Capítulo 14 - A DESAGRADÁVEL FESTA NA PRAIA

— Namora comigo, gata? — Benjamin me olha.

Minhas pernas ficam bambas… O pessoal grita, mas quando percebe meu silêncio todos se calam. Engulo seco, e mesmo achando tudo perfeito o que ele fez, eu respondo:

— Não!

Alguns caçoam, mas a maioria está em silêncio não acreditando no que eu disse. Ben fica pálido.

— Quer dizer… — pego o microfone. —Conhecemos a poucos dias. — olho para o Ben. — E você me pegou de surpresa, Benjamin. Eu não esperava por isso.

Benjamin parece não saber o que dizer, nesse momento o pessoal ri em deboche.

— Espera aí, gente. — falo para amenizar as piadas. — Eu adoro o Ben, e não imaginava receber um pedido de namoro hoje.

Mia sobe no palco e pega o microfone.

— Gente, minha amiga tá em choque, ela não esperava por isso. Tenho certeza que eles vão entrar e se resolver. — ela olha para o DJ. — Solta esse som logo, DJ.

O DJ começa a tocar eletrônica e o pessoal dispersa para dançar. Eu não acredito, deu certo o que ela disse. Olho para Mia e agradeço, ela pede para que eu entre e converse com Benjamin. Eu faço exatamente isso, pego Benjamin pela mão e arrasto até um dos quartos.

— Ben, fala algo, você tá bem?

— Eu vou ficar. — ele me olha. — Desculpa, eu pensei que você ia gostar.

— Apenas fui pega de surpresa. — dou um abraço no Benjamin. — Eu gosto de você, só achei um pouco precipitado.

Ele afasta o nosso abraço e me olha:

— Foi precipitado da minha parte, mas relaxa, eu vou ficar bem. — ele sorri fraco. — Eu te expus, não deveria ter feito isso.

Dou um beijo no Ben tentando fazer com que ele se sinta melhor, não quero ficar com esse clima entre a gente, ainda mais porque o dia tá só começando. Ben aprofunda o beijo, envolvendo minha cintura com seus braços. Agarro seus cabelos com às duas mãos, ele me pega no colo e me prende contra a parede.

— Espera, espera! — separo nosso beijo. — Vamos curtir a festa um pouco? Acabamos de chegar. — falo ainda recuperando o ar.

Ele me beija uma última vez e me solta no chão.

Voltamos para fora, a vibe aqui é contagiante. Muita gente bebendo e curtindo. Benjamin vai conversar com os amigos e eu vou pedir mais bebidas para tomar. Depois do que rolou, eu tô a fim de beber, beber muito. O dia está só começando…

— E aí? — pergunta Mia. — Foi tranquilo o papo?

— Tranquilo? Ele ficou triste, está tentando esconder.

— Eu pensei que você gostasse dele, doida. — ela me dá um empurrão de brincadeira.

— Eu gosto, só fui pega de surpresa.

Ela deixa esse assunto de lado e bebemos, dançamos e conversamos com algumas meninas da festa. Benjamin, mesmo um pouco decepcionado comigo, ele sempre vem verificar se eu e Mia estamos bem.

— Amber?

Olho para trás para ver quem está me chamando, é uma menina bem bonita. Ela usa biquíni na parte de cima e short jeans. Aproximo para saber o que ela quer comigo.

— Oi, você me chamou?

— Eu chamei. — ela diz me olhando dos pés a cabeça. — O que você tem na cabeça para recusar um pedido desses?

Ela me olha com desdém, tá na cara que não quer ser minha amiga, só me chamou para falar merda.

— E o que você tem com isso? — respondo.

— Calma! Só fiz uma pergunta. — ela fala com cinismo.

— Você me chamou para isso?

— Não… Você viu o Ben por aí?

Olho ao redor:

— Ele deve tá conversando com um amigo.

— Um amigo? — ela ri. — Vai dar uma olhadinha nos quartos.

— Você está me dizendo que o Benjamin está com outra?

— Outra que parece não ser tão doente igual você. — ela fala e sai.

Meu sangue ferve quando ela me chama de doente. Seguro o braço dela e bem devagar derramo a minha bebida nos cabelos loiros dela. O pessoal que está mais próximo apenas observa.

— Sua vaca! — ela grita.

— Vaca é você! — grito mais alto ainda.

Essa garota me tirou do sério completamente. Mas o que mais me incomodou, foi ela dizer que o Benjamin tá com outra nesse momento. Com certeza eu vou verificar. Coloco o copo vazio em cima da mesa e entro. Mesmo que eu não tenha aceitado o pedido de namoro dele, eu vou matá-lo se isso for verdade. Ele me pede em namoro, e no mesmo dia come outra? Passo devagar por cada quarto colando meu ouvido nas portas. Não demora muito ouço a voz dele, conversando com outra garota.

— Ela não gosta de você, tá na cara. — a garota fala.

— Eu deveria ter esperado mais. Fui precipitado.

— Você é lindo, Benjamin. — ela geme. — Olha quantas garotas são apaixonadas por você.

— Eu sei, droga! Para com esse assunto.

Mais uma vez ouço o gemido dela.

— Relaxa, tá acabando. — ele fala.

Quando Benjamin diz essas palavras eu explodo em ódio e abro a porta de uma só vez. Eles me olham assustados. Começo a rir depois que vejo o Benjamin limpar um machucado do rosto da garota. Aquela menina pensou que eu ia escutar os dois e sair chorando, imaginando eles transando.

— Você tá bem? — Ben solta o medicamente e vem me abraçar.

Eu quero afundar minha cara no chão.

— Nervosa ela, né? — a garota levanta. — Pensou que eu tava pegando o meu irmão?

— Irmão? — pergunto.

— Minha irmã se meteu em uma briga, eu vim ajudá-la.

— Prazer, Amber. — falo, tentando disfarçar o meu ciúme.

— Beatriz. — ela segura minha mão. — Mas pode me chamar de Bia.

Abaixo a cabeça completamente envergonhada.

— Eu pensei que vocês estavam… fazendo outra coisa.

— Eca! — Beatriz zomba.

— Ficou com ciúmes, gata?

— Com ciúmes e furiosa. — dou um sorriso sem graça. — Eu desconfiei de você, foi mal. — olho pro Ben.

Problema resolvido, voltamos para festa após conversar mais uns 5 minutos no quarto com a Bia e o Ben. Parece que ela discutiu com um grupo de garotas aqui na festa e se deu mal. Benjamin veio ajudá-la e a vaca loira quis se aproveitar disso me manipulando a acreditar que eles estavam ficando.

Quando sento para tomar um pouco de água percebo que o sol está começando a se pôr. Estou bêbada, minha cabeça começa a girar. Preciso de um tempo para voltar ao normal, então vou para o quarto.

Pego o meu celular para ver as horas, ainda é 17:00 da tarde. Percebo que tem uma barra de notificação indicando que alguém ligou, abro e vejo 5 ligações perdidas do Joseph. Por um momento penso em ligar para ele, estou sentindo muito a falta desse homem. Deito na cama, jogo o celular ao meu lado e fecho os olhos. O celular toca:

— Alô, pai. — falo com uma voz arrastada.

— Amber?

Obro os olhos assustada. Sento na cama e tento disfarçar a voz de bêbada. É a minha mãe.

— Mãe?

— Onde você está, dona Amber Fox?

— Oi, mãe. Que saudade!

— Você está em uma festa? Cadê o Joseph?

— Relaxa, mãe. É só um aniversário. — falo e levanto para fechar a porta do quarto.

— Eu só posso estar sonhando. — ela fala indignada. — Você vai para os Estados Unidos estudar, e o seu pai deixa você ir para festas?

— Calma, lá. Eu vim estudar, mas também posso me divertir, né? — arrependo do que disse na mesma hora.

— Divertir? Meu Deus do céu, eu vou ficar louca!

— Calma, Helena. Respira!

— Respirar? Você é muito sem juízo, menina.

— Vai me ligar para falar isso? Você só me liga para cobrar algo, sempre reclama de tudo, nada tá bom pra você! — falo irada.

No outro lado da linha há um silêncio. Eu não deveria ter falado isso, mas veio na minha cabeça ela discutindo com Joseph e eu não aguentei. Ela só sabe reclamar e apontar o defeito das outras pessoas.

— Tudo bem, Amber. Eu estava com saudades, te ligo outra hora. — ela desliga.

Furiosa, guardo e celular.

Ao abrir a porta, uma silhueta masculina faz com que eu pare bruscamente. Um homem parado bem na minha frente, com uma mão no bolso da bermuda, a outra segurando uma garrafa de Vodka.

—Oi, gata! — ele imita o jeito de falar do Ben.

— Precisa de algo? — falo tentando sair do quarto.

Ele coloca a mão na minha barriga e me empurra para trás, fazendo com que entremos para o quarto. Estou perplexa, não sei o que dizer e nem o que fazer. Observo ele trancar a porta e depois se virar para me encarar.

— Você tem uma carinha de puta, isso me deixa doido.

Começo a rir: — Você tá me zoando, né? — falo sem acreditar no que ele disse. — Puta é a sua avó! — grito.

Ele dá alguns passos na minha direção e diz: — Se a minha avó tivesse uma carinha igual à sua, eu também não resistiria. — ele sorri. — Você é muito gata, Benjamin tem razão.

Chego para trás tentando me afastar. Ele está visivelmente bêbado. Seus olhos caminham pelo meu corpo. Eu não estou gostando nada disso.

— O que você veio fazer aqui? — falo, morrendo de medo de saber.

— Vim confirmar o que Ben me falou. — ele deixa a Vodka em cima de uma bancada.

— O que ele te falou?

— Que você parece uma puta. — ele desdenha sorrindo.

Eu não consigo acreditar e começo a rir.

— Está rindo por quê? — ele diz, passando a língua no lábio inferior.

— O Benjamin disse isso? Por que de repente, está todo o mundo contra nós dois? — pergunto a sorrir, acreditando ser uma mentira.

— Lembra quando vocês transaram no carro dele? — ele diz coçando a nuca.

Fico séria na mesma hora que ouço essas palavras.

— Não entendi. — falo, me fazendo de desentendida.

Por que o Benjamin contaria essas coisas para ele?

— Vem cá, vem! — ele me chama com as mãos.

— Nem fudendo que você vai me tocar. — falo afastando mais ainda dele.

— Ah, cala a boca! — ele altera a voz. — Deita na porra dessa cama e abre as pernas para mim, princesa. Prometo que vai ser uma foda rápida.

A minha alma sai do meu corpo. Quando ele vê que não vou obedecê-lo, ele segura o meu braço e com força me joga na cama. Eu levanto no mesmo segundo e dou um tapa na cara dele. A minha mão arde de dor. Ele fica furioso e segura o meu pescoço muito forte, sinto dificuldade ao respirar. Ele força-me a beijá-lo.

Eu não posso ceder a um nojento desses.

***Esta obra está sob contrato com a NovelToon, e a pirataria, como a reimpressão sem permissão, é estritamente proibida.***

***Faça o download do NovelToon para desfrutar de uma experiência de leitura melhor!***