Troca de Favores

Subo de elevador até a cobertura do prédio, meu coração palpita e minhas mãos suam e tremem, estou com medo de ter feito alguma besteira, me vendido ou coisa do tipo. Se eu tivesse perdido a virgindade, eu saberia, não é? Ou será que não? O apito de aviso de chegada me assusta e eu respiro fundo antes de sair, entro numa espécie de hall onde encontro mais uma recepcionista, morena, curvilínea e muito charmosa. Eu deveria ter me arrumado melhor.

–Posso ajudá-la, senhorita? –Ela pergunta.

–Ah, sim! Me disseram que o senhor da empresa gostaria de me ver. É que houve um equívoco...

–Claro! Me chamo Samantha. Você é a senhorita Moe, certo? –Samantha pergunta e eu confirmo com a cabeça. –Pode entrar, ele te aguarda. –Sorri amigável.

Caminho alguns metros até a porta de madeira escura contrastante com o ambiente branco e iluminado. Bato na porta apenas para anunciar minha entrada, giro a maçaneta e entro cabisbaixa, mal tenho coragem de olhar pra frente e encarar o homem que por alguma razão que desconheço, me transferiu quinze mil dólares.

–Então, Eloísa? –Ele pergunta e eu finalmente ergo o olhar. "Díos mio"!

–Senhorita Eloísa Moe? Então esse é o seu nome? –Me encara intrigado.

–Sim.

É apenas o que consigo dizer... Caille é um homem muito bonito, mas vê-lo em trajes sociais é humilhante! Ao mesmo tempo que parece um deus grego, é atrativo como o próprio pecado.

–O que está fazendo aqui, Lolla? –Ele pergunta, me olhando como se eu fizesse parte de um circo de anomalias.

–Como eu disse, acho que houve um engano com a transferência para a minha conta.

–Está mesmo falando sério? –Parece confuso.

–Sim, eu não sei o que aconteceu.

–Não se lembra? –Ele se levanta.

–Não, senhor. Eu não me lembro. –Tenho certeza que estou vermelha de vergonha.

–Eu te dei o dinheiro. –Responde, simplesmente.

–E, por quê? –Tenho medo da resposta.

–Porque você acha, Lolla? Porque eu te daria tanto dinheiro? –Caille se aproxima até estar muito perto, muito mesmo.

–"Mira"... Eu não sei o que fiz pra você ou com você, estou envergonhada e por isso vim devolvê-lo. –Solto as palavras de uma vez.

–Fez comigo? –Os olhos escuros devoram os meus e percebo diversão estampada neles. –Ouça, moça. Eu te dei o dinheiro porque eu quis dar, não aconteceu nada. –Ele ri. –Mas confesso que você vir até aqui me devolver tudo achando que se vendeu de alguma forma, foi o ponto alto do meu dia.

–Não é engraçado. –Estou aliviada, mas isso não significa que ele pode rir de mim. –Independente de qualquer coisa, quero lhe devolver o dinheiro.

–Não. Faça bom uso. –Caille vira e caminha até os janelões de vidro, admirando a vista.

–Mas eu não posso aceitar, eu nem conheço você.

–Então faça isso. –Continua observando a vista.

–Isso o quê?

–Me conheça.

–Caille... –Começo, mas ele se vira e me interrompe.

–Eu quero que você use o dinheiro como precisar, é pouco, não vai me fazer falta. Mas em troca, quero que me acompanhe em um jantar.

–Um jantar? –Observo-o caminhar pela ampla sala.

–Sim, eu vou à um jantar de negócios muito importante e preciso de uma dama ao meu lado.

–Está me comprando? Eu sou alguma acompanhante por acaso? –Quem ele pensa que é?

–Encare como uma troca de favores, "cariño". Você precisa do dinheiro e eu preciso impressionar. E você com certeza é impressionante.

Caille volta a caminhar até mim, esperando a resposta. Eu não posso me deixar corromper, não posso aceitar dinheiro em troca de um tipo de encontro. Em contrapartida, preciso tanto desse dinheiro e nem será um encontro à dois, apenas negócios...

–Você pensa demais. –Ele sorri com dentes brancos e lábios charmosos. –Se deixe levar, nós dois seremos beneficiados.

Enquanto fala, Caille coloca uma mecha de cabelo atrás da minha orelha esquerda, causando uma espécie de formigamento onde seus dedos tocam. Prendo a respiração com tamanha proximidade, mais um passo à frente e agora posso sentir o calor emanando do corpo dele.

–Respire Lolla, respire. –Sussurra em meu ouvido e eu me lembro de soltar o ar. –Vamos à esse jantar comigo, "hermosa".

Ele não pergunta, é uma afirmação. A forma como ele pronuncia as palavras em minha língua é sexy e a única coisa que consigo responder é:

–Sim.

–Ótimo, será na quinta-feira às oito da noite. –Ele se afasta. –Busco você amanhã.

–Mas amanhã é terça.–Respondo confusa.

–Sim, vou levá-la para comprar um vestido que atenda à ocasião.

–Você não vai comprar um vestido pra mim.

–Não é pra você, é por mim. Quanto mais bonita você estiver, mais impressionados os investidores ficarão e mais chances terei de fechar o negócio. É horrível eu sei, mas é assim que as coisas funcionam.

–Mas...

–Lolla, só aceite. Seus dados ficaram com as minhas funcionárias, eu entro em contato com você. Agora se me der licença, preciso voltar ao trabalho.

–Está certo. –Porque eu fiquei com a sensação de estar faltando algo?

–Ah, Lolla? –Caille me chama assim que viro para sair.

–Sim?

Ele se aproxima pela terceira vez e desta, não para até colar meu corpo ao dele, enroscando seus braços fortes ao redor da minha cintura, a minha lucidez se esvaiu e ao senti-lo tão próximo e colado à mim, meus olhos se fecham...

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Comments

Priscila andrade

Priscila andrade

caramba 😮😮 realmente o menino e aprendeu com Tk

2023-05-30

2

Abiude Dezirre

Abiude Dezirre

lindo 🤤🥵

2023-05-03

1

Fabi Ribeiro

Fabi Ribeiro

já tinha me enroscado nesse homem kkk

2023-04-30

1

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