VI

Olho no espelho e fico encantada com a bela imagem, passo os dedos pelo delicado pano que cobre meu corpo até os pés. Ana ficou meses trabalhando nesse vestido para uma breve ocasião especial, que consequentemente, é hoje.

— Você está encantadora, meu amor. ( Ana cruza as mãos sobre o maxilar, enquanto diz radiante)

— Você caprichou em cada detalhes, madre. ( A respondo)

Meu pai encomendou os melhores vestidos de algumas costureiras nobres locais, mas isso, apenas para Margot e minhas irmãs. Tendo a certeza de que isso é obra de minha doce madrasta, Ana fez questão de costurar um vestido para mim, agradeço por tê-la em minha vida e sempre me salvar em momentos como esse.

— Os carros chegarão em breve, se apresse para descer. ( Ana diz me empurrando de leve, em tom de brincadeira para a porta)

Dou um abraço na mesma e saio, desço as escadas e os olhares - De Margot e as minhas irmãs - param em mim, tenho quase certeza de que isso não estava nos planos delas.

— Está linda, filha. ( Meu pai diz e volta sua atenção ao motorista.)

Dou um breve sorriso, mas com o canto do olho, percebo Margot me olhando com o cenho franzido.

— Peço perdão pelo meu atraso. ( James vem até o hall de entrada e passa a mão pelos cabelos bagunçados, ele nunca os penteia não?)

Seus olhos param em mim e percorrem meu corpo, desvio o olhar - Com certa vergonha - e me apresso para sair.

— Não se preocupe, senhor Windsor. ( Escuto Margot falar enquanto me afasto) — Acompanhe uma de minhas filhas.

Entro no carro e bufo, Margot sempre faz questão de se expressar da forma mais forçada possível. Olho pela janela e vejo James entrando em outro carro com Meredith, ele não perde tempo.

.........

Olho com surpresa para a grande casa, algo fora dos padrões da realeza mas não muito distante de um dos castelos dos Saxe-Coburg-Gotha, a última família real que vive até hoje pelos campos ingleses, onde comandam tudo por aqui.

Saio do carro e fito a grande mansão, poderia morar nesse lugar sem problemas, seria uma nobre mais feliz em um lugar grandioso como este.

— Gostou?

Olho para o lado e vejo James bem próximo a mim, olhando a grande mansão a nossa frente.

— De fato é um lugar impressionante. ( Respondo sem o olhar)

— Se eu morasse aqui, seria muito humilde e daria dinheiro para esses andarilhos que passam aqui em frente. ( Essa foi a tentativa de Nívea de parecer mais humilde? Falhou miseravelmente.)

James tem a mesma reação que a minha, porque nos olhamos ao mesmo tempo com uma sombrancelha arqueada.

Os grandes portões se abrem e adentramos, junto com outros nobres que chegaram ao mesmo tempo. Recebo muitos olhares e cumprimentos de pessoas que não faço ideia de quem sejam, outros são os mesmos de sempre Lancaster, York, Tudor... Todos esses e mais que são bajulados e bajulam a minha família.

O hall de entrada com grandes escadas deixa o ambiente mais tradicional e da um toque de luxo, suspiro toda vez que me encanto com a capacidade do homem de proporcionar estruturas encantadoras como tal.

— Helena!

Olho para trás e vejo Blair, uma amiga antiga - que por conta do trabalho de político nos Estados Unidos, de seu pai. Teve que se mudar, desde então, perdemos o contato. -

— Blair, como você está? ( A abraço e distribuo beijos pelas suas bochechas, e ela faz a mesma coisa)

— Cansada, a viagem até aqui acabou comigo. ( Ela se abana dramaticamente e rimos)

— Pelo visto, seu bom humor também não se foi. ( A respondo, pego em seu braço e andamos pela casa enquanto conversamos)

— Ter um bom humor é sempre o remédio pra evitar conversas tensas. Aliás, como está sendo com a sua madrasta? ( Blair pergunta, claramente preocupada. Ela sempre soube a forma como Margot me travava, e nunca escondeu seu desgosto pela mesma) — Deve ter sido mais difícil quando fui embora, era a única que sabia de sua situação, além de Ana.

— Tem sido bem difícil, principalmente agora que o duque Windsor está hospedando nossa residência por um tempo.

Blair quase se engasga com a sua bebida que pegou há pouco.

— O duque, o QUÊ? ( Pergunta cética com os olhos arregalados)

— James Windsor. ( Respondo meio assustada e curiosa por tal reação, sei que James não é qualquer homem, deve ser por isso que Blair reagiu de tal maneira.)

— Helena... ( Ela pega no meu braço e me leva até um canto mais discreto) — Você tem que tomar cuidado com ele.

— O-oque, por quê? ( As palavras me falham, Blair está muito estranha depois que citei o James)

— Ele... ( Ela fecha os olhos e suspira fundo, será que aconteceu algo entre eles?) — Não importa mais, só não se envolva com ele.

— Aí está você, a mamãe estava a sua procura há tempos! ( Nívea me puxa de perto de Blair, vejo seu semblante sério me olhar enquanto me afasto... O que ela quis dizer com

" Não se envolva com ele?")

— Cuidado, Nívea. Está me machucando! ( Tento tirar sua mão de meu pulso, onde a mesma crava as unhas em minha pele)

— Tanto faz, só vem logo.

Entramos em um quarto e vejo Margot com um homem velho conversando.

Ele tem uma barriga grande e uma barba mal feita, claramente é um nobre mas a sua aparência não faz jus ao mesmo.

— Aí está ela, essa é a Helena que no qual lhe falei. ( Margot diz ao homem que sorri ao me ver e parece me analisar)

— Parece muito jovem, tem certeza de que tem dezoito mesmo? ( Ele pergunta) — Os tempos mudaram, não posso ser visto com uma criança.

— Fez dezoito esses dias, mas ainda é uma flor a desabrochar. ( Margot o responde)

— Com licença, do que estão falando? ( Pergunto tentando entender tal conversa, por que ela fala de mim ao homem como se fosse uma mercadoria?)

Nívea sorri ao meu lado e vejo Meredith tomando uma bebida mais a frente, encarando a janela mas lançando um olhar de deboche em minha direção.

— Ela não estava sabendo? ( O homem pergunta confuso)

— Claro, meu lorde. Só está se fazendo de sonsa.

Franzo o cenho.

— Ótimo, gostei dela. ( Ele fala e se levanta) — Os papéis do casamento estarão prontos em breve.

O que, casamento? Não acredito que Margot fez isso comigo. O homem sai e fecha a porta atrás de si, o silêncio toma o local e junto forças para enfrentar essa mulher pelo menos uma vez em minha vida.

— Você... Você não pode! ( Meu olhos se enchem de lágrimas e escuto a risada amarga de Margot, que está sentada em um divã e bebendo vinho.)

— Eu não só posso, como fiz. ( Ela fala e coloca a taça em cima de uma pequena mesa de centro a sua frente) — O duque está demasiado interessado em você, isso é bem perceptível.

— Só por isso me condenou a um casamento com um homem que na qual, nunca vi nada vida? ( Pergunto me alterando) — Eu sempre faço tudo que você pede, Margot... Tudo!

Ela se levanta e arqueia uma sombrancelha para mim, vindo até a minha direção, me encolho e abaixo a cabeça.

— Você vai se casar com lorde humpty dumpty e irá concebe-lo com lindos filhos.

— Talvez, nem tanto. ( Nívea diz com um sorriso no rosto)

Deixo as lágrimas caírem e tento limpar com uma mão.

— Meu pai nunca irá concordar com a sua decisão! ( Minha voz falha)

— Ele já concordou querida, o casamento acontecerá até mês que vem.

Saio correndo de lá, sem ao menos olhar para trás. Não quero ver Margot, não quero ver o meu pai... Eu só quero sumir.

Enquanto corro pelos corredores, esbarro em alguém, olho para frente e vejo James com uma mulher. O sorriso que tinha no rosto, na companhia da bela negra, some ao me ver.

— Me desculpem! ( Saio de lá tão de pressa quanto estive, nem ao menos tive tempo de limpar as minhas lágrimas para parecer mais convidativa.)

Passo por uma porta fechada - Que sei bem o que tem lá dentro - e abro a mesma, entrando na grandiosa biblioteca.

Me sento em um dos sofás e me permito chorar que nem uma criança, minha vida estava tão boa, por que Margot teve que aparecer e estragar tudo?

Escuto a porta se abrir, levanto a minha cabeça e vejo James, encostado no batente dela.

— Você está bem? ( Pergunta ele com a sua grave voz)

— Ah, não... ( Limpo os meus olhos) — Me desculpe por estragar o seu momento com aquela moça.

James sorri e se aproxima, sentando ao meu lado.

— Era só... Uma velha amiga. ( Concordo com a cabeça, a relação dele com ela deve ser que nem a minha com a Blair)

Concordo com a cabeça e olho para uma prateleira cheia de livros de contos, invejo as princesas e plebéias dessas obras, sempre terminando com um " Feliz para sempre", enquanto eu, sou submetida a decisões indesejadas.

— Pode me contar, se quiser... ( Ele parece tão sincero quando fala assim, mas me lembro que estou conversando com James Windsor)

— Perdoe-me por falar assim, mas não acho que seja do seu interesse.

James ri, limpo as lágrimas restantes e fito o chão... Claramente estou com os olhos inchados e rosto vermelho, não é do feito de uma mulher ser vista assim por alguém, mas James nem parece se importar com a minha aparência.

— Não deveria chorar na frente dos outros... ( James fala e eu o olho) — Podem usar isso contra você.

Ele fala sem me olhar, como se essas palavras fossem mais para ele do que pra mim. Como se percebesse meu pesado olhar em si, James me olha... Ficamos próximos um ao outro, ao ponto de sentir sua respiração acariciar deliciosamente minha pele.

— Você diz como se fosse algo fácil. ( Respondo baixo, como se tivesse medo de mais alguém escutar.)

Ele se aproxima mais e sinto nossos lábios rasparem levemente um no outro, meu coração se acelera e minha respiração fica presa, como se eu estivesse em um transe que no qual não consigo acordar.

— Que se foda! ( James fala e me agarra bruscamente, selando nossos lábios com urgência e puxando a minha cintura.)

Meu corpo paralisa, meus pensamentos gritam para que eu me afaste, que isso é errado... Mas a sensação de ter seus lábios contra os meus, nossas respirações se misturando, isso me deixa estática, ao ponto de perder o controle e me entregar ao momento.

— J-james...

Tento falar alguma coisa, mas o homem me deita com força no sofá - onde estamos - e abre as minhas pernas, ao mesmo tempo que não se desgruda da minha boca. Coloco as mãos em volta do seu pescoço, com a intenção de tê-lo mais próximo a mim. Gostaria de empurra-lo, bater em seu rosto e cuspir verdades para ele, mas me sinto em total mercê desse homem, pensamentos confusos e ações do meu corpo estranhas.

Muitas pessoas já me disseram o que é um beijo, isso ocorre entre duas pessoas adultas que são casadas, James e eu não temos nada, isso é inteiramente errado mas por que não consigo o afastar?

Ele abaixa as minhas roupas íntimas e por dentro do vestido, sinto seus dedos tocarem a minha perna, subindo para a coxa e se aproximando do lugar proibido. Uma infratora, isso que me sinto e a única palavra que ecoa na minha mente. Mais tarde, quando o efeito da embriaguez que o beijo de James Windsor causa em mim, passar. Entrarei em uma completa repulsa pelas minhas ações, mas dado aos acontecimentos de ultimamente, eu só preciso de algo que me faça suspirar e desejar mais... Algo que James está me proporcionando agora.

Sinto os dedos dele tocarem a minha pele molhada e explorar a extensão de minha intimidade, o olho assustada e o homem em cima de mim sorri.

— Não vai doer...

Assinto com a cabeça e relaxo meu corpo, ninguém havia me tocado ali antes

O que é extremamente inapropriado e algo de pessoas sem um pingo de pudor -. James penetra um dedo com cuidado, arfo em baixo dele e fecho os olhos.

— Você nunca se tocou? ( Pergunta ele no meu ouvido) — Nunca passou os dedos pela sua b*ceta assim?

Enquanto James fala, passa os dedos pela minha extensão e me penetra como diz, consigo imaginar com suas palavras ao mesmo tempo que sinto minha intimidade - Que no qual, ele denomina de " b*ceta" - latejar.

— Não... Para. ( Arfo perto de seus lábios e arqueio as costas quando ele coloca mais um dedo, a sensação é como se ele me abrisse por dentro e me fizesse sentir cada toque.)

James aumenta a intensidade do ritmo e eu jogo a cabeça pra cima, o homem em cima de mim, aperta um de meus seios enquanto me penetra rapidamente com os dedos.

Mordo os lábios e reprimo a vontade de gritar, quando sinto uma onde intensa de prazer se aproximando e a minha intimidade se contraindo. James diminui o ritmo e olha fixamente para o meu rosto, a sensação dura alguns segundos, mas é o suficiente para que as minhas pernas fiquem bambas e meu corpo pesado.

Tirando os dedos e ajeitando as minhas roupas, James me olha com uma sombrancelha arqueada.

— Não está mais chorando. Será isso, um bom sinal?

Ainda não caiu a ficha para mim, o que ele acabou de fazer comigo? Que sensação extremamente boa é essa que nunca senti em toda a minha vida? São tantas dúvidas em minha cabeça que nem ao menos consigo me concentrar no que James diz.

— O-oque você fez comigo? ( Pergunto tonta, tentando me sentar no sofá novamente)

— Você acabou de ter o seu primeiro orgasmo, meu amor... ( James aproxima seus lábios do meu ouvido e diz, meu corpo se arrepia com essa proximidade)

O homem ao meu lado se levanta, ajeita suas roupas e sai, me deixando perplexa, com as roupas íntimas encharcadas e a culpa batida.

Ajeito os meus cabelos, minhas roupas que estão meio amassadas e me retiro da biblioteca... Ninguém poderá ficar sabendo disso, ninguém!

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Comments

Amanda Kimberlly

Amanda Kimberlly

O NOME MDS KAKAKAAKAKAKKAAKAKAKKAKAAK HUMPTy DUMPTy sentou no muro, HUMPTy DUMPTy caiu no chão duro

2023-05-07

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