— Ainda bem que você veio. — Falo gemendo.
Ele segura a minha cintura e então ouço uma voz macia, mas rouca ao mesmo tempo.
— Não consegui me segurar, gata! — Benjamin sussurra.
Acordo suada com o corpo em chamas. Olho para o lado, mas não tem ninguém, o sol já nasceu e entra pelas frestas da janela. Pego o celular para ver as horas, já são 08:00 da manhã de um sábado, além disso, uma mensagem de Joseph Brando. Abro imediatamente:
-Espero que o tornozelo esteja melhor. Eu não pude tirar o dia de folga, tenho muitos assuntos para resolver. Por conta disso, tomei a liberdade para pedir que Katarina lhe ajude hoje.
O quê?! Jogo o celular na cama com raiva. Ele pediu que Katarina viesse me ajudar?! Penso por alguns segundos e pego o celular novamente, dessa vez, ligo para Joseph. Ele atende com dois toques.
— Oi. — Sua voz é calma.
— Oi?! Deixa eu ver se entendi. Você chamou a Katarina para vir aqui? — Falo brava.
— Qual o problema, Amber? Ontem você nem andava, vai conseguir descer a escada sozinha? — Ele suspira.
Paro e penso, na verdade, as escadas da mansão são muito grandes em aspirais. É complicado descer nelas sem uma ajuda.
— Eu tenho amiga, eu poderia chamar ela para me ajudar. E tem Rose também! — Falo indignada.
— Rose tem uma filha pequena, eu não vou tirar os únicos 2 dias de folga que ela tem na semana. E já que Katarina está livre, eu pensei que ela poderia te ajudar. — Ele tem a voz calma e isso acaba me irritando.
— Pode ligar e dispensar essa mulher? Eu vou ligar para Mia vir até aqui.
— Você pode parar de gritar e vir até meu escritório no andar de baixo? Isso é, se der conta. — Ele zomba e desliga.
Joseph está trabalhando em casa hoje, e isso é maravilhoso! Tomo um banho correndo apesar de quase morrer de dor no pé, visto uma blusa tomara que caia com a barriga de fora e coloco um short jeans, muito, muito curto. Começo a descer as escadas, essa é a pior dor que já senti na vida, sinto que o meu tornozelo quer descolar da perna. Ele tem razão, eu não vou dar conta de andar pela casa sozinha, exceto se eu ficasse vegetando no quarto, o que eu com certeza não faria.
Ao terminar de descer paro e respiro. Espero alguns segundos até a dor diminuir. Os meus braços tremem devido à força que fiz segurando o corrimão. Ao melhorar, caminho até o seu escritório, antes de entrar ouço ele falando no telefone:
— Me explica, como vocês deixaram isso acontecer? — Há um silêncio do outro lado, ele está dando uma bronca em algum funcionário.
Eu não espero e entro, abrindo a porta lentamente. Ele me vê e penetra os seus olhos em mim, ainda falando no telefone de pé atrás da sua mesa:
— Eu quero que vocês resolvam isso, segunda eu quero o relatório na minha mesa com todos os detalhes dessa transação. — Ele desliga e senta.
Percebo que preciso mudar a minha atitude, eu vim disposta a discutir com ele e fazê-lo desistir de ter chamado Katarina, mas ao vê-lo tenso, mudo meu discurso e meu tom de voz é o mais calmo e sedutor possível.
— Bom dia, pai!
Ele que já estava me olhando diz:
-Bom dia! Como conseguiu chegar até aqui? — Ele debocha.
Lanço um sorriso perfeito para ele, ando até a sua mesa, dou a volta por ela e paro na frente dele, tampando a sua visão para o computador.
— Você tinha razão. Acredito que será mais fácil para mim com ajuda de Katarina.
Ele me olha desconfiado. Joseph está sentado, escorado na cadeira com as pernas abertas, isso é um convite para que eu sente nelas. Sua posição é muito favorável para isso e eu não perco tempo. Sento em seu colo. Por alguns segundos ele não tem atitude, mas logo coloca o braço em volta da minha cintura e diz:
— Você estava nervosa, agora está calma. O que te fez mudar de ideia?
Suas mãos seguram minha cintura, seu braço encostando na minha pele tira minha concentração. Eu jogo meus braços por cima do seu pescoço.
—Eu quero pedir desculpas a ela, por fazer aquela cena de ontem.
Ele desliza seu cabelo para trás e sorri tímido, eu aproveito e continuo:
-Quero pedir desculpas para você também, eu acabei com seu jantar ROMÂNTICO.
Eu enfatizo a palavra “romântico”. Não suporto pensar que ele beija outra boca, ainda mais de mulheres como aquela, interesseira. Tá escrito na cara dela que é uma vadia e eu vou tirar a prova disso hoje.
— Você me surpreendeu com essa atitude, Amber. — Ele sorri impressionado.
Quando abro a boca para responder, o telefone do escritório faz um bip alto e soa uma mensagem automática, “Você está recebendo uma chamada de Dr. Calil.”
— Eu preciso atender esse telefonema. — Ele diz.
— Está bem, vou esperar Katarina na sala.
Ele segura minha cintura me guiando a sair do seu colo. Joseph atende imediatamente dizendo que só precisa de um minuto. Um minuto para que eu saia do escritório para que ele possa conversar com o doutor em particular.
Ele está com algum problema de saúde? Essa pergunta não sai da minha cabeça, então lembro que na outra sala tem o mesmo telefone, e que talvez eu consiga escutar o que eles estão conversando por lá. Eu vou a outra sala e entro, fecho a porta e aqui está, o mesmo telefone do escritório do Joseph. Aperto a tecla 1, nada acontece. Aperto a tecla 2, também nada, que droga! A tecla 3 finalmente dá certo, automaticamente ouço o que eles estão conversando.
Dr. Calil: -E como estão suas noites de sono?
Joseph: -Eu não durmo direito. Eu não consigo nem pensar quando estou no trabalho.
Dr. Calil: -Entendi. Ontem quando você me ligou, confesso que fiquei um pouco preocupado. Apesar de parecer um caso raro, temos alguns piores que o seu.
Joseph: -O que eu faço em relação a isso? Suponho que preciso de ajuda, sinto que vou ficar louco a cada dia.
Dr.Calil: -O primeiro passo é o intelecto. O que seu entendimento buscou até agora? Sua capacidade de compreensão a sua mente?
Joseph: -Esse é o problema! Penso que, às vezes, isso seja apenas coisa de garota, talvez imatura, querendo um pouco de atenção.
Eles estão falando de mim. Acredito que esse Doutor Calil é seu terapeuta.
Dr. Calil: -E o seu comportamento?
Joseph: — Eu nego. Eu não sei agir quando estou perto dela. Às vezes, quando sinto que está indo longe demais, simplesmente mudo de assunto ou tento fugir. Ela nunca diz o que quer, e sinceramente, tenho medo de descobrir.
Dr. Calil: -E você? O que quer?
Joseph: -Quando olho para ela, eu a vejo como filha, apesar de tantos anos longe. Mas quando ela começa com… — Ele pausa.
Dr. Calil: -Eu preciso saber, senhor Joseph. Só assim poderei te ajudar.
Joseph: — Ela é linda, porra! É extremamente sedutora e nunca perde tempo. Quando ela aproxima de mim, começa seu jogo de sedução. Nesse momento eu a vejo como mulher. Mas quando estou longe, meu amor por ela é paterno.
Dr.Calil: -Sei. Tecnicamente, ela é sua filha, e como pai adotivo durante esses anos, você alimentou esse carinho paterno por ela. Há um conflito de princípios aí. Você e sua ex-esposa registraram ela após a adoção, ou seja, seu nome está na certidão de nascimento. Apesar não ser um crime se relacionar com um filho adotivo.
Joseph: — Isso fere meus princípios. Eu não vou feri-la, entende? Não vou ferir seu corpo e nem seus sentimentos. Nós não somos um casal e nunca vamos ser. Eu sou o pai dela e é assim que tem de ser!
Ouvir isso me machuca profundamente. Eu estou apaixonada por ele, e quero ele mais-que-tudo.
Um som da campainha toca interrompendo meus pensamentos. Deve ser Katarina.
Joseph: -Eu preciso desligar.
Dr.Calil: -Eu marquei sua consulta para a próxima semana. Espero que não falte dessa vez.
Ele desliga. Eu corro para sala com um pé só, parecendo saci. Deito no sofá com a bunda para cima enquanto ouço, do outro cômodo, meu pai abrir a porta para a bruaca. Ela tem uma voz doce enquanto chama o meu pai de amor. Ele por sua vez, cumprimenta ela chamando-a de Katarina. Eles vêm até mim. Finjo ver algo importante no celular quando meu pai arranha a garganta chamando minha atenção.
—Oi! Princesa. — Katarina fala.
Senhor, dai-me paciência. Ela me chamou de princesa, foi isso? Sento no sofá, meu pai está atrás dela com as mãos no bolso da calça. Ela veste uma calça legging preta e uma blusa branca soltinha. Essa mulher é bonita, não posso negar, tem os peitos grandes e aparenta ter uns 30 anos. Ela tem um sorriso cínico no rosto. Eu aposto que ela vai querer me tirar da jogada, todavia o game over dela virá primeiro.
—Oi, linda. — Levanto e dou um longo abraço nela.
Enquanto abraço Katarina lanço um olhar para Joseph. Ele pisca para mim, entendo que sua piscadela foi para que eu me comportasse e fizesse o que disse a ele que faria.
— Posso ver o seu pé? — Meu pai pergunta.
Em resposta sento no sofá e levanto meu pé. Ele se abaixa e desliza suas mãos sobre o inchaço. Katarina observa.
— Ainda muito inchado, talvez mais que ontem. — Ele examina.
— Por que você foi correr, menina? — Katarina interrompe.
— Assustei com sua cara! — Falo sem pensar.
Joseph levanta com uma cara não muito boa, mas ainda, muito “sexy”.
— Brincadeira, Katarina. Na verdade, eu quero pedir desculpas. Eu tive um momento ruim com meu namorado. *Olho pro Joseph e continuo* —Por isso, disse aquelas coisas sem pensar. Espero que você não tenha se importado com o que eu disse.
— Imagina, querida. Eu quando tinha sua idade, também era assim.
— Faz tempo, né. — Afirmo.
Joseph começa a rir e Katarina faz o mesmo.
— Amber é muito brincalhona. Meninas, eu preciso voltar ao trabalho, se comportem.
— Pode deixar, querido.
— Pode deixar, pai.
Ele vai embora e ficamos nós duas, de pé, olhando uma para cara da outra.
— Você pode, por favor, me ajudar a ir até meu quarto?
Ela sorri e me apoia em seu ombro, subimos as escadas e chegamos até a porta do meu quarto quando ela dispara:
— Eu sei o que você está fazendo!
— O que eu estou fazendo? — Falo com cinismo.
— Suas desculpas podem enganar Joseph, mas não me enganam, o seu jogo de garota arrependida é patético. — Ela fala tirando meu braço do seu pescoço.
***Faça o download do NovelToon para desfrutar de uma experiência de leitura melhor!***
Atualizado até capítulo 89
Comments
Lêda Moraes
Ridícula, a mulher chamando o homem de pai, e querendo se envolver com ele. Essa história é meio sinistra kk
2025-03-26
0
Cibele Wan Der Maas Moreira
Ela é patética chamando ele de pai. aff
2025-03-02
0
Conceição Freire
já tá ficando chata
2025-01-07
0