agarrando Marcus pela camisa.
Marcus levanta as mãos em sinal de defesa:
— Calma, irmão. É só uma conversa.
Ben me olha mais uma vez e dá um soco no amigo. Eu grito de susto ao ver a cena. Marcus cai no chão.
— Tá maluco?! — diz Marcus alterado.
— Maluco? — Ben aponta para mim. — Eu vi o jeito que você olhava para Amber no carro e aqui na festa!
Benjamin diz isso e tenta me abraçar. Com um braço empurro o seu corpo, pego o meu celular e saio dali sem dizer uma palavra. Ben chama pelo meu nome, mas não respondo.
Saio da casa e caminho até a praia. Tem pouquíssimas pessoas aqui, o vento frio tocando a minha pele, acaba me deixando mais sensível. Sento na areia e pego celular, digito o número do Joseph e aperto para chamar com as mãos tremendo.
— Amber?
— Oi, Joseph.
Só consigo dizer isso, se eu tentar falar mais alguma coisa, desabo em choro. Então fico calada. Joseph também fica por alguns segundos, mas logo quebra o silêncio.
— Estou indo te buscar.
No fundo, ouço barulho de chaves.
— Está bem? — ele pergunta com a voz baixa.
Desligo o celular. Ele vai ficar louco se eu começar a chorar. O telefone toca novamente, é ele. Eu não atendo. Quando desligo, alguém segura o meu ombro.
— Oi!
— Ah! Oi, Ben.
Ele senta ao meu lado e ficamos calados, olhando o horizonte por alguns segundos. Apesar de ter ficado chateada por ele contar para o Marcus sobre o que fizemos no seu carro, ver ele aqui, ao meu lado e preocupado comigo, alegra-me um pouco.
— Desculpa. — ele diz olhando o mar.
— Desculpa por quê?
— Por ter trago você para essa festa. — ele suspira.
— Apesar do que acabou de acontecer, eu adorei passar esse dia com você. — olho para ele. — Obrigada por cuidar de mim, mesmo quando eu disse saber me cuidar.
Ele me olha, o seu rosto não tem brilho algum.
— Eu faria qualquer coisa por você.
— Sabe… eu não sei se te mereço. — fecho os olhos para não ver sua reação.
— Olha para mim, Amber.
Abro os olhos e nos encaramos.
— Isso sou eu que decido. — ele sorri fraco e me abraça.
Correspondo o seu abraço apertando um pouco mais.
— Quer ir para casa? — ele pergunta ainda me abraçando.
— Mas nem cantamos os parabéns.
— Isso é de menos, quero ver você bem. — ele pousa as mãos no meu resto e me olha. — Exceto se você queira comer o bolo.
Caímos na gargalhada.
— Eu gostaria, mas não tô afim de ver o Marcus.
— Aquele filho da puta foi embora. Amanhã eu vou denunciar ele.
— Vai fazer isso com o seu amigo? — olho assustada pro Ben.
— Ele não é mais o meu amigo. É um pervertido desgraçado.
Os olhos do Ben me passam tristeza, eu não sei o quão amigos eles são. Também não pergunto, não hoje. Ele ficou visivelmente triste com o que aconteceu, então vou evitar esse assunto ao máximo. Até mesmo porque eu quero esquecer. Ficamos a olhar o mar por mais alguns minutos. Depois decido voltar para a festa e procurar a Mia. Ela deva tá morrendo de preocupação.
Voltando para a casa de praia, ao longe vejo uma figura admirável. Pisco algumas vezes e firmo as vistas para enxergar melhor. O meu coração bate muito forte quando vejo Joseph andando na nossa direção.
Ele chegou aqui muito rápido, impossível! E como ele sabia o endereço? Corro na direção dele, e como fazia quando criança, pulo em seu colo. Ele me abraça forte. Sentir o seu corpo quente, o seu perfume me acalma.
— Amber, o que aconteceu?
— Não aconteceu nada, só senti saudades. — falo, com o rosto enterrado no seu pescoço.
Benjamin aproxima e Joseph põe-me no chão. Ao me soltar os seus olhos descem para o meu pescoço. Na mesma hora o seu semblante muda, ele estava preocupado, agora está sério. Joseph coloca um dedo no meu queixo e levanta o meu rosto.
— O que é isso no seu pescoço? — ele pergunta muito calmo, mas seus olhos saem faíscas.
Com às duas mãos, Joseph empurra o peito do Ben, fazendo com que ele caia de costas na areia.
— Benjamin! — grito, ajoelhando para abraçar o Ben.
— Pai, para! Benjamin não tem nada a ver com isso!
— O que é isso no seu pescoço, Amber? — ele altera a voz.
Benjamin levanta rapidamente e tenta dizer algo, eu atropelo as suas palavras e afirmo.
— Isso foi uma brincadeira, Joseph. O Benjamin cuidou de mim o tempo todo.
Ele não acredita em mim. Joseph coça a sua barba e vira de costas tentando acalmar. Ele respira pesadamente alisando o seu cabelo para trás e vira para nos encarar.
— Certo, vamos embora! — ele manda.
Abraço e Benjamin e peço desculpas a ele. Digo que amanhã conversaremos melhor e agradeço por ele chegar naquele momento. Falo tudo muito baixo para que o meu pai não escute.
Deixo Joseph e Benjamin conversando enquanto entro para procurar a Mia. Ela estava desesperada me caçando, coitada. Ao retornar com a Mia, Joseph e Benjamin ainda estão conversando. Eu queria ser um mosquito para ouvir o que eles estão falando. Benjamin não tá com uma cara muito boa meu pai também não.
Joseph nos guia até o seu Mercedes prata. Eu nunca vi esse carro na sua garagem. Até então só vi o seu BMW.
Ele pede para eu sentar atrás com a Mia. Estou confusa com essa reação. Ele ainda parece bravo. Mia não dá um pio, ela também percebe que Joseph está nervoso. Ele entra no seu majestoso carro e começa a dirigir. Eu quero perguntar tanta coisa para ele, mas com Mia ao meu lado permaneço calada.
A bebida que tomei está afetando meu raciocínio. Fico olhando aquelas mãos segurando o volante, a forma como ele dirige e gira o volante em cada curva fechada fazendo os seus músculos e as suas veias do braço se tornarem salientes. Sem contar o cheiro do seu perfume por todo o carro.
Pelo retrovisor ele lança alguns olhares para mim, que não faço questão de disfarçar, eu estou secando meu pai e ele nota.
— Mulher. — Mia me cutuca e cochicha. — Que marca é esse no seu pescoço?
— Vou te contar tudo amanhã, na faculdade.
— Eu quero saber de tudo, tim-tim por tim-tim. — ela continua. — Por que o seu pai está bravo?
— Você vai entender tudo amanhã. — falo baixinho.
— Que coisa! Mulher. Não sei se vou para faculdade amanhã.
— Como assim?! — aumento a voz um pouco.
— Eu bebi para o caralho, vou ter uma ressaca amanhã, conheço o meu corpo. — ela sorri.
Sorrimos juntas. O restante do caminho é em silêncio, até uma ligação acabar com a minha paz.
O celular do Joseph toca, ele atende e depois de alguns segundos fala:
— Sim, eu estou com ela. — ele dá um leve sorriso e depois continua. — Tudo bem, sem problemas.
Eu não estou gostando dessa conversa, Joseph está falando com alguma mulher, eu sei apenas pelo tom da sua voz.
— Coloca no alto-falante. — falo.
Ele franze a sobrancelha me questionando apenas pelo olhar.
— Você está dirigindo, põe no alto-falante. — a minha voz é firme.
Ele obedece, deixando o celular no painel fronteiro e apertando um botão. Na mesma hora a ligação do celular é reproduzida pelo alto-falante do carro.
— Brando, você está aí?
A voz doce da Katarina lança uma pontada no meu peito.
— Estou aqui. — ele fala, olhando para rodovia.
— Amei passar o dia com você. — diz Katarina.
Joseph me olha pelo retrovisor. Eu dou um sorriso tentando disfarçar o meu sentimento de ódio.
— Katarina, eu preciso desligar, ainda estou no trânsito.
— Boa noite, meu bem. — ela faz um som de beijo com a boca.
Ele desliga imediatamente o alto-falante do carro. Eu tento, juro que tento ficar de boa. Mas não consigo.
— Vocês transaram o dia todo, né? — pergunto.
Mia tampa a boca com às duas mãos e me olha assustada.
Joseph lança um olhar pelo espelho retrovisor. Os seus olhos não expressam sentimentos.
— Onde foi? — falo. — Foi no seu quarto?
Ele continua olhando para frente.
— Foi na sala então? — continuo.
— Amber. — Mia me chama.
— Já sei, foi na piscina!
— JÁ CHEGA!! — Joseph fala dando um soco no volante. — Não quero ouvir mais uma palavra, Amber. — ele finaliza.
Eu quero sair desse carro e sumir.
Nesse momento, desejei nunca mais vê-lo.
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Atualizado até capítulo 89
Comments
Conceição Freire
ela não se guarda e quer privar o pai , ouxem
2025-01-07
1
Soraya Dias
Que festa sem futuro viu so coisas ruins 😠
2024-08-15
0
Denise
Tô triste por Âmber. Essa festa foi a maior roubada. Mas, graças a Deus ela foi salva. E agora, eihm, ouvir o pai todo contentinnho, falando com a bruxa Catarina. Só que o ciúme da Amber gerou um mal-estar dentro do carro. Nunca vi o Joseph gritar assim com Âmber. Será que vai rolar briga dentro de casa.
2024-07-09
2