Capítulo 12. Turbulência

Ele conseguiu se controlar, abominando o que estava sentindo por ela, deitaram e dormiram, cada um para o seu lado e sem perturbação no restante da madrugada e metade da manhã, quando acordaram.

Jordan se espantou ao acordar abraçando ela e estar gostando, mas logo se afastou, liberando-a, pois ela já se esforçava em se soltar. Gina se arrumou rapidamente, desceu, tomou café e saiu para caminhar, precisava respirar ar puro e fugir um pouco, do clima pesado que sentia por causa de Jordan.

O jardim, plantado por sua mãe, estava precisando de cuidados, agora que a neve havia derretido, contrataria um jardineiro. Caminhou por um bom tempo, chegando às casas vizinhas, então resolveu voltar. Estava quase chegando, quando um tiro acertou a árvore por onde ela estava passando, rapidamente se abaixou e ocultou-se atrás da árvore e viu Charlie e Jordan correrem armados, para o lado de onde veio o tiro.

Ela permaneceu ali, ouviu disparos e depois silêncio,  quando teve certeza de que não havia mais perigo, saiu e estranhou não ver os dois homens. Foi para casa e eles chegaram logo a seguir.

— Viram alguém? — perguntou ela.

— Sim, ele correu quando nos viu e foi embora em uma moto. — respondeu Charlie.

— Onde você estava? Podia ter levado um tiro. — perguntou Jordan.

" Idiota sem noção, eu quase levei um tiro." — pensou Gina, mas não falou.

— Vocês podiam ter levado um tiro, correndo em direção ao atirador como se fossem dois policiais. O que deu na cabeça de vocês?

— Fiquei preocupado, ouvi o tiro e não te vi dentro de casa, então, corri para onde ouvi o tiro, você podia estar ferida. — disse Charlie.

— Ele quase me acertou, aliás, a bala deve estar na árvore. Eu estava na mira dele.

— Por quê estava lá fora? Poderia estar morta, agora. — criticou-a Jordan.

— Então, a culpa é minha por terem atirado em mim? — Queria xingar ele de vários palavrões, mas não convinha, na frente dos empregados, aínda dava para ver a marva dos dedos dele em seu rosto.

— Você sabe de algum motivo para tentarem te matar? — perguntou Jordan.

— Também tenho que saber o que se passa na cabeça do atirador?

Ele a estava irritando com aquelas perguntas, mas percebeu que ele estava ficando furioso e se calou, O perigo para ela, não estava lá fora, estava dentro de casa, dormindo ao seu lado na cama.

— Vou ao salão de beleza, Charlie vai me levar.

— Como se fosse adiantar alguma coisa. Pode ir, eu deixo, mas não demore.

Todos ficaram chocados com o ataque dele, mas não podiam fazer nada, tinham ordens de Gina, pata não interferir.

— Vamos, Charlie.

Os dois saíram e Jordan foi procurar a bala, fotografaria-a e a mandaria para a agência, podia ser que encontrassem alguma pista.  Seguiu até o lado oposto onde estava o atirador e procurou nas árvores, até que encontrou a árvore marvada por um tiro de raspão, menos mal, não estaria tão danificada. Seguiu o que seria a continuação da trajetória da bala e encontrou-a.

Ele estava na janela e viu o brilho da moto parada no quintal, tirou fotos com seu celular e procurou pelo dono, vendo ele andando, com uma arma na mão, desceu correndo e ouviu o tiro. Não sabia que Gina estava lá fora, pois ainda não tinha descido para tomar café. Não conseguiu alcançar o atirador, mas gravou o número da moto e tinha as fotos. Enviou tudo para a agência, agora era só esperar.

A tal festa, era na verdade uma reunião de luto, como um chá da tarde, onde preparavam um altar para o morto e homenageavam-no. Cada um que quisesse, dizia algumas palavras e todos podiam conversar sobre ele, sua família e seu legado. Jordan acreditava que os homens usariam essa reunião para arrancar informações de Gina ou sua e ele faria o mesmo.

Alguém roubou os negócios do Don e sumiu com os rastros, além de tentarem matar Gina. Havia algo muito estranho acontecendo e não só ele não sabia o que era, os outros interessados, também pareciam não saber, segundo suas fontes.

Longe dali, Gina estava no carro, com seu notebook, entrando em contato com sua equipe e reunindo outros.

— Tentaram me matar hoje, acho que sei quem foi, mas resolverei isso depois, o que você têm para mim?

Jeff aparecia na tela do aparelho e todos podiam vê-lo.

— Seu marido, cara chefinha, é um espião e trabalha para a inteligência dos estados unidos. Parece que foram incumbidos para acabar com o Don e seu grupo.

— Então, eu estraguei seus planos, por isso ele está tão enfurecido. Não me interessa o mau humor dele. Vamos prosseguir com nossos planos, agora é a fase três. Ataquem.

— Ok, chefinha, se cuida. — disse Jeff e desligou.

— Vocês dois vão ficar na vigilância da festa, não quero que aqueles três escapem. Eu posso cuidar, mas se eles sairem vivos da casa, matem. — falou ela para Charlie e seu motorista, que também era segurança.

— Sim, senhora. — responderam os dois e saíram do carro.

— Por favor, tome cuidado com seu marido, ele parece ser ardiloso. — pediu Charlie.

— Ele me feriu e se for necessário, mato ele também, embora isso traga mais complicação do que alívio.

— Não entendi, até hoje, porque seu pai vendeu-a para ele e também, por que ainda está com ele, você parece gostar de ser maltratada. 

— Na verdade, ele não me é desagradável, só não é amoroso, foi um meio para conseguir o que tenho agora.

— Sente prazer em sofrer? Esqueceu que seu pai a vendeu para ele, talvez tivessem algum trato. 

— Pode ser, mas não vou deixar barato, se ele me agredir novamente. Preciso verificar como estão as minas. Você conseguiu as informações que pedi.

— Só um. Está no seu e-mail.

Ela abriu o e-mail eu viu o código, copiou e colou. Apareceu o nome de seu maior inimigo no momento, Yran Strausser, seu tio ganancioso e o mais cruel dos homens que já conheceu. Talvez estivesse na festa de luto nesta tarde e ela não perderia a oportunidade, pois com aquele homem não dava para brincar de gato e rato.

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