Espião X Hacker
A mansão ficava no centro da floresta gelada de coníferas, esbranquiçadas no momento, pela nevasca que caiu a poucas horas. Gina, vestida com uma calça legging forrada, botas, blusão e casaco com gola de pele, estava parada na sacada do segundo andar, sem prestar atenção a nada à sua volta.
Ela teclava rapidamente seu notebook, sobre a mureta da sacada, como se desse para chamar o mini aparelho, feito por ela mesma a partir de um tablet, de computador. Sentiu que alguém a espreitava e terminou rapidamente o que fazia, deu play e fechou o aparelho, que colocou no bolso interno do casaco, escondido das vistas alheias.
— Olá!
Ela virou o rosto para o homem que invadiu seu espaço sem nenhum constrangimento. Era alto, bronzeado, o que mostrava que não era da região. Cabelos castanhos, que só dava para ver as pontas, por baixo do boné. Gina gostava de observar as mãos de um homem, diziam muito sobre ele e o que fazia, mas as dele estavam ocultas nos bolsos.
— Oi. — respondeu ela, sem expressão.
Jordan a observou com cuidado. Estatura baixa, corpo mignon, cabelos lisos e castanhos e usando protetores de ouvido. Suas mãos eram miúdas e com dedos finos. Seu nariz arrebitado estava vermelho e a boca de tamanho médio, nem fina, nem grossa, estava desbotada pelo frio.
— O que faz aqui fora, com tão pouca roupa, quando tem uma festa lá dentro?
— Deixe-me pensar, tomando a fresca?
— Neste caso, a congelante. Mas o que faz aqui? — insistiu ele.
Ela olhou à sua volta e respondeu:
— Estou fazendo a segurança do lugar. — era verdade, não uma segurança física, mas digital.
Um dos seguranças chegou na porta de vidro e perguntou:
— Está tudo bem aí, senhorita Gina?
— Sim, Charlie, obrigada.
— Então, você é conhecida por aqui, será que só eu não sei quem você é, por quê será?
— Meu pai deu essa festa para me vender pela melhor oferta, só não mandou eu estar presente.
— Entendi, G I N A — saboreou o nome em sua boca. — Vou perguntar novamente, parecendo um chato, por quê está aqui fora, nesse frio, com tão pouca roupa?
Ela ficou de frente para ele, olhou em seus olhos prateados, com seus olhos castanhos, admirando a beleza do homem.
— Esperava por você.
*
Gina parou suas lembranças, sentindo a respiração pesada do homem ao seu lado. Ele a comprou naquela noite e casaram um mês depois, já faz um ano que isto se deu e estão morando em um apartamento no centro de Manhattan, uma grande mudança para uma garota de Moscou.
Toda noite em que estava em casa, ele a procurava e faziam sexo. Não era ruim, mas não tinha emoção. Ele era bom para ela, dava-lhe prazer antes da própria liberação, mantinha a casa e lhe dava tudo que precisava, só fazia questão que ela estivesse disposta para ele. Nunca saiam juntos, mas não proibia ela de sair, apenas exigia que ela estivesse em casa, quando ele chegasse.
Suas vidas eram separadas, pareciam duas pessoas que desfrutavam de benefícios, sem uma ligação mais profunda, fosse emocional ou de trabalho. Ela não sabia o que ele fazia e nem ele a conhecia. Nunca se deu ao trabalho de perguntar ou prestar atenção à jovem, era só um utensílio necessário para seu bem estar e seu trabalho.
Gina não se incomodava, aceitou essa situação para se livrar do pai e de seu cativeiro de luxo. Agora, pagava com seu corpo, pela liberdade que podia usufruir. Foi a única forma de sair das garras de seu pai, só não entendia como Jordan conseguiu vencer as outras ofertas, pois não viviam no luxo. Devia ter um motivo bom por trás dessa aquisição, pois ela era um nada, perto das beldades que ele podia ter.
Ela se virou de lado e finalmente dormiu, no dia seguinte, ele viajaria novamente e passaria três dias fora, no trabalho de restaurar navios de guerra, como ele contou que fazia. Não entendia o que era, mas não importava para ela, contanto que não atrapalhasse o trabalho dela.
Jordan usava o sexo como sonífero, por isso precisava ter uma mulher disponível para ele, sempre que terminava uma missão. Seu chefe foi quem lhe recomendou Gina, pois tinha um acordo com o pai dela, o maior mafioso da Rússia e agora estava ali, dormindo tranquilo, mesmo com tantas lembranças ruins povoando sua mente.
Sairia para mais uma missão no dia seguinte e seu sonífero funcionou perfeitamente. Sem cobranças, exigências e reclamações, só uma comida ruim e sexo simples. Se preocupava que não fosse desagradável para ela e só. Acabava e dormia, para iniciar outra missão, descansado.
Tinha as mulheres mais lindas a sua disposição, mas não gostava de perder tempo com flertes, paqueras e exigências sentimentais, tinha muitas preocupações com seu trabalho e preferia algo mais calmo, como Gina. Ainda bem que a cabecinha dela, não se preocupava com nada que dizia respeito a ele.
É a típica filha de mafioso, criada para obedecer e não pensar em nada.
Levantou-se no dia seguinte e ela ainda dormia. Observou-a e apesar de não a considerar bonita e atraente, sentia desejo por ela. Não entendia porque, pois gostava de mulheres abundantes e ela não era assim, seus seios eram muito pequenos e não enchiam suas mãos, como gostava.
Mas ali estava seu amiguinho, de pé, duro e assinalando para ela. Não se conteve e foi até ela, acordando-a, já sobre ela, beijou seu pescoço, apertou seus mamilos com raiva por não poder apertar seios fartos e tocou-a lá embaixo, até sentir sua umidade, se posicionou e entrou, se movendo com vigor, extraindo o máximo de prazer que conseguiu.
Terminou, levantou e foi tomar banho sem sequer olhar para ela ou a cumprimentar. Não a beijava, pois era, para ele, uma intimidade reservada só para aquela que viesse a amar e não para seu brinquedinho.
Se arrumou e saiu, deixando-a deitada, dormindo. Pelo menos era o que ele pensava.
Gina se levantou assim que ele saiu e se arrumou rapidamente, não sabia o que deu nele para querer sexo de novo, naquela manhã. Saiu sem tomar café, pois sua equipe a esperava no café da esquina. Estava muito frio e lembrou-se de sua cidade natal. Logo começaria a nevar, mas não sentia falta da neve. A sorte era que Nova York não era como Moscou. As pessoas eram quentes, apesar do frio congelante.
— Olá, pessoal. — cumprimentou ela, dentro do café, aceitando a caneca que lhe davam.
— Olá, chefinha, parece que tudo está programado para amanhã, ele estará na conferência. Está no apartamento perto do Central Park. — disse Jeff, um rapaz desgrenhado, magro e vestido de qualquer maneira.
— Aqui estão seu passaporte, passagem e dinheiro. — disse uma jovem, Mona, mostrando e colocando os objetos dentro de um envelope.
— E suas roupas de viagem estão no banheiro, vá se trocar. — disse uma outra jovem de nome Carli.
— Ok, pessoal, vamos à ação.
Gina Mezalova, 25 anos, filha do Don da máfia russa, hacker, misteriosa e poderosa.
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Atualizado até capítulo 60
Comments
Elenilda Ferreira
Gostei da Gina mulher com aparência frágil, mas com uma inteligência muito elevada. Bravo 👏🏻 👏🏻 👏🏻 👏🏻
2024-11-21
1
Anatalice Rodrigues
Começando a ler hoje 28/09/24 A história parece ser bem interessante.
2024-09-29
2
Maria Helena Macedo e Silva
pelo visto ela não tem nem teve interesse em descobrir nada sobre o seu marido por contrato, pois como hacker seria fácil descobrir tudo sobre quem quisesse🤔
2024-09-08
1