Virtude

Caille

–A refeição está de seu agrado, senhorita? –Questiono enquanto a garota devora alguns camarões.

–Estão perfeitos. Eu amo camarão, mas não compro porque meu irmão é extremamente alérgico, até o cheiro faz mal à ele. –Ela parece animada.

–E seus pais? –Quero saber mais sobre ela.

–Morreram quando eu era criança.

–Sinto muito. Sua infância deve ter sido difícil. –Pondero.

–Sim, depois que meus pais morreram, meu irmão e eu nos mudamos para cá. Ele era menor de idade e eu criança, não foi nada fácil.

–E como se manteram? –Meu interesse fica cada vez maior.

–Tinha um amigo do meu pai que nos ajudava. Nem todo mundo é herdeiro, não é? –Lolla ironiza.

–Espera, acha que sou um herdeiro? –Ergo as sobrancelhas surpreso.

–De que outra maneira alguém teria tanto dinheiro sendo tão novo? –Ela desdenha.

–Trabalhando, Lolla. Eu não preciso lhe dar satisfações, mas minha infância e adolescência foram muito piores e absolutamente mais pobres do que você possa imaginar. Mas, eu não falo sobre isso.

–Desculpe, eu deduzi errado. Deve ter trabalhado muito pra chegar à tanto. Admirável. –A moça se corrige.

Depois de terminarmos o jantar, Lolla demora uns minutos no toalete, quando retorna, caminhamos até o estacionamento para buscar o meu carro, durante a curta caminhada, não resisto ao impulso de segurar sua mão, pequena e delicada, com unhas compridas pintadas num tom claro de rosa.

–Quero que se sente no banco de trás, senhorita Moe. –Ordeno assim que chegamos ao carro.

Eloísa não se opõe, mas demora alguns segundos para obedecer, de certo não tem ideia do que pretendo fazer. Assim que se senta, me junto a ela no banco traseiro e acaricio seu cabelo loiro comprido.

–Sabe, Lolla... Estive pensando na senhorita por tempo demais desde que a conheci e isso tem me aborrecido. Por que ocupa tanto a minha cabeça? –Busco os olhos dela com os meus.

–Eu poderia lhe fazer a mesma pergunta, senhor Morgan. –Um suspiro escapa por seus lábios.

–Eu não tenho intenções gentis com a senhorita, preciso deixar isso bem claro. –Desenho o lábio dela com o meu polegar. –Eu estou fora de mim desde aquele beijo, louco para repetir a dose. Aproximo meu rosto e os olhos dela se fecham, a confirmação que eu precisava para prosseguir.

Beijo os lábios de Lolla, reparo que ela escovou os dentes enquanto foi ao banheiro, o que me faz imaginar que ela também desejava esse beijo, ou ao menos esperava por ele. Não demora muito tempo e eu já estou desesperado por mais, subo minha mão do joelho até o alto da coxa dela, aperto com vontade e ela solta um gemido gostoso pra caralhö. Pela cintura, trago a garota para o meu colo, ela monta em mim e nosso beijo fica cada vez mais intenso, minhas mãos passeiam de sua cintura até a bunda, aperto e comprimo meu pênis ereto contra ela. Mordisco suavemente o pescoço e orelha, Lolla geme baixinho e deliciosa... Porrä, como vou me conter?

–Quero você, Eloísa. Quero agora! –Murmuro ardente.

–Eu também quero, mas não aqui. –Ela responde e sai de cima de mim.

–Quer ir para minha casa, ou prefere outro lugar?

–Na verdade... –Respira fundo e fecha os olhos. –Estou com muita vontade, eu juro, mas...

–Mas o quê, Lolla? –Ela não vai dizer o que eu acho que vai... Não pode ser.

–É que eu sou... –Uma pausa longa e ela finalmente abre os olhos. –Eu sou virgem.

Eu apenas sorrio, tentando conter minha real felicidade. Ah, uma virgem! Nunca tive tal prazer na minha vida e eu não posso perder essa oportunidade. Deixo um beijo suave na loira e saio para tomar meu lugar no banco da frente.

–Não vai me acompanhar? –Pergunto enquanto a senhorita segue sentada no banco de trás.

–Ah, claro. –Lolla se senta ao meu lado e dou partida. –Você não vai falar nada? –Ela pergunta me encarando.

–Sobre a sua virtude? –Provoco.

–Acha engraçado?

–Não, acho extremamente sensual, na verdade. Quero que dê a mim.

–Quer o quê? –Ela quase engasga.

–Quero que dê sua virtude à mim, Eloísa. Não parecia se opor alguns minutos atrás.

–Eu não sei o que dizer, há minutos atrás você me envolveu, agora está me perguntando diretamente. –Ela cora.

–Não tem ideia do quanto posso te envolver, "cariño". Farei com que seja inesquecível. Por favor, Eloísa... Me diga que sim. –Paramos no farol e olho diretamente para os olhos dela.

–Sim. –Ela responde, olhando de meus olhos para meus lábios, ela ainda me quer.

Isso! Eu poderia gritar em comemoração, mas me digno apenas à um sorriso. Continuo dirigindo feliz como um pombo no lixo, finalmente chegamos à loja de vestidos de gala, iremos à um jantar muito importante num restaurante em que só a alta sociedade frequenta.

Descemos do carro e seguro a mão da mocinha até entrarmos, a gerente e única pessoa ainda na loja, vem nos atender.

–Olá, senhor Morgan. Em que posso servi-los? –A loira tingida, de cabelo curto pergunta.

–Quero um vestido bem bonito para a dama. –Aponto para Lolla. –Iremos à um jantar de negócios, então nada ousado demais, não quero investidores de olho na minha senhorita. –Olho para Eloísa e sorrio.

–Me acompanhe senhorita, vou lhe mostrar algumas opções. –A gerente estende a mão e as duas saem empolgadas.

Caminho pela loja enquanto aguardo, Eloísa é de fato uma menina especial, virgem aos vinte anos... Como eu tive tanta sorte? Mais sorte ainda eu teria se ela assinasse meu contrato de casamento, mas como eu proporia isso à ela? Ela não é fútil e nem me parece interesseira, aposto que seu orgulho impediria... Só me resta planejar uma noite perfeita para possuir o que agora é meu, sua virgindade!

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